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Em coletiva, presidente do Fluminense explica demissão de Fernando Diniz e redução de multa

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (25), o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, explicou por que demitiu o técnico Fernando Diniz pouco mais de um mês depois de ter anunciado a renovação do contrato até o fim de 2025. Mário citou a queda de rendimento do time em 2024 como um dos motivos para a saída:

“A extensão do contrato foi baseada na tentativa de dar longevidade ao trabalho dos treinadores do Fluminense. Prova disso é que o Fernando é o treinador mais longevo do Fluminense no século 21. Nessa renovação, eu fiz a extensão até o final do meu mandato, sendo que eu poderia estender até meados de 2026. Acreditávamos que retomaríamos a performance e os resultados. Porque não estávamos tendo a performance, já eram seis meses tentando, e conversávamos com o Fernando”.

O mandatário tricolor revelou ainda que negociou uma redução na multa que o clube terá que pagar a Diniz, que inicialmente, o valor estava entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões:

“A gente estava tentando encontrar o caminho, mas não há nada mais importante do que o Fluminense. Foi uma decisão consensual. Precisamos encontrar caminhos de voltar a vencer, para a torcida parar de sofrer. O rompimento foi doloroso, mas a vida é feita disso, e isso não significa que não vamos retomar a relação com o Fernando lá na frente. Deu certo, foram dois anos e dois meses de muito sucesso. Quando discutimos a saída, negociamos um acordo de redução e parcelamento da multa” – disse Mário.

Mário contou como foi a despedida de Diniz, que, para ele, foi um dos momentos mais emocionantes que viveu no Fluminense nos últimos anos:

“A gente construiu essa relação. A gente deu o mesmo abraço que em 2019, talvez com outra carga emocional. Choramos muito. Resolvemos a parte burocrática que ficou boa para todo mundo e ele pediu para se despedir de todos”.

“Eu participei e vi uma das cenas mais bonitas que vi no futebol, com jogadores renomados e os que estão começando chorando. O choro foi muito de que a gente sabe que deu muito certo, a gente queria, mas não estava dando. Foi um momento muito lindo. A partir de hoje, a gente tem que virar a página para voltar a ganhar jogo”.

O presidente também contou como foi a demissão do treinador em 2019, na primeira passagem pelo Tricolor, e contou uma cena inusitada que ocorreu no hotel onde os dois conversaram na ocasião:

“Em 2019, quando fui falar com ele no hotel, o Angioni se emocionou muito e foi para casa. Fernando e eu ficamos nos olhando, em algum momento ele falou para eu levantar e disse: “Você vai ter muito sucesso no Fluminense”. A gente se abraçou e ficou uns 15 minutos abraçados, chorando, sem falar nada um para o outro. Depois ele me ligou e contou que naquele dia tinha uma senhora sentada no lobby do hotel: “Depois que você foi embora, ela me abraçou e disse que tinha achado aquela cena uma das mais bonitas que já tinha visto”.

“Era uma mulher que trabalhava na ONU, muito respeitada profissionalmente, que trabalha com causas importantes pelo mundo. Disse que sentiu uma energia boa naquele abraço e que ele ia gerar coisas boas para o futuro. Falou para ele que tirou uma foto daquele momento e os dois ficaram amigos. Ela perguntou o que tinha acontecido e ele disse que tinha acabado de ser demitido por mim. Ela pediu para usar aquele exemplo nas palestras dela pelo mundo”.

Por fim, Mário Bittencourt revelou os planos para o comando do Fluminense, agora, sem Diniz. Ele afirmou que pretende manter o auxiliar Marcão como técnico interino até o fim da temporada:

“Até o dia de hoje não pensamos em treinador, não conversamos com staff nenhum. A gente tem nossa filosofia de trabalho para deixar as pessoas aqui em paz. A tendência é que o Marcão siga até o final da temporada”.

(Foto: Reprodução/ YouTube)