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Futebol

Ingressos de Flamengo x São Paulo: quem já perdeu foi o torcedor

(Por Isaac Simões)Setecentos! O polêmico e alto valor cobrado por Flamengo e São Paulo em um dos setores do Maracanã e Morumbi para as finais da Copa do Brasil roubou a cena da decisão desde o fim da última semana quando o Rubro-Negro anunciou que praticaria esse preço no duelo de ida do dia 17 de setembro. Era óbvio que os torcedores iriam protestar. Mas nada adiantou. Se por um lado o Flamengo manteve os preços altos para o jogo do Rio, por outro o São Paulo avisou que teria “reciprocidade” na partida da Terra da Garoa. E assim o fez, divulgando nesta quarta-feira (06) que a torcida rubro-negra também pagará os mesmos 700 reais cobrados para os tricolores. O ingresso mais barato do Morumbi custa 200 a inteira, metade do que o Flamengo cobrou, enquanto os valores mais elevados aparecem por 2.500 na casa dos paulistas e 4.500 dos cariocas. Se os preços assustam? Diria que mais que isso: eles dão um tapa na cara de quem acompanhou seu clube durante a maior parte da temporada e agora não terá nem o direito de tentar conseguir uma entrada para as finais. Isso é bom para quem? Os cofres dos clubes? É só negócio, então? E se o futebol for apenas negócio, será que tratar “mal” o seu “cliente” não o afastará de você? São perguntas que ficam para os grandes marketeiros de ambos. Uma coisa eu sei: não se maltrata quem amamos. Não os afastamos e tiramos o direito de buscarem estar perto de nós. O imediatismo das diretorias machuca e gera revolta em milhares de torcedores apaixonados e exclui uma parcela da sociedade dos estádios/arenas que em tantos momentos foi a responsável por “salvar” o clube quando estava na pior. Alguns defendem os preços dos ingressos da final com o argumento da oferta e demanda, vide o esgotamento rápido dos bilhetes para o jogo de ida, e que sem dúvida, também ocorrerá para o da volta. Porém, privilegiar somente quem tem poder aquisitivo elevado é desprezar outros milhões de menor condição e que são usados na hora “que interessa” para dirigentes e pesquisas de tamanho de torcida.É lamentável! Talvez o futuro seja o responsável por mostrar o impacto desta elitização nas arquibancadas. Modelo que avançou nos grandes centros com as arenas para a Copa do Mundo de 2014 e que hoje atinge cifras completamente fora da realidade do brasileiro. Ir a um jogo de Série A no Brasil não é barato. Ir às finais entre Flamengo e São Paulo nem se fala. Quem vai ganhar? Ainda não sabemos. Mas quem já perdeu, e muito, foi o torcedor.

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