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Draft da NFL: Análise dos quarterbacks da classe de 2024

Quando falamos do draft da NFL, o primeiro grupo posicional a chamar atenção do público são os quarterbacks. Afinal, quando se trata da posição mais relevante do futebol americano, até mesmo os torcedores dos times que não precisam de um novo quarterback demonstram interesse em conhecer os novos prospectos a futuras estrelas que estão prestes a adentrar a liga. Assim, esse será o primeiro grupo de jogadores a ser analisado pela Playmaker nas nossas prévias para o draft que ocorrerá entre os dias 25 e 27 de abril.

A atual classe contém um misto de jogadores que vem chamando a atenção da mídia já a algum tempo, jogadores com bastante experiência no college football e que finalmente irão entrar na liga e alguns talentos que possuem grandes capacidades físicas, mas ainda precisam ser lapidados.

Assim, muitos analistas veem nesse grupo de jogadores o potencial para se tornar uma das melhores classes de todos os tempos. Entretanto, poucas classes de quarterback conseguem viver a quem do hype que criam; como mais recentemente a classe de 2021, que contou com Trevor Lawrence, Zach Wilson, Trey Lance, Justin Fields e Mac Jones, mas apenas o primeiro segue no time que o draftou após apenas 3 temporadas.

Na grande maioria dos drafts, encontrar um único quarterback que vire uma estrela na liga já é uma tarefa difícil. Ao longo de toda a história, tivemos algumas poucas exceções. Como em 1983, no qual tivemos John Elway, Dan Marino e Jim Kelly sendo draftados – mas apesar dos três estarem no hall da fama do esporte, apenas o primeiro conseguiu ganhar o Super Bowl (em duas oportunidades nos dois últimos anos de sua carreira).

Já em 2004, Eli Manning, Phillip Rivers e Big Ben Roethlisberger entraram na liga e foram 3 dos mais prolíficos quarterbacks do século 21. E mais recentemente tivemos a classe de 2020, com Joe Burrow, Tua Tagovailoa, Justin Herbert, Jordan Love e Jalen Hurts, que conta com 5 titulares no atual momento e se credencia forte na briga para ser uma das melhores classes de todos os tempos.

Nessa matéria, iremos falar um pouco sobre os principais atuais prospectos, dividindo-os em tiers e debatendo seus pontos fortes, fracos, quais as perspectivas para o futuro deles na NFL e os landing spots ideais para cada um deles.

Confira a análise dos quarterbacks do Draft da NFL de 2024:

Tier 1: Nova super estrela da NFL

Caleb Williams

A super estrela do college nos últimos anos, vencedor do Heisman (prestigiado prêmio entregue para o melhor jogador do college football) em 2022 e futura pick de número 1 do draft, está uma categoria acima dos demais.

O ex-quarterback do Oklahoma Sooners e jogador de USC nas duas últimas temporadas, Caleb Williams é considerado por muitos o melhor prospecto a entrar na liga desde Andrew Luck em 2012. Suas capacidades físicas e mentais são tudo o que um quarterback moderno precisa para ter sucesso na liga atualmente – a ponto de ser comparado a nomes como Patrick Mahomes e Aaron Rodgers antes de jogar seu primeiro snap na NFL – o que torna muito difícil a missão de não ver Caleb encontrando sucesso jogando pelo Chicago Bears.

Pontos Fortes

O principal destaque de Caleb sempre foi a sua capacidade de estender jogadas e fazer mágica com a bola. Porém, isso mascara a sua incrível capacidade de jogar em estrutura. Ele tem a melhor presença de pocket de todos os quarterbacks da classe e utiliza disso para ganhar tempo e produzir jogadas explosivas com constância.

Além disso, Caleb entrará na liga já com um dos melhores braços de toda a NFL. Capaz de explorar todos os pontos do campo e lançar a bola com precisão em diferentes plataformas e ângulos de braço.

Apesar de ser questionado por pintar as unhas e por ter chorado após seu time ser eliminado na última temporada (coisas completamente aquém do futebol americano), seus companheiros não cansam de elogiar a liderança de Caleb, e ele parece um jogador completamente pronto para entrar na liga.

Pontos Fracos

O único defeito que Caleb demonstrou em sua carreira foi exagerar na “hero ball”, forçando alguns erros em situações desnecessárias. Com um elenco de apoio bem abaixo da média, o jovem sentia a necessidade de ser o herói constantemente, mas precisará corrigir isso ao adentrar uma liga que pune os erros bobos.

Pro Comp

Inevitável não comparar Caleb a Patrick Mahomes. Além da semelhança física, as similaridades em campo chamam muita atenção. Claro que é muito difícil imaginar que Caleb tenha o mesmo sucesso que Mahomes, mas se viver ao seu potencial será sem dúvidas uma das estrelas da NFL na próxima década.

Destino Ideal

Difícil falar de destino ideal quando se tem a certeza de onde o jogador irá jogar. Mas com os movimentos recentes, adquirindo Keenan Allen e D’Andre Swift para se juntarem a DJ Moore e Cole Kmet, o Chicago Bears se tornou um local interessantíssimo para Caleb Williams ter sucesso já no seu primeiro ano na NFL.

Tier 2: Extremamente talentosos, mas com defeitos importantes

Drake Maye

Nascido na Carolina do Sul, Drake Maye fez toda a sua carreira na UNC. Após a saída de Sam Howell para a NFL ele assumiu o posto de titular na sua temporada de sophomore e conseguiu enorme sucesso, entrando seu terceiro ano no college já como um dos nomes mais importantes para o draft seguinte.

Recentemente, com mais analistas começando a avaliar os prospectos, Maye recebeu muitas críticas por seu jogo e passou a ser avaliado como QB4 (ou até mesmo QB6) da classe por muitos. Mas o seu talento é inegável, e em uma liga que cada vez mais tem freaks da natureza na posição de quarterback, o potencial de Drake Maye o mantém em posição de prestígio para o redator.

Pontos Fortes

Alto, forte, atlético e com um braço excelente. É difícil não se encantar por Drake Maye e sua capacidade de fazer mais highlight plays que qualquer outro quarterback na classe. O jovem tem todas as ferramentas físicas necessárias para ter sucesso na liga.

Pontos Fracos

O principal problema de Maye é seu péssimo trabalho de pés. Isso gera lançamentos imprecisos em vários momentos, perdendo recebedores completamente livres; e principalmente um péssimo trabalho dentro do pocket, muitas vezes navegando por conta própria para cima da pressão adversária. Ele precisará encontrar um treinador capaz de lhe ajudar a corrigir esses erros para ter sucesso na liga.

Pro Comp

Fisicamente parece demais com Justin Herbert, mas como prospecto considero parecido com Josh Allen. Muito talento puro, mas entra na liga muito cru e pode ser um boom ou bust.

Destino Ideal

Após contratar Josh McCown (ex treinador de Maye no high school) como QB coach, consigo ver os Vikings tentando subir para a pick 3 e tentando o draftar. Caso não acabe em Minnesota, o destino perfeito seria os Giants, que tem em Brian Daboll um head coach extremamente capaz de trabalhar com um jovem talento como Maye. Se ele acabar em New England, vejo muitas barreiras para ele encontrar sucesso.

Jayden Daniels

O atual vencedor do Heisman após brilhante temporada em LSU, tem longa carreira no college. Após 3 anos em Arizona State, onde foi titular como true freshman, mas não conseguiu evoluir seu jogo nos anos seguintes, Jayden Daniels se transferiu para Louisiana. Com mais talento ao seu redor, o dinâmico quarterback conseguiu florescer seu jogo a ponto de ser eleito melhor jogador do college no último ano.

Extremamente atlético, Daniels será um verdadeiro dual-threat na NFL. E com o sucesso recente de jogadores desse estilo na liga, Jayden subiu meteoricamente os draft boards ao longo do último ano, se credenciando para ser um dos primeiros jogadores escolhidos no draft de 2024.

Pontos Fortes

Jayden Daniels já entrará na liga como um dos melhores corredores na posição de quarterback, ao lado de Lamar Jackson e Justin Fields. Porém, apesar de ser um corredor dinâmico, Daniels tentar jogar de dentro do pocket e tem uma das deep balls mais lindas e precisas dessa classe.

Pontos Fracos

Vejo dois grandes problemas no jogo de Daniels que precisam ser corrigidos. Primeiro, sua presença dentro do pocket. Apesar de ser muito atlético, ele acaba não conseguindo fugir da pressão em diversos momentos e acaba sofrendo muitos sacks. E em segundo lugar sua capacidade de trabalhar o jogo rápido. Ele demonstrou falta de capacidade de antecipação dos passes em comeback routes (hitches, curls e comebacks), e talvez por isso LSU tenha ficado hesitante em trabalhar o meio do campo – com Daniels lançando apenas 16 passes entre 10-20 jardas entre os números durante todo o ano de 2023. Para ter sucesso na NFL ele precisará trabalhar essa região do campo, pois dificilmente terá super atletas que consigam ganhar outside constantemente como Malik Nabers e Brian Thomas.

Pro Comp

Apesar de ter o porte físico muito parecido com Lamar Jackson, Daniels tem um estilo de corrida mais parecido com Justin Fields, procurando bastante o contato – o que pode ser perigoso devido à estrutura física dele.

Destino Ideal

O futuro de Jayden Daniels parece ser nos Commanders. Após contratar Kliff Kingsbury (que comanda um ataque muito parecido com o que Daniels liderou no college e favorece seus pontos fortes) para ser o coordenador ofensivo e Mariota (jogador com características parecidas) para ser o backup.

Tier 3: Incógnita total

JJ McCarthy

Atual campeão do college football jogando por Michigan, onde foi titular nos dois últimos anos, JJ McCarthy começou o processo do draft como uma provável pick de segundo dia. Mas com um grande lobby do seu ex-head coach e novo treinador dos Chargers, Jim Harbaugh, o jovem jogador conquistou muitos fãs na mídia e nos front offices da NFL, estando fortemente especulado para ser selecionado no top 10 do draft.

Com um time dominante nos últimos anos, McCarthy atuou mais como um game manager ao longo de duas temporadas, com pouca necessidade de elevar o talento ao seu redor. Porém, mesmo com muito menos experiência e tempo de jogo que seus companheiros, muitos consideram que o jovem promissor pode fazer tanto quanto os principais nomes do draft em sua posição, apesar de não ter sido exigido ao longo de sua carreira.

Pontos Fortes

Atlético o suficiente para ter sucesso dentro e fora do pocket. Teve o braço bastante elogiado e acredita-se que pode lançar a bola em praticamente todo o campo.

Pontos Fracos

Pouca experiência. Difícil de analisar se ele não foi pedido para fazer todos os lançamentos ou se ele não consegue fazê-los. A fita dele é muito limitada e é praticamente impossível afirmar se ele realmente consegue fazer o que os analistas acreditam que ele é capaz.

Destino Ideal

Caso Minnesota não consiga subir para pegar Drake Maye, McCarthy seria um alvo e seria interessante o quanto Kevin O’Connell poderia ajudar no seu desenvolvimento em um time que possui um elenco de apoio muito bom no ataque.

Tier 4: Experientes, com pouco potencial para crescimento

Michael Penix Jr

Com incríveis 6 temporadas no college, Penix estreará na NFL com 24 anos (mais velho que Trey Lance, que já vai para seu quarto ano na liga) é um dos jogadores mais experientes desse draft. Após sofrer muitas lesões em Indiana, o astro se transferiu para Washington, onde renasceu sua carreira com duas grandes temporadas, chegando à final do college no ano passado.

Pontos Fortes

Possui um dos braços mais fortes do draft. Apesar de ser canhoto, consegue colocar uma espiral perfeita na bola e é excelente explorando os passes longos.

Pontos Fracos

Pouca mobilidade para estender as jogadas, o que é crucial na NFL atual. Além disso, parece relutante em explorar passes curtos no meio do campo.

Pro Comp

Tem uma excelente capacidade de trabalhar dentro do pocket e um bom braço assim como Jared Goff. Similar a Goff, também demonstrou muitos problemas quando pressionado.

Destino Ideal

Não vejo os Seahawks draftando ele ainda na primeira rodada, mas caso esteja no alcance no segundo dia ele poderia encontrar seu antigo coordenador ofensivo de Washington em Ryan Grub em Seattle, e, sem pressão para ser titular no dia 1, poderia entrar no ritmo da NFL e eventualmente encontrar sucesso em um ataque muito talentoso.

Bo Nix

Outro veterano no college, Bo Nix é ainda mais velho que Penix, apesar de ter jogado apenas 5 temporadas (todas como titular). Considerado um improvisador nos seus tempos de Auburn, Nix virou outro jogador após se transferir para Oregon, virando um verdadeiro game manager em sua nova alma mater. Agora, ele entra no draft com mais experiência em campo que qualquer outro jogador de sua posição.

Pontos Fortes

Bastante experiente, já viu praticamente de tudo e já chega com a capacidade de ser titular. O braço é suficientemente bom e mostra capacidade de improvisar e estender jogadas

Pontos Fracos

Apesar de apresentar certa mobilidade, tem menos atributos físicos que os outros talentos da primeira rodada e o seu teto é baixo considerando toda a curva de aprendizado que já passou.

Pro Comp

Me lembra bastante Brock Purdy, e pode ter bastante sucesso caso encontre uma situação parecida com um time que utilize de um jogo rápido e passes intermediários.

Destino Ideal

Parece feito para o ataque de Sean Payton. Mesmo com o Denver Broncos estando com talento reduzido no momento, acho que seria uma boa escolha caso esteja lá na segunda rodada.

Tier 5: Talentosos, mas com necessidade de lapidar

Spencer Rattler

Estrela ainda no high school, quando estrelou o documentário “QB1: Beyond the Lights” da Netflix. Spencer Rattler foi recrutado por Lincoln Riley para jogar no Oklahoma Sooners em um dos ataques mais proeminentes do college na época. Porém, após diversos problemas comportamentais que refletiram em más atuações, o jogador perdeu a vaga para o então freshman Caleb Williams.

Após perder a titularidade, Rattler se transferiu para South Carolina, onde conseguiu renascer sua carreira. Apesar de ainda levantar questionamentos sobre sua ética de trabalho e extra-campo, o talento de Rattler intriga muitos treinadores e ele deve ser uma escolha de segundo dia para um time que deseja desenvolvê-lo.

Jordan Travis

Apesar de ter 6 temporadas no college, Travis teve bem menos tempo de jogo que outros jogadores da classe e entra na liga ainda bastante cru apesar da idade avançada para um rookie. Ainda assim, ele possui muitos aspectos intrigantes do seu jogo: excelente presença de pocket e ball placement, que o tornam um candidato interessante para um time que deseja selecionar um quarterback com potencial de titular mais tarde no draft. Se colocado em um regime parecido com o que Jordan Love passou em Green Bay, Travis tem potencial para se desenvolver e se tornar titular na liga no futuro.

Joe Milton

Outro quarterback com 6 anos no college, Joe Milton se tornou titular apenas no seu último ano em Tennessee. Assim, Milton é um prospecto completamente cru, com diversos problemas de leitura e progressão; entretanto, suas capacidades atléticas e seu braço extremamente potente (quebrou o recorde de Josh Allen para maior velocidade lançando a bola na história do Combine) o tornam um projeto muito interessante para um time que pensa na possibilidade de desenvolvê-lo.

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