Sufocado pelo Fluminense na maior parte do jogo disputado no Maracanã, o Vitória se via encurralado pelos cariocas num confronto direto contra o Z-4, quando viu a história se virar na metade do segundo tempo. Thiago Carpini fez mudanças que recolocaram a equipe no duelo desta quinta-feira e levaram o Leão da Barra a mais um triunfo sob seu comando.
Na entrevista coletiva, ele explicou as alterações e sobre como foi possível reverter o placar em favor dos rubro-negros, reconhecendo de início que vencer não estava nos seus planos. Janderson e Zé Hugo, estes dois que fizeram o contra-ataque do gol aos 45 minutos da segunda etapa, entraram em campo na reta final do jogo, e tiveram uma noite de consagração no Rio de Janeiro.
A ideia não era essa, quando entendi que o Fluminense se abriu mais, algumas situações para explorar, entendi que era possível vencer a partida. Muito em cima da mexida do adversário. Surtiu efeito, participação efetiva do Zé Hugo e Janderson, fez o gol. Competitividade e capacidade do atleta de entender que encontraríamos espaços para vencer a partida”.
O primeiro triunfo fora de casa tirou o Vitória da zona de rebaixamento do Brasileirão. Este foi o terceiro resultado positivo da equipe no período de reação composto por seis partidas, onde obteve também dois empates e uma derrota. Mesmo estando numa crescente no campeonato, Thiago Carpini manteve os pés no chão e relembrou que a luta segue contra as últimas posições da Série A.
A grande virtude do Vitória é conhecer as suas limitações. Há dois anos estávamos na Série C, voltamos agora para a Série A. Nosso campeonato é permanência. Campeonato de superação. Soubemos sofrer contra uma equipe qualificadíssima, campeã da Libertadores, dispensa comentários, apesar da troca de treinadores. Competitividade precisava acontecer hoje. Resumo total é compromisso coletivo mesmo sabendo das nossas limitações e superando adversidades ao longo das partidas”.
Carpini fala sobre mudanças no Vitória
Além de reconhecer que vencer o Fluminense no Rio não era o Plano A do Vitória, Thiago Carpini falou sobre outros assuntos na entrevista pós-jogo no Maracanã. O treinador rubro-negro falou as mudanças que fez na equipe durante o segundo tempo e deram os três pontos para o Leão da Barra.
Carpini falou também sobre como preparou a equipe para enfrentar o rival, expondo características do ex-técnico tricolor Fernando Diniz. Demitido no início da semana logo depois de uma série negativa de resultados, o treinador foi substituído pelo auxiliar permanenente Marcão na noite de ontem.
Foram importantíssimas. A cada situação de jogo vivemos os dois lados. O Fluminense acabou se expondo mais, a gente soube explorar isso, o momento turbulento do adversário, da necessidade de fazer o resultado. Até porque um adversário que a gente entende que neste momento é um concorrente direto. A gente abre seis pontos, a gente tinha me mente essa importância. Baseado nisso encaixaram bem as alternativas. Não tínhamos um lateral-esquerdo, Raúl entrou, um pouco torto, mas fez a função, fechou bem os espaços. Atleta que até pouco tempo tinha pouco espaço. Nosso desafio recuperar atletas e pessoas”.
Nós preparamos situações para essa saída de bola do Fluminense, mais apoiada, visando muita gente do lado da bola, característica do trabalho do Diniz, mas imaginava que pudesse ser uma equipe com menos riscos nesta construção. Nos preparamos para duas situações, por mais que tenha uma troca, três ou quatro dias é pouco para tirar algo já enraizado. Aconteceu em alguns momentos. Mas já teve pouco de bolas de segurança, ideia do Marcão para esse jogo. Mudança gera competitividade no elenco, mexe com muita coisa”.
Depois de uma sequência de dois jogos fora de Salvador, o Vitória retorna para casa e joga o próximo jogo no Barradão, diante do Athletico-PR, às 18h30 (de Brasília). O confronto contra o Furacão em seus domínios é vital para a equipe se consolidar fora do Z-4, estando atualmente em décimo quinto lugar, com 12 pontos ganhos.
Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
