Draftado com muitos questionamentos, Jordan Love teve que permanecer no banco por três anos, pois o titular é um futuro Hall da Fama. Esse Hall da Fama é trocado, e a organização aposta em você, mas os fãs não veem muita esperança. Então o quarterback surpreende, trabalha duro e leva sua equipe aos playoffs, quando ninguém esperava. Nos playoffs, os Cowboys em Dallas pela frente. Só isso.
Mas, Love não se intimidou e destruiu com jogo, liderando a maior franquia da NFL a um atropelo na casa do adversário. Love mostra que a ‘Era do Amor’ é de verdade em Green Bay Packers.
A era do amor é de verdade
O futebol americano e a NFL têm me ensinado bastante desde que comecei a acompanhar a liga e cobri-la aqui na Playmaker Brasil. Em cada jogo, existe uma história, dos times, dos técnicos, dos jogadores… Neste fim de semana de Wild Card, pudemos acompanhar algumas, e dá para dizer que as melhores vieram da conferência nacional. Tivemos Goff vs Stafford, a redenção de Baker Mayfield e a que mais me chama a atenção, a de Jordan Love e o Green Bay Packers.
E essa história tem tudo a ver com a rica e grandiosa história dos Packers. Uma organização que fica em um dos menores mercados esportivos dos Estados Unidos, uma franquia que não tem um dono específico ou pertence a uma família; os ‘donos’, melhor dizendo, são a própria franquia. E apesar de serem a franquia mais vencedora antes da era Super Bowl, os Packers têm uma cultura muito caseira, visto que a maioria de seus jogadores mais lendários foi draftada e formada na própria franquia.
Bart Starr, Clay Matthews, Brett Favre e Aaron Rodgers, são só alguns dos jogadores que começaram suas carreiras de verde e dourado e se tornaram verdadeiras lendas. Isso no passado, porque no elenco atual ainda podemos citar Aaron Jones e Jaire Alexander. E é claro, Jordan Love.
Quando foi draftado em 2020 na primeira rodada do draft, a escolha de Love foi muito questionada e o general manager Brian Gutekunst muito criticado pela escolha, visto que no time já tinha Aaron Rodgers. Mas a vida é engraçada, e como dizia John Lennon: “A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos”.
Aaron Rodgers foi duas vezes MVP de forma seguida, é verdade. E levou os Packers a duas vezes a seed 1 da NFC. Porém, Rodgers, devido a problemas com a diretoria de Green Bay, pediu para ser trocado, jogou mais um ano em 2022, mas na última offseason foi trocado para o New York Jets.
Quando o seu quarterback, que é a cara da franquia, pede para ser trocado, é necessário tomar decisões. O que fazer? Bem, os Packers resolveram apostar em Jordan Love, no QB draftado a dois anos atrás sob muitas críticas. E eles acertaram.
Jordan Love levou um Green Bay Packers cheio de jovens jogadores, é o time mais jovem dos playoffs, à pós-temporada e no Wild Card liderou um massacre sobre o Dallas Cowboys em Arlington. Foram 272 jardas e três touchdowns lançados. Boa postura no pocket, sabendo ler a pressão e lidando bem com ela e força no braço. Na temporada regular foram 32 touchdowns lançados e mais de 4 mil jardas. Ótimos números para quem se tinha mais desconfiança e preocupação no início da temporada.
Próximo desafio de Jordan Love: um velho carrasco
Agora Love terá pela frente um adversário o qual seu antecessor sofreu bastante, o San Francisco 49ers. Os Packers acumulam eliminações para os Niners nos últimos anos, mesmo com Aaron Rodgers. Será que Jordan Love conseguirá superar a fortíssima defesa dos 49ers em Santa Clara e superar um carrasco que nem seu antigo mentor conseguiu?
Bem, essa é uma história que só o Divisional Round irá nos contar. Independentemente do resultado, o torcedor dos Packers sabe que pode confiar o seu presente e seu futuro no camisa 10. A era do amor está no ar em Green Bay.