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Futebol

Impressões da partida de eliminação da Bélgica, que apenas empatou com a Croácia

(por Rafael Lima) Precisando vencer para se classificar, era esperado que a Bélgica entrasse com uma postura agressiva, diferente do que vinha apresentando na Copa do Mundo, mas a passividade seguiu durante grande parte do jogo e, com falhas individuais no ataque, os carrascos do Brasil no último mundial deram adeus ao Catar com um empate em 0 a 0 diante dos croatas. A Croácia desde o início adiantou suas linhas e foi para cima com muita velocidade e boas trocas de passes. Enquanto isso, a Bélgica, com Trossard e Mertens, era muito mais rápida do que nos jogos anteriores, dando boas opções para De Bruyne acionar. O jogo era bem dinâmico, a Croácia pressionava no campo ofensivo, marcando com cinco e as vezes seis jogadores ocupando o meio-campo na fase defensiva. Essa marcação dificultava a saída belga e o jogo se tornava uma partida de xadrez, já que a Bélgica não tinha o drible para quebrar as linhas, enquanto os croatas saiam com mais objetividade, mas também tinham dificuldades de criação. A Croácia estava confortável com o empate e passou a desacelerar mais o jogo, cozinhando a partida com passes de lado. Isso era possível pela passividade belga, que não conseguia pressionar a saída e nem “quebrar a bola” dos croatas. O duelo era morno porque os atuais vice-campeões queriam. Desta forma se desenvolveu o primeiro tempo aquém das expectativas, pois a postura ofensiva croata durou pouco e a opção por um time mais leve da Bélgica também não funcionou tanto, pois a bola rondava a área e não tinha ninguém de referência para incomodar a zaga adversária. Com Lukaku no lugar de Mertens, a Bélgica voltou com mais presença de área e passou utilizar os cruzamentos como principal ação ofensiva. Porém, do outro lado, com jogadores mais próximos e um meio-campo que marca e joga, a Croácia era muito melhor com a bola no pé. Modric, Kovacic e Brozovic negociavam bem a bola com os pontas e abriam espaço para finalizar. Com chutes de longa distância, os croatas faziam Courtois trabalhar muito. Chamava atenção a passividade dos belgas, que assistiam a Croácia tocar a bola e sair jogando sem muito incômodo. O único jogador que fazia a diferença na Bélgica era De Bruyne, com boa movimentação e enfiadas de bola, o meia passou a encontrar espaço para fazer seu ataque finalizar. Em um desses lances criados pelo craque do City, Lukaku carimbou a trave. Com o passar do tempo a Bélgica passou a adiantar mais suas linhas e insistir nos cruzamentos, porém, dava o contra-ataque para a Croácia. Os croatas tinham espaço para matar o jogo, mas erravam no último terço do campo. Povoando mais a área adversária, a bola rondava o gol dos vice-campeões, isso porque o time pressionava a saída de bola com seis jogadores e uma segunda linha com os outros, ocupando o campo ofensivo por completo. Chances belgas foram criadas, mas Lukaku perdeu muitos gols. E foi assim, nesta melancolia, que a Bélgica, uma das principais favoritas ao título, deixou a Copa do Mundo. Já a Croácia, um time técnico, porém, envelhecido, segue para as oitavas onde entrará como zebra, provavelmente diante da Espanha. 

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