(por Jefferson Castanheira) De um lado, a busca pela reafirmação da hegemonia. Do outro, a procura por um feito nunca antes realizado. Warriors e Raptors chegaram nas finais da NBA pelo mesmo objetivo, mas por motivações diferentes. Os caminhos, decisões, resolução de problemas e planejamento de cada time surtiram efeito e levaram suas franquias para o evento mais aguardado no fim dos playoffs: A NBA Finals. Golden State Warriors – A hegemonia bate à portaCampanha 2018-19: 57 vitórias – 25 derrotas1º na Conferência OestePontos por partida: 117.7 – Pontos cedidos por partida: 111.2 gettyimages-1133230520-e1553797259440.jpg Os Warriors estão garantindo de vez o seu nome como principal destaque dos anos 2010s. Mesmo com o Big Three de Miami também tendo feito estrago no começo da década, indo para as finais da NBA de 2011 até 2014 e vencendo em duas das quatro finais que disputou, os Warriors conseguiram montar algo completamente absurdo dentro de suas limitações financeiras e de imposições da liga sobre mercado e teto salarial. Com cinco All-Stars em seu quinteto titular quando está saudável, os Warriors de DeMarcus Cousins, Draymond Green, Kevin Durant, Klay Thompson e Stephen Curry , que contam com um sexto homem que também é All-Star, Andre Iguodala, tiveram uma temporada extremamente positiva, principalmente numa conferência tão apertada e de alto nível. Em sua 11ª aparição nas finais da NBA (a quinta consecutiva), Golden State tem como uma missão fazer o primeiro tri da NBA desde os Los Angeles Lakers de 2000 até 2002.A construção deste Golden State Warriors já é muito conhecida pela NBA: As escolhas corretas nos drafts que trouxeram Thompson, Green e Curry; Os contratos pelo valor mais condizente com a necessidade da franquia para conquistar campeonatos, trazendo Kevin Durant e recentemente, DeMarcus Cousins; A confiança no técnico Steve Kerr, que tem total liberdade de mexer em cada centímetro da quadra de seu time e, além disso, um psicológico brutalmente absurdo contra os adversários. Nesta temporada, os Warriors ficaram atrás no placar de inúmeros jogos e conseguiram virar o resultado para si sem parcimônia alguma, ainda mais com o já conhecido terceiro quarto em que os Warriors costumam atropelar os rivais. Diante disso, a franquia de Oakland tem obtido sucesso em seus planejamentos e vem, mais uma vez, como grande favorita para conquistar o título da NBA, sétimo da sua história, o que tornaria a equipe, isoladamente, como a terceira com mais títulos da liga. Toronto Raptors – A obsessão pelo inéditoCampanha 2018-19:58 vitórias – 24 derrotas2º na Conferência LestePontos por partida: 114.4 – Pontos cedidos por partida: 108.4 Toronto-Raptors-v-Philadelphia-76ers-Game-Four-76a7950f0c0a0dd9803133033cc94f04.jpeg Podemos comparar este Toronto Raptors como uma jogada clássica do poker: O All-In. A jogada é extremamente arriscada, onde você arrisca todas as suas fichas apostando tudo o que você tem para conseguir ganhar. Os Raptors cederam de modo antes contestado DeMar DeRozan, seu jogador que foi draftado em 2009, por Kawhi Leonard do San Antonio Spurs. Detalhe que Leonard não terá mais vínculo com o Raptors no fim dessa temporada, enquanto DeMar DeRozan ainda cumprirá mais três anos de contrato com os Spurs, antes assinado com Toronto.Um gigantesco ponto de interrogação foi colocado em cima dos Raptors, pois além da troca extremamente questionável na época, Kawhi Leonard também não era visto com bons olhos após sua tensão existente no San Antonio Spurs, onde saiu pela porta dos fundos após sua tão misteriosa e duvidosa lesão no quadril, que gerou até investigação por parte da liga. Não existia garantia que os Raptors iriam longe, cogitando até que a franquia canadense pudesse ficar fora dos Playoffs em alguns cenários, também apontando a gigantesca falta de confiança em Kyle Lowry, armador da equipe, e em Nick Nurse, atual técnico e antes assistente do Coach of the Year de 2017-18, Dwane Casey, demitido ao fim da temporada anterior. O cenário escuro e completamente impreciso em que a franquia foi colocada fez com que tudo e ao mesmo tempo nada fosse esperado por eles.Mas, o tudo veio. Uma temporada sólida e sem dúvida a melhor da história, ainda tão nova, do último time restante do Canadá na NBA. Fundados em 1995, os Raptors nunca haviam vencido uma final de conferência. E desta vez, ao baterem o Milwaukee Bucks de modo antológico e extremamente imponente, os Raptors vem como underdogs que podem surpreender demais diante de um adversário tão gigante e brutal. Acreditando nisso, o “Davi” Toronto Raptors espera derrubar o “Golias” State Warriors, fazendo história pela sua franquia, pela liga, por um país e toda a história do esporte.O que esperar? A NBA se permite ser incrivelmente surpreendente e recheada de histórias inesquecíveis e marcantes. Os métodos que Raptors e Warriors conquistaram seus resultados foram completamente diferentes e, mesmo assim, persistem em um resultado igual. A dominância das duas franquias em cada um de seus universos particulares trouxeram ambos os times, dotados de jogadores, técnicos, auxiliares, administrativos, corpo de manutenção, torcedores e o nome de uma cidade, até a porta que se abre para o que irá perdurar pela eternidade. Mas, como diz o ditado, o vencedor é quem assina ao fim da história.Os Warriors terão que enfrentar o fato de que jogarão no máximo três das sete partidas em casa, enquanto os Raptors terão a chance de bater o mais forte possível, dentro de seus próprios domínios nos dois primeiros jogos enquanto Kevin Durant e DeMarcus Cousins ainda não retornaram de suas lesões. Kawhi Leonard é um defensor nato, um dos melhores de toda a liga, e contará com a ajuda de Pascal Siakam e Kyle Lowry para tentar anular a tão absurda ofensividade dos Warriors. Nesta temporada 2018-19, os Raptors venceram nas duas vezes em que encontraram o Golden State pelo caminho, sendo uma das vezes com direito a prorrogação.Diante disso, um duelo que deverá ser acirrado em todas as partidas que acontecerão, mas que pende a favorecer o atual bicampeão consecutivo e favorito ao tri. Porém, os Raptors querem fazer valer a máxima de que, quanto maior a altura do adversário, maior a queda.
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