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Rússia x Ucrânia no futsal: o esporte realmente apazigua todas as situações?

(por Mattheus Prudente)Todo mundo que é brasileiro e teve contato com pessoas mais velhas sabe da história do “dia em que Pelé parou a guerra”, se referindo a quando o povo nigeriano parou uma guerra para ver o Rei jogar.  Por conta dessa história, muitos falam que o esporte é mágico, interrompe confrontos e faz com que a paz apareça no mundo. Ucrânia e Rússia passam por um grande conflito, e, por isso, a UEFA bloqueia os times dos países de se enfrentarem nas competições europeias de futebol, evitando que exista um possível encontro entre torcedores. No entanto, pela Euro de futsal, as seleções dos dois países se enfrentam em uma das semifinais da competição, levantando a questão sobre a necessidade desse jogo, e se a UEFA não deveria impedir que os países se enfrentem em um momento tão tenso politicamente. O forte nacionalismo vai entrar em quadra para ambos os lados? Não é a primeira vez que equipes se enfrentam em momentos tensos politicamente e com ideologias diferentes. Durante o processo de queda do muro de Berlim, St. Pauli e Hamburgo se enfrentavam em batalhas ferozes dentro e fora de campo, já que, os torcedores de esquerda do St. Pauli se encontravam com os neonazistas do Hamburgo. Os exemplos mais claros dessas situações acontecem nos Jogos Olímpicos. Mais recentemente, os Estados Unidos anunciaram que não iam mandar nenhum representante político para Pequim para acompanhar as Olimpíadas de Inverno na China, que estão acontecendo neste mês. Quando se pensa nas tensões políticas vividas no brasil, esportivamente falando, o Flamengo é o primeiro clube que vem a mente. A gestão da equipe carioca, com Rodrigo Landim como representante, parece estar cada vez mais alinhada com o presidente Jair Bolsonaro. Quando se entra em campo, porém, isso não é levado em conta. O confronto entre Ucrânia e Rússia deve ser aquele mais feroz politicamente falando desde os momentos de tensões na Guerra Fria, onde aconteciam vários problemas para reorganizar os confrontos da UEFA Champions League. No entanto, é entendido que o ser humano é um ser político, e tudo que fazemos envolve esse assunto. Isso levanta a questão: o esporte realmente apazigua todas as situações? Em nenhuma dessas situações, o esportivo foi realmente afetado. Não houve nenhuma vez em que os jogadores de St. Pauli e Hamburgo entraram em confronto dentro de campo, e nenhum atleta estadunidense está sendo impedido de entrar para disputar as Olimpíadas. Além disso, nenhum jogador do Flamengo sofre ataques dentro de campo por jogar em um tima de alinhamento bolsonarista. Apesar da política estar em tudo que vivemos, é possível que o esporte seja, sim, um “alívio” para as disputas políticas, pelo menos dentro das quatro linhas. Ucrânia e Rússia têm tudo para, apesar de suas diferenças, provar mais uma vez, esse ponto. Pratiquem a paz no esporte, e usem influências para lutar por uma melhora em qualquer âmbito da sociedade. A guerra não é o bem, a guerra não é o que a sociedade quer. A guerra, em si, não leva a nada. Esperemos que os dois países não a levem para dentro do esporte. 

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