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Futebol

Após decisão judicial, histórico do Steaua Bucaresti ficará com o Ministério da Defesa romeno

(por Diego Dias)Em uma batalha judicial que durou seis anos, o FCSB, clube que disputa a primeira divisão do futebol romeno (Liga 1), não herdará o legado histórico do CSA Steaua Bucaresti no período entre 1947, ano de fundação do clube, e 1998. Este histórico ficará apenas para o clube fundado pelas forças armadas da Romênia e que chegou a encerrar suas atividades em 2003, sendo depois refundado em 2017 e que atualmente está na segunda divisão (Liga 2).A decisão, expedida pela Suprema Corte de Apelações da Romênia na última segunda-feira (23), cabe recurso em um prazo de até 30 dias da publicação.Breve histórico da briga judicialEm 2017, o FCSB entrou com uma ação na Corte de Bucaresti pleiteando a incorporação do histórico do CSA Steaua entre 1947 e 2003, que inclui entre as conquistas uma Copa dos Campeões (atual UEFA Champions League) e uma Recopa Europeia. No entanto, dois anos depois, em julho de 2019, a Corte julgou a ação improcedente e deu ganho de causa ao CSA Steaua.O FCSB entrou então com um primeiro recurso na Corte de Apelações em 2021, sofrendo nova derrota e com o período entre 1998 e 2003, quando o CSA Steaua se desvinculou oficialmente do Ministério da Defesa, “cortado” do veredicto. Na segunda ação de recurso, iniciada em março deste ano, o FCSB foi novamente derrotado nesta semana.História do Steaua BucarestiFundado em 1947 como um braço multiesportivo do Ministério da Defesa da Romênia, o CSA (sigla para “Clube Esportivo do Exército”) Steaua Bucaresti rapidamente se tornou o clube mais bem sucedido do futebol romeno em meio ao maciço apoio financeiro do governo.Em 1986, o clube tinha como principal jogador o meia Gheorghe Hagi e conquistou a então Copa dos Campeões ao bater o Barcelona na decisão e foi o primeiro do Leste Europeu a erguer a “orelhuda”. No ano seguinte, o CSA Steaua faturou a Supercopa vencendo o Dinamo de Kiev e, em 1989, chegou pela segunda vez na final da Copa dos Campeões, perdendo para o Milan de Marco Van Basten.Com a queda do comunismo no país em 1989 e da URSS em 1991, o clube remodelou seu escudo e suas cores para remover os laços com o regime e se desvincuou de forma definitiva em 1998. Nesse ano, o clube foi renomeado para AFC Steaua e se tornou um clube-empresa e, em 2003, foi comprado pelo controverso magnata e político Gheorghe “Gigi” Becali, que comanda o clube até hoje.Steaua e FCSBAo adquirir o clube, Becali novamente mudou o nome, agora para FC Steaua Bucuresti, e trouxe uma releitura do escudo utilizado entre 1972 e 1991. A mudança provocou a ira do Ministério da Defesa, que entrou com um recurso para ter os direitos do nome e escudo, o que acabou acontecendo em 2015 e que obrigou Becali a trocar o nome dois anos depois para FCSB, uma abreviação do antigo nome, e uma nova mudança de escudo para o atualmente utilizado.Mais lenha na fogueiraEm 2017, o Ministério da Defesa resolveu recriar o clube e deu início à disputa judicial com Becali e o FCSB. O CSA Steaua iniciou as atividades na Liga 4, a quarta e última divisão romena e de caráter regional, e foi aos poucos subindo de divisão até chegar na Liga 2 em 2019. 

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