Muito tem se falado que o Boston Celtics teve um caminho facilitado, devido as equipes que enfrentaram o time da Nova Inglaterra terem jogado sem suas principais estrelas. Miami Heat sem Jimmy Butler, Cleveland Cavaliers sem Donovan Mitchell e Indiana Pacers perdeu Tyrese Haliburton durante o jogo 2.
Porém, usar essas evidências para diminuir a campanha de Boston até as finais, não passa de uma verdadeira “dor de cotovelo” e os que se apegam a esses argumentos ou não gostam da franquia ou não assistiram a temporada da NBA, pois a verdade é que o time de Joe Mazzulla transformou a Conferência Leste em uma piada.
Primeiro, o Boston Celtics não perdeu nem 25 partidas na atual temporada da NBA. Boston passou pela temporada regular podendo dosar a minutagem de suas estrelas, visto que já em dezembro estava com a classificação para os playoffs bem encaminhada. Foram 64 vitórias e apenas 18 derrotas. Liderança disparada no Leste com uma diferença de 14 jogos para o segundo colocado, o New York Knicks.
Mesmo assim, Joe Mazzulla não foi finalista ao prêmio técnico do ano e Jayson Tatum não ficou entre os três primeiros na disputa pelo MVP. O único celta que levou alguma premiação da NBA neste ano foi o GM Brad Stevens, que levou o prêmio de melhor executivo da liga.
Brad Stevens: A mente por trás do sucesso do Boston Celtics
Brad Stevens trabalha nos Celtics desde 2013, foram 8 temporadas como técnico do time e, desde 2021, ocupa o lugar de general manager da franquia, após a saída de Dany Ainge.
Stevens teve aquilo que muito se exigia de Ainge, coragem para fazer as trocas certas que deixariam o time mais forte. Boston vai para o quarto ano seguido sem ter picks na primeira rodada do draft, pois Stevens usou essas picks para trazer Derrick White, Malcolm Brogdon, Jrue Holiday e Kristaps Porzingis, por exemplo. Vale lembrar que Brogdon já saiu da organização, envolvido na troca que trouxe Holiday para Nova Inglaterra.
Stevens entendeu que para o Celtics chegarem nos Playoffs como favoritos, era necessário ter mais jogadores que pudessem carregar o time para que não ficasse tão dependente de Tatum e Brown.
A troca mais questionável no início foi a de Marcus Smart para o Memphis Grizziles, visto a liderança do armador. Porém, a movimentação tem se mostrado um grande acerto de Brad Stevens, visto que além de ter trocado depois por Holiday, fez com que Brown e Tatum assumissem de vez os papéis de líderes do time.
O elenco mais forte da NBA
Com isso, o Boston Celtics ficou com o plantel mais forte da liga. As chegadas de Porzingis e Holiday fizeram com que a equipe tivesse o melhor quinteto titular da NBA e ainda com jogadores como Al Horford, Sam Hauser e Payton Pritchard, vindo do banco. Juntando isso a evolução de Joe Mazzulla como treinador.
Mazzulla foi colocado na “fogueira” após a saída polêmica de Ime Udoka do cargo de treinador principal. Após muitas críticas em seu primeiro ano, o jovem treinador mostrou uma maior maturidade e evolução no entendimento dos momentos de uma partida, principalmente sabendo parar os jogos.
Olhando todos esses pontos é difícil imaginar que Boston teria um caminho mais complicado nos playoffs, mesmo com as principais estrelas de seus adversários em quadra. O único time no Leste capaz de bater de frente, pelo menos no papel, com esse Celtics, era o Milwaukee Bucks, de Giannis Antetokoumpo, Damian Lillard e Khris Middleton, porém, essa equipe caiu para os Pacers, com Giannis e Lillard fora por lesão.
Vale mencionar que os Celtics não tem Porzingis disponível desde o jogo 4 contra o Miami Heat. O pivô é um dos jogadores de maior impacto do time de Joe Mazzulla, seja defendendo no garrafão e também nas bolas de três pontos.
As finais da NBA
Nas finais da NBA tudo pode acontecer, principalmente enfrentando o Dallas Mavericks de Luka Doncic e Kyrie Irving. Uma dupla que está jogando muito e que pode dificultar a vida de Boston. Porém, os Celtics são favoritos, visto que olhando os matchups, existe uma condição favorável para os celtas.
Outro aspecto que pode ser decisivo é a experiencia. O Boston Celtics vai para segunda final em três anos e boa parte dos jogadores de seu elenco já sabem o gosto de jogar a decisão da NBA e, no caso de Jrue Holiday, até de ter sido campeão.
Concluindo, outro aspecto que vem a ser a favor de Boston é que parece que esse time aprendeu a ser clutch, visto que em três dos quatro jogos contra Indiana a equipe mostrou ter muita resiliência para se manter viva até o final e vencer, algo que era muito cobrado nos últimos anos.
Os Celtics se encontram no cenário mais favorável para finalmente voltarem a ser campeões. Porém, terão que passar por um adversário que exigirá muito.
Apesar disso, não será nada fácil tirar esse título do time da Nova Inglaterra. E que venham as finais!
(Foto: Divulgação/NBA)
