(por Bruno Rosa) Quando comecei a torcer pelos Eagles, lá em 2005, eu não tinha pesquisado história, não conhecia nenhum ídolo e o time não estava em alta, era favorito ou nada do gênero, que é o que geralmente se leva em conta quando escolhe-se um time na NFL, NBA e afins. Eu só queria torcer para o time daquele QB negro, um dos únicos no meio de tantos QBs brancos, e que posteriormente seria capa do Madden em 06. Comecei a torcer pros Eagles por pura representatividade, eu não sabia que a franquia não havia ganho nenhum Super Bowl na sua história. Veja bem, o Philadelphia Eagles já tinha sido campeão nacional 3 vezes ( 1948, 1949 e 1960 ), porém, todas antes da era Super Bowl.A temporada 2017/2018 estava sensacional para a franquia, Carson Wentz jogando em nível de MVP, 13 vitórias e apenas 3 derrotas. No entanto, Wentz rompeu o ligamento cruzado anterior e a partir daí, o time sensação passou a ser azarão. Mas o que eles não sabiam é que Philadelphia ADORA a posição de azarão. Tem orgulho de ser a casa do personagem Rocky Balboa e de como sempre ele entrou nas lutas sem favoritismo. Ser “underdog” está no DNA da Philadelphia e os jogadores dos Eagles adotaram o lema, chegando inclusive a usar máscaras de cachorro nos jogos. No lugar de Wentz, um velho conhecido que viria a ser herói e MVP: Nick Foles.Sob o comando de Foles, vitória sobre Falcons e Vikings nos playoffs e passaporte carimbado para a grande final contra o time de ninguém menos que possivelmente o maior QB da história e o melhor técnico de todos os tempos: Os Patriots de Tom Brady e Bill Belichick.Tudo aconteceu no segundo quarto: antes, quando o jogo estava 9 x 3 para os Eagles, New England tentou uma trick play que deixou Brady absolutamente sozinho para a recepção, mas o marido da Gisele não conseguiu segurar e deixou cair uma chance clara de touchdown que poderia mudar o jogo. Posteriormente, já com o placar 15 x 12 para Philly, aconteceu uma das maiores jogadas da história do Super Bowl e com certeza a principal de toda a trajetória dos Eagles. Faltando 38 segundos para o intervalo, linha de duas jardas para o TD, quarta descida. Um treinador cauteloso chutaria o Field Goal, mas Doug Peterson pediu um tempo e, antes que pudesse falar, ouviu a sugestão de Nick Foles: “Vamos fazer a Philly?” – Perguntou “Okay, vamos” – Respondeu o técnico. Nick Foles alinhou e começou a se movimentar como se estivesse cancelando a jogada, se movimentou para o lado, como se fosse dar uma instrução ao seu tackle da direita, mas quando ninguém esperava, a jogada começou: Corrida pra esquerda, a defesa de NE foi toda pro lado Toss no Reverse para Trey Burton, o sistema defensivo dos Patriots ficou perdido. Passe de Trey Burton para um Nick Foles absolutamente sozinho, dentro da endzone, marcando um touchdown importantíssimo, num momento chave, usando a jogada muito parecida que Tom Brady não havia conseguido realizar minutos antes.https://www.youtube.com/watch?v=I-tX36j4REgSó não passei tanta vergonha quanto o Kevin Hart bêbado, tentando subir pra comemorar com os jogadores e sendo barrado. Mas chorei, gritei e com certeza foi um dos momentos mais felizes para ser torcedor.O jogo acabou 41 x 33 e os Eagles finalmente ganharam um Super Bowl, mas dentre todas as jogadas, a Philly Special, como era chamada, foi a que mais me marcou e com certeza ficou registrada na memória de todos os torcedores do Philadelphia Eagles.
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