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NBA

Os Blazers podem ser a grande surpresa neste retorno da NBA?

(por Leonardo Costa) Se a temporada regular acabasse hoje, o Portland Trail Blazers, atual finalista da Conferência Oeste, sequer estaria classificado para os playoffs. O time está na nona colocação, três jogos e meio atrás do último classificado, o Memphis Grizzlies. Porém, com o retorno da liga marcado para o dia 31 de julho, após longa pausa devido a pandemia, a franquia do Oregon volta revigorada para buscar a classificação, sobretudo porque este recesso forçado foi fundamental na recuperação de algumas peças importantes do elenco. Mas, para explicar melhor esse pensamento, é preciso voltar um pouco no tempo. Ainda nos playoffs da temporada passada os Blazers perderam o pivô Jusuf Nurkic, um dos destaques da equipe. Na época a equipe tinha Enes Kanter como backup, mas com o fim do campeonato o turco acertou sua ida para os Celtics. Para suprir a necessidade de jogador de garrafão, a franquia apostou em Hassan Whiteside, que há algum tempo era uma “persona non grata” em Miami e vinha perdendo cada vez mais espaço. Se o garrafão tinha novo nome, ao menos até o retorno de Nurkic, as alas também sofreram mudanças. Al-Farouq Aminu e Maurice Harkless saíram, e por mais que não fossem destaques da equipe, estavam entrosados com a dupla Damian Lillard e Cj McCollum, além de serem fundamentais defensivamente. Mas o time tinha em Rodney Wood e Zach Collins, bons nomes para substituí-los. A temporada começou com derrota para os Nuggets e o quinteto inicial sendo formado por Lillard, McCollum, Hood, Collins e Whiteside. No banco estavam os principais reforços, o experiente Kent Bazemore, além de Anthony Tolliver e Mario Hezonja. Três jogos após o início e a equipe sofreu a primeira perda, com Hood rompendo o tendão de Aquiles. Pouco tempo depois foi a vez de Collins ser afastado após ter que ser submetido a uma cirurgia no ombro. As derrotas eram frequentes, e os playoffs pareciam algo inimaginável para a franquia. Foi após essa lesões e o baixo rendimento de alguns nomes do plantel que a franquia começou a se mexer nos bastidores. Carmelo Anthony foi o primeiro reforço, mas tratava-se mais de uma aposta, afinal, o jogador estava a mais de um ano parado e vinha em queda livre nos últimos anos. Depois foi a vez de outro veterano desembarcar em Portland, Trevor Ariza, em negociação que envolveu as saídas de Bazemore e Tolliver. Com os novos nomes a equipe evoluiu, sobretudo com o aporte defensivo de Ariza. O próprio Whiteside, reconhecido por fazer corpo mole defensivamente, elevou seu nível além das estatísticas ofensivas. Na mesma toada seguiu McCollum, sempre contribuindo para o time, com médias de 22,5 pontos por partida. Até mesmo Carmelo, no auge de sua inconstância, teve boas atuações.  Mas foi Lillard quem mostrou sua melhor versão: 28,9 pontos e 7,8 assistências de médias, ambas recordes de sua carreira. Entre 17 de janeiro e 1 fevereiro, “Dame” teve uma sequência mágica de partidas na qual deixou 45,1 pontos por jogo. Na temporada anotou mais de 20 pontos em 25 partidas, mais de 30 em 18, mais de 40 em três, superou os 50 em duas e os 60 em outros dois duelos. Com o retorno da liga, os Blazers possuem um plantel que, a priori, tem total condição de beliscar a vaga dos Grizzlies na pós-temporada. Para isso, segundo o novo formato para esse retorno, é preciso ficar ao menos quatro partidas atrás do rival para depois, em um possível confronto, eliminá-los em duas partidas. O elenco está acima da posição que ocupa e com a pausa houve tempo para que Nurkic e Collins recuperassem a forma para poderem ajudar. Em um hipotético quinteto inicial teríamos Lillard, McCollum, Anthony, Ariza e Nurkic, além de Whiteside e Collins vindo do banco. Uma sólida rotação com sete jogadores, mais ampla do que a da temporada passada e com mais recursos. Claro que a pausa pela pandemia pode refletir em atuações fracas, o qual todas a equipes estão sujeitas. Será preciso ver qual versão de Nurkic entrará em quadra após mais de um ano sem jogar e se sairá de titular. Além disso, ajustes defensivos são mais do que necessários, já que a equipe possui a quinta pior defesa da liga. Caso cheguem aos playoffs no oitavo posto, toparão, provavelmente, com os Lakers. Por mais que o retrospecto na temporada seja positivo para a equipe de Los Angeles (2-1), Lillard já causou estragos no duelo ao anotar 48 pontos e 10 assistências na vitória dos Blazers, que ficou marcada por ser a primeira partida no Staples Center após a morte de Kobe Bryant.  Por mais que os Lakers tenham LeBron James e Anthony Davis no elenco, dois dos melhores jogadores da liga, os Blazers possuem em Ariza uma boa peça defensiva, contam com Lillard e McCollum como uma das melhores e mais entrosadas duplas de backourt da liga, além de um Carmelo que pode brindar boas atuações e um garrafão com bons nomes. Caso o embate aconteça, a pós-temporada começará em grande estilo.

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