(por Rodrigo Rocha)A cidade de Istambul, na Turquia, se transformará na Meca do futebol europeu neste sábado (10). O motivo? A grande final da Champions League será disputada na cidade às 16h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico Atatürk, o mesmo que há 18 anos foi palco da final de Champions mais emocionante dos últimos anos (quiçá de todos os tempos). E assim como em 2005, quando Liverpool e Milan se enfrentaram, os postulantes à orelhuda nesta temporada são novamente ingleses e italianos: Manchester City e Inter de Milão.Naquela decisão, que ficou conhecida como o “Milagre de Istambul”, o Liverpool levantou a taça em um jogo memorável que entrou para a história não só da Champions, mas do futebol como um todo. Após sofrer 3 a 0 ainda no primeiro tempo, os Reds, comandados por um jovem e inspirado Steven Gerrard, buscaram o empate em 3 a 3 na etapa final, e após a igualdade na prorrogação, venceram os Rossoneri de Maldini, Kaká, Shevchenko e cia. por 3 a 2 nos pênaltis, de maneira épica.Porém, diferente da ocasião anterior, onde os italianos do super-estrelado Milan eram amplos favoritos em relação ao jovem Liverpool, desta vez o favoritismo está do lado inglês da final. E não poderia ser diferente.Citizens avassaladoresO City é, de longe, a equipe que mais encanta no futebol atual. A equipe do técnico Pep Guardiola chega à Istambul com o moral elevado por já ter conquistado a Premier League (pelo terceiro ano seguido) após tirar uma vantagem praticamente irreversível do Arsenal, e a tradicional Copa da Inglaterra sobre o rival Manchester United.Se tratando apenas da Champions, os números impressionam ainda mais: 12 jogos, com sete vitórias, cinco empates, 31 gols marcados e somente cinco sofridos. Pelo caminho, o City deixou para trás nada mais, nada menos que o Bayern de Munique (quartas), seis vezes campeão, e Real Madrid (semis), maior campeão com 14 taças.Cometa imparávelAlém do melhor ataque e da melhor defesa, o City também possui o artilheiro da competição. Se pensou em Erling Haaland, não poderia estar mais certo: o “cometa” foi às redes em 12 oportunidades em 10 jogos. O norueguês, que já garantiu sua segunda artilharia de Champions na carreira (a primeira veio na temporada 2020-21), é a grande “arma” inglesa para tentar o título inédito.Azarões tradicionaisJá a Internazionale chega à decisão com um currículo bem menos vistoso, porém de respeito. Os comandados de Simone Inzaghi não conquistaram a Serie A, ficando em terceiro no Calcio atrás respectivamente de Napoli e Lazio, mas garantiram a Copa Itália diante da Fiorentina.Na Champions a campanha é sólida: sete vitórias, três empates e duas derrotas, com 19 gols marcados e 10 sofridos. O centroavante bósnio Edin Dzeko é o artilheiro Nerazzurri com quatro gols marcados. Para chegar até a final, a Inter deixou quatro campeões europeus pelo caminho: Barcelona (fase de grupos), com cinco títulos; Porto (oitavas), com dois; Benfica (semis), também com dois; e o rival Milan, sete vezes campeão. Esperança e mística argentinaCamisa 10 da Inter, Lautaro Martinez é o principal jogador da equipe e a esperança da quarta conquista europeia interista. Mesmo tendo marcado apenas três gols até aqui, Lautaro carrega consigo uma mística que sempre esteve presente nos títulos anteriores do time de Milão: argentinos protagonistas.No bicampeonato de 1963-64 e 1964-65, mesmo tendo nomes como Facchetti, Mazzola e Suárez (o espanhol), o técnico franco-argentino Helenio Herrera era o grande nome daquela que ficou conhecida como “A Grande Inter”. Já no terceiro título, a legião argentina em Milão era maior e contava com Samuel, Zanetti, Cambiasso e Diego Milito, todos titulares na final de 2010 que terminou com Milito marcando os dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Bayern.Expectativa altaSim, o City é o mais cotado para, enfim, ser campeão europeu. Mas quando o adversário do outro lado possui tanta história e números de peso, o favoritismo pode não pesar tanto dentro de campo. Ainda mais em um jogo único que será realizado em um estádio que, inclusive, já foi palco de “milagre”. Estejamos preparados para tudo.
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