(por Rafael Lima)O Equador não teve dificuldades para vencer o Catar na estreia do Copa do Mundo. A equipe fez um ótimo primeiro tempo explorando a incrível fragilidade dos donos da casa. Logo no início, se aproveitando da ingenuidade da defesa e, principalmente do goleiro do Catar, o Equador balançou as redes com seu artilheiro Enner Valencia, mas um impedimento muito criterioso manteve o 0 x 0. O lance deixou clara a falta de confiabilidade passado pelo goleiro Al-Sheed e o posicionamento defensivo ruim dos donos da casa. O Equador colocou a bola no chão e começou a tentar explorar as pontas, buscando abrir a insegura defesa do Catar. A armadilha surtiu efeito e, numa enfiada de bola pelo meio de Estrada, que assim como Plata flutuava bem, aproveitando o sistema defensivo dos donos da casa aberto, Enner Valencia foi derrubado por Al-Sheeb e o atacante anotou o primeiro gol da Copa num pênalti muito bem batido.A ingenuidade defensiva do Catar era nítida, o time não conseguia sair com a bola e, mesmo com os jogadores postados, eles não se acostumavam com a movimentação equatoriana, que não tinha nada de especial, mas surtia efeito. Com calma, tocando a bola, girando o jogo de um lado para o outro, o espaço era encontrado com facilidade. Caicedo chegou como elemento surpresa pela falta de acompanhamento defensivo, tocou para Preciado que cruzou na cabeça Enner Valencia. O atacante se movimentou, ninguém acompanhou, e ele cabeceou no cantinho para fazer o segundo. O Equador diminuiu o ímpeto e passou a dar mais espaço, principalmente do lado esquerdo, já que Estupiñan é muito ofensivo. Quase um cruzamento por esse setor resultou em um gol do Catar, que carecia de técnica e organização.Na segunda etapa o Catar adiantou as linhas, mas a falta de qualidade na construção de jogadas era cada vez mais nítida. Os zagueiros não conseguiam iniciar a fase ofensiva, errando passes e se livrando da bola. Em determinado momento, Afif chegou a voltar pra tentar construir, só que nada de bom acontecia.Já os equatorianos tinham uma postura mais compacta, tocavam a bola sem se expor muito no ataque, colocando panos frios na partida. O Equador não sofria porque a dificuldade na construção de jogadas do Catar era absurda. O time não se movimentava e facilmente era anulado. Só que os equatorianos, mesmo com a entrada de Sarmento, que deu mais mobilidade ao meio-campo, pararam de virar o jogo e construir de pé em pé. As equipes também foram violentas e estabanadas. Ambas deveram muito futebol na etapa complementar.Positivamente, vale ressaltar a ofensividade dos laterais Preciado e Estupiñan, a movimentação de Plata e a espetacular presença de área de Enner Valencia, que foi o melhor em campo.O Equador precisará repetir a lucidez e bola no chão do primeiro tempo se quiser se classificar. Enquanto o Catar necessitará de um milagre para pontuar nesta Copa.
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