(por Rafael Lima)A Seleção Brasileira foi até o Uruguai para se manter entre os dois primeiros colocados das Eliminatórias para a Copa, porém, o adversário queria o mesmo. Após um empate amargo, em casa, contra a Venezuela, o Brasil, que foi para esse doblete em busca de pelo menos uma vitória e um empate, queria enfrentar os uruguaios de igual para igual.Já a Seleção Uruguaia, que está no início de trabalho do argentino Marcelo Bielsa, queria impor seu estilo de jogo em casa, fazer valer a armadilha tática para manter os 100% em Montevidéu e ultrapassar o rival na tabela de classificação.Primeiro tempo de pesadelo para o BrasilO jogo começou muito pegado, com marcação forte, passes de lado e ninguém criando chances de gol. O Brasil tinha mais a bola, mas não acelerava o jogo, girando de um lado para o outro, sem afunilar para atacar a meta.Parecia que o Brasil havia entrado em campo para atrair o Uruguai e tentar sair em velocidade, pegando a defesa uruguaia desguarnecida, porém, a estratégia deu errado pelo simples motivo do adversário não querer agredir a nossa Seleção, optando por jogar no erro da equipe canarinho.Com sequências de faltas, cartões amarelos e pouco futebol, a partida era um desafio para quem estava com sono e uma prova de amor para os que acompanhavam o Brasil com esperança de ver a nossa Seleção arrancar uma vitória em território inimigo. Isso porque a falta de velocidade, criatividade e inventividade num simples drible, era irritante.Apesar do marasmo que estava a partida, num lance esporádico pela esquerda, Maximiliano Araujo cruzou bem da esquerda e Darwin Núñez se abaixou para cabecear para a rede, anotando o gol na primeira finalização do jogo, abrindo o placar para o Uruguai.Logo na sequência a situação brasileira piorou ainda mais, pois Neymar pisou em falso e sofreu uma lesão grave no joelho, saindo de campo às lágrimas de dor. Com a perda de seu principal jogador, Fernando Diniz optou em colocar Richarlison na vaga do camisa 10.Daí para o fim, muita briga pela bola nos últimos minutos da etapa inicial e nada de relevante aconteceu nesta partida terrível tecnicamente.Brasil se arrasta na segunda etapa e Uruguai é letalO segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro. O Brasil tinha a posse de bola, mas não trocava passes com qualidade, não criava espaço e tampouco tinha o drible ou algum lance criativo.Os minutos passavam e o jogo seguia truncado, faltoso e sem inspiração de ambos os lados. O Uruguai se limitava a se defender e praticava o antijogo, o que tornava o espetáculo sofrível.Mesmo sem criatividade, o Brasil ia para a frente na base da vontade. A equipe não tinha organização e estava encaixotada. Porém, numa cobrança de falta, Rodrygo teve a primeira boa chance da Seleção Brasileira, chutando no travessão.Quando o Brasil passou a pisar mais na área e começou a assustar o time da casa, aos 31 minutos, Darwin Núñez fez uma linda jogada de técnica e raça em cima de Gabriel Magalhães e tocou para Nicolás De La Cruz marcar o segundo gol uruguaio, fuzilando o goleiro Ederson de dentro da área.Após o segundo tento uruguaio, a partida estava acabada, com o Brasil não conseguindo atacar, atuando de forma ainda mais burocrática e desanimada, tocando a bola sem objetividade alguma, numa performance das piores nos últimos anos. Final: Uruguai 2×0 Brasil Análise finalNitidamente Fernando Diniz não conseguiu impor o melhor de seu estilo nas duas partidas dessa data FIFA. O time teve posse de bola, mas não apresentou nenhuma objetividade, sendo marcado facilmente e ainda ficando vulnerável.Muita coisa precisa mudar na Seleção Brasileira, como atitude, organização tática, compactação e alguns privilégios. Alguns nomes consagrados precisam ser substituídos por outros que pedem passagem, aproveitando que praticamente se classificam sete equipes para a Copa do Mundo nas eliminatórias da América do Sul, é muito propício que testes sejam feitos.Entretanto, o primeiro passo é a definição de uma vez por todas sobre quem será o treinador. Isso deveria ter sido definido há algum tempo. Abre o olho CBF!Para abordar o lado vencedor da noite, essa foi a segunda vez na história que o Uruguai venceu o Brasil em Eliminatórias para a Copa. E, se não foi brilhante, a Celeste Olímpica foi muito eficiente, atuando com força defensiva e cirúrgica no ataque, completamente dentro do estilo tradicional de Marcelo Bielsa.
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