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Futebol

Impressões da vitória e classificação dos Estados Unidos contra o Irã

(por Matheus Correia)Em um embate que era esperado mais pelo duelo histórico e político fora do âmbito futebolístico do que necessariamente pela bola jogada em campo, vimos mais uma bela exibição da seleção dos Estados Unidos, apesar de termos visto também os mesmos erros das partidas anteriores. Os americanos conseguiram um merecidíssima vitória por 1 a 0 contra o Irã, que por sua vez, passaram longe de ser aquela equipe estrutura e organizada vista na partida contra País de Gales.É possível considerar a equipe treinada por Gregg Berhalter como uma das gratas surpresas desta Copa do Mundo. Uma organização posicional e na construção que reflete o posicionamento e as leituras táticas do time titular, e estes aspectos são extremamente potencializados pelo excelente meio-campo estadunidense. Yunus Musah, Tyler Adams e Weston McKinnie provavelmente são os melhores nomes que esta geração americana irá oferecer. Os três compartilham de características semelhantes, mas são atletas disruptivos ao apresentar qualidades únicas e que tornam a construção de jogo dos EUA um verdadeiro inferno para o time adversário.Uma prova da qualidade dos Estados Unidos na criação é a quantidade de toques na bola dentro da área adversária no primeiro tempo: 16. Gregg Berhalter é “abençoado” por ter um setor com um trio de atletas que combinam mobilidade, versatilidade, intensidade defensiva e personalidade. Mas claro, o tripé não é a única arma ofensiva dos estadunidenses. Aliás, não seria possível alcançar a vitória por 1 a 0 caso não fosse a presença de outros dois jogadores de extrema qualidade: Sergiño Dest e Christian Pulisic. Este último, considerado como o grande nome da seleção, ainda parece ter dificuldade em encontrar sua função definitiva na equipe, mas sabe que é protagonista e se comporta como um.O gol americano surge não apenas da visão fantástica de McKinnie, mas também da profundidade e capacidade de decisão de Dest e da noção tática e ofensiva de Pulisic. O camisa 10 americano, ao perceber a corrida de Sergiño pela direita, dispara entre os defensores iranianos, chegando consideravelmente na frente no momento de conclusão após uma assistência fenomenal de Dest. No entanto, a equipe de Gregg Berhalter sofreu com os mesmos problemas das últimas duas partidas, principalmente quando o jogo tomou proporções de “desespero”. Na segunda etapa, Gregg substituiu McKinnie por Acosta e fez com que sua equipe perdesse uma imensa arma em uma fase de jogo de “abafa”, tanto pela qualidade na recomposição defensiva quanto na habilidade em “segurar” a bola.O Irã, que passou o jogo inteiro tentando ligações diretas com Taremi e Azmoun (e fracassou de maneira inacreditável), só conseguiu jogar futebol depois de subir suas linhas defensivas em situações de ataques na tentativa de conseguir o gol de empate. Antes disso, a seleção de Carlos Queiroz foi inexistente em campo. Se há um setor em que o Irã merece destaque, definitivamente é na cobertura do sistema defensivo. Os Estados Unidos tiveram muita dificuldade pelos lados no último terço, o que fica claro quando mostramos o número de cruzamentos completados no primeiro tempo: um de 15 tentados.Completamente pobre de ideias ofensivas, principalmente pela ausência de Alireza Jahanbakhsh e da opção de utilizar Taremi como um dos homens de ligação/criação, o Irã não mostrou em nada o futebol organizado que praticou contra País de Gales. Já os Estados Unidos conquistaram merecidamente o passaporte para as oitavas-de-final, e sem sombra de dúvidas irão dar uma enorme dor de cabeça para a Holanda de Van Gaal.

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