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Futebol

A chocante entrevista de Dele Alli: meia revela abuso sexual e entrada na reabilitação

(por Mattheus Prudente)De astro do Tottenham na Premier League a esquecido na Turquia: Dele Alli teve alguns anos conturbados dentro do futebol depois de ter muito sucesso pelos Spurs. No entanto, o que as pessoas não sabiam é a difícil história de vida do atleta e como ele vem tendo problemas com a sua saúde mental e vício em substâncias. Em uma das entrevistas mais emocionantes e reveladoras já feitas, Alli conversou com o ex-lateral Gary Neville, que hoje trabalha para a Sky Sports, falando sobre a sua infância e sobre esses problemas. Abaixo, algumas partes importantes dessa conversa. AVISO: ESSE ARTIGO PODE CONTER GATILHOS PARA ALGUMAS PESSOAS Abuso sexual e infância conturbada “Existem alguns incidentes que podem dar um entendimento breve. Quando eu tinha seis anos, eu fui molestado por uma amiga da minha mãe que estava sempre na minha casa. A minha mãe era alcóolatra. Eu fui enviado para a África para aprender disciplina, então eu fui mandado de volta para casa. Quando eu tinha sete anos, eu comecei a fumar. Com oito eu comecei a vender drogas. Uma pessoa mais velha disse que a polícia não pararia uma criança, então eu andava por aí com a minha bola de futebol, mas tinha drogas. Quando tinha 11, eu fui pendurado em uma ponte por um vizinho. Com 12, eu fui adotado, e, daí em diante, eu só tenho a agradecer pelo que eles fizeram por mim. Se Deus criou pessoas, foram eles. Eles são incríveis e me ajudaram muito.” Vício em remédios e reabilitação “Eu fiquei viciado em remédios para dormir, e eu acredito que eu não sou o único a ter esse problema. Eu acho que é um problema que acontece mais do que as pessoas sabem no futebol. Agora provavelmente é a hora certa para contar para as pessoas. É difícil falar, pois é algo muito recente e eu escondi por muito tempo. Quando eu voltei da Turquia, eu descobri que eu precisava de uma operação. Eu estava num lugar ruim mentalmente, então eu decidi ir para uma clínica de reabilitação que lida com vícios, saúde mental e traumas. Eu senti que era a minha hora de ir. Você não pode obrigar ninguém a ir, é preciso que a pessoa tome essa decisão. Eu estava num ciclo ruim, dependendo de coisas que me faziam mal.  Eu ia todo dia para o treino sorrindo, mostrando que eu estava feliz, mas lá dentro eu estava perdendo a batalha, e era hora de mudar. Quando me disseram que eu teria que fazer cirurgia eu senti tudo que senti quando o ciclo começou. O Everton me apoiou muito e eu sou muito agradecido a eles. Eles me apoiaram quando eu tomei a maior decisão da minha vida, e eu estou feliz que eu tomei essa decisão.” Saúde mental no futebol e aposentadoria precoce “Não me interpretem mal, eu adoro futebol. Salvou minha vida. Devo tudo ao futebol. Mas não é tão fácil como todos pensam que é. Sim, você tem dinheiro e pode fazer muitas coisas que não seria capaz de fazer sem ele, mas mentalmente, até que você esteja nele, acho que as pessoas nunca vão entender o que isso pode fazer com você. Provavelmente o momento mais triste para mim foi quando José Mourinho era o técnico do Tottenham. Eu tinha 24 anos. Lembro que houve um treino, que foi quando ele parou de me colocar para jogar, eu estava em um lugar ruim e lembro de apenas olhar o espelho. Parece dramático, mas eu estava literalmente me olhando no espelho e perguntando se poderia me aposentar agora, aos 24 anos, fazendo o que amo. Para mim, foi de partir o coração ter esse pensamento. Isso me machucou e foi outra coisa que tive que carregar.” 

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