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Futebol

Impressões da vitória suada de Portugal sobre Gana

(por Rafael Lima) Em um jogo de muita variação tática, falhas individuais, faltas e muita emoção. Portugal teve que se moldar à mudança tática de Gana no segundo tempo para garantir a difícil vitória por 3×2. A Seleção Portuguesa começou o jogo com uma postura tática definida. A equipe não abriu mão da posse de bola, tocando de pé em pé para encontrar o melhor espaço dentro do ferrolho ganês. Com Bruno Fernandes e Bernardo Silva participando bastante da criação de jogadas, mas com Cristiano Ronaldo mais isolado, além de Otávio e João Félix pouco ligados no ataque, o time tinha a bola, porém, não agredia. A lentidão na hora de afunilar a jogada era um problema bem claro para os nossos “patrícios”.Gana tinha duas linhas defensivas bem postadas que não deixavam Portugal criar. Os africanos ficavam totalmente recuados, tentando ligação direta com o ataque na base da bola longa. Facilmente bloqueada pelos defensores portugueses. Com um futebol burocrático e sem criatividade para quebrar as linhas de Gana, Portugal ficou o primeiro tempo inteiro sem conseguir uma situação clara de gol. Enquanto isso, a seleção africana praticamente não jogou com a bola. A proposta de apostar nos contragolpes não foi bem sucedida porque a redonda queimava no pé dos jogadores, num futebol bem aquém do potencial do time, que não tinha saída para as pontas e nenhum jogador lúcido para buscar o jogo. Na segunda etapa, Gana resolveu jogar mais, a marcação continuava intensa, só que o time tinha um contra-ataque mais organizado, se aproveitando de um Portugal mais aberto. Os portugueses, por sua vez, seguiam com o problema da lentidão na criação. Com o jogo difícil, travado, a malícia de um dos maiores jogadores da história se tornou um fator preponderante. Cristiano Ronaldo cavou um pênalti em um lance morto e anotou o gol português, se tornando o único atleta da história a marcar gols em cinco copas do mundo diferentes. Após o gol, Gana saiu com mais velocidade pelas pontas. Numa jogada rápida, aproveitando a linha alta de Portugal e o espaçamento entre meio-campo e defesa, Kudus apareceu nas costas da zaga e cruzou para Ayew empatar o duelo. Com os times mais cansados, as falhas e espaços passaram a aparecer mais. Gana, na fase ofensiva se lançou ao ataque, mas um passe errado africano permitiu o contragolpe rápido, com lindo lançamento de Bruno Fernandes para João Félix recolocar Portugal na frente.Gana, sem organização defensiva, indo para o ataque de forma desorganizada, permitia que o contra-ataque português encaixasse perfeitamente. Bruno Fernandes encontrou Cristiano Ronaldo que deixou Rafael Leão na cara do gol para anotar o terceiro gol. Movimentação ofensiva perfeita de Portugal, mostrando uma força de contragolpe muito interessante para um time que normalmente gosta da bola. Se aproveitando do comportamento ultra ofensivo de João Cancelo, Gana novamente insistiu na ligação rápida pela esquerda, Baba, que chega bem à linha de fundo, cruzou na cabeça de Bukari para anotar o segundo. Portugal mostrou muita fragilidade defensiva. O time marca bem no campo de ataque, mas defensivamente não tem cobertura. Contra seleções mais qualificadas isso pode se tornar um grande problema.O cansaço das equipes fez a partida se tornar uma pelada, totalmente aberto. Os times esqueceram a tática e foram na base do entusiasmo. No fim, uma falha individual do goleiro Diogo Costa quase permitiu o empate, porém, Iñaki Williams perdeu um gol claro. Que jogo maluco no segundo tempo! Vitória suada de Portugal. 

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