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Futebol

Alvo de racismo, Kameni diz que Vini Jr. “sofreria menos com uma atitude diferente” 

(por Rodrigo Rocha)O goleiro Carlos Kameni, ídolo de Camarões, Espanyol e Málaga, concedeu uma entrevista especial ao portal Relevo, da Espanha, para repassar sua carreira. Aos 39 anos, o camaronês segue em atividade pelo modesto Antequera, da terceira divisão espanhola. Dentre os assuntos, o racismo esteve em pauta, pois assim como Vinícius Júnior, Kameni, também foi alvo de insultos nos estádios espanhóis.Kameni defendeu o estilo de jogo irreverente de Vini, que é visto por parte da mídia espanhola como provocativo e por isso o atacante do Real Madrid sofre as “consequências”. Porém, para o goleiro, o brasileiro poderia ter uma vida mais tranquila se mudasse suas atitudes e reações diante dos ataques sofridos.“Gritar ou insultar é entrar no jogo deles, colocar-se ao nível deles… Muitas vezes o silêncio é a melhor maneira de responder, e você tem que olhar para o fato de que o jogador tem um estilo de jogo que pode ser interpretado como provocação. Não é que você tenha que mudar a maneira como joga, mas sua atitude física ou reação tem uma grande influência em como as coisas vão mais ou menos. Passar para um tom mais calmo e educado acho que é a chave”, disse Kameni.Perguntado se o futebol evoluiu quanto ao problema, o ex-goleiro da seleção de Camaões lamentou e negou, mas reconhece que hoje há mais punições que antes.”Há muito tempo que disse que era necessário pôr fim a esta situação e estou feliz por estarem agora a ser tomadas decisões. A situação não melhorou porque continuamos a vivenciar isso quase todos os finais de semana, mas na forma de atacar o problema as sanções estão aí. Antes eles disseram que iriam investigar, mas as ações nunca aconteceram”, respondeu Kameni.O próprio caso de Vinícius exemplifica a fala de Kameni, visto que o brasileiro recebeu diversas mensagens de apoio de vários jogadores e entidades internacionais. Já quando questionado sobre ter recebido apoio do mundo do futebol na época em que era hostilizado com frequência nos estádios, Kameni disse que só contava com o apoio dos companheiros de equipe.‘Sinceramente, nunca esperei a ajuda de ninguém. O bom foi saber que meus companheiros estavam comigo, isso é o mais importante. Se você está em uma bagunça como essa e não tem o apoio de seus entes queridos, você está morto. Não preciso das mensagens (de apoio), preciso que elas (entidades do futebol) ajam, preciso que elas (pessoas racistas) sejam multadas”, falou o goleiro. 

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