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Os eSports e seus desafios na saúde dos jogadores profissionais

(por Redação) Os eSports estão alcançando novos patamares de popularidade global, com o Brasil marcando presença como um dos principais polos do cenário competitivo. Porém, à medida que a indústria cresce, os desafios para os jogadores profissionais também se intensificam. Um grupo de pesquisadores organizado pelo renomado fisioterapeuta de eSports, Vitor Kenji, juntamente com Lethicia Thiemy, Yuri Motoyama, Davidson Magalhães, Isabelle Leal, Gabriel Boaventura, Bianca Goto, Felipe Moreira e Plinio Hirata, mergulhou profundamente nesse universo, apresentando um artigo científico pioneiro que aborda a relação entre eSports e a saúde dos jogadores.A explosão dos eSports e os desafios emergentesEm 2022, os eSports cativaram uma audiência global de 532 milhões de espectadores, e o Brasil emergiu como um dos líderes dessa revolução competitiva. Contudo, o aumento na intensidade dos treinamentos e competições trouxe consigo um desafio inesperado: o impacto na saúde física dos jogadores profissionais.Assim como nos esportes tradicionais, as equipes de eSports estão reconhecendo a necessidade crucial de integrar profissionais de saúde em suas equipes. Fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, médicos e psicólogos agora desempenham papéis essenciais na gestão da saúde dos jogadores.O artigo destaca que os jogos competitivos de eSports são categorizados em modalidades distintas, como MOBA e FPS, cada uma com suas próprias exigências físicas e cognitivas. Isso levanta a importância de abordagens de saúde adaptadas às peculiaridades de cada modalidade.A pesquisa detalhadaO objetivo central da pesquisa é avaliar a relação entre dores em membros superiores, coluna vertebral, padrões posturais e características de jogo nas modalidades MOBA (League of Legends) e FPS (Valorant). Com uma amostra robusta de 95 jogadores profissionais, o estudo coletou dados por meio de questionários detalhados, sendo a análise estatística conduzida através de métodos como testes de Kruskal-Wallis, testes de Χ2 e testes de correlação de Spearman.Principais achados e insights:Amostra da Pesquisa: 95 jogadores profissionais com média de 22 anos, representando mais de 90% dos profissionais brasileiros em MOBA e FPS.Dor Geral: A maioria não relatou dores durante a coleta de dados, com variações nas respostas relacionadas a diferentes partes do corpo.Dor no Pescoço: Maior frequência no grupo MOBA, sugerindo que a modalidade do jogo pode influenciar a prevalência de dor no pescoço.Dor nas Mãos: MOBA com maior frequência de dor no polegar e no dedo indicador esquerdo em comparação com o FPS.Dor na Mão que Controla o Teclado (Esquerda): Associação entre dor e posição do teclado, com mais dor no dedo indicador esquerdo para quem usa teclado horizontal.Dor na Mão que Controla o Mouse (Direita): A pegada “palm” está associada a uma frequência maior de dor em comparação com as pegadas “claw” e “fingertip”.Tempo de Streaming e Dor: Associação entre tempo de streaming e dor nos dedos indicador e médio esquerdos para jogadores que fazem entre 4 e 6 horas de streaming.Frequência de Dor: A maioria relatou dor “poucas vezes,” associada à experiência da equipe de saúde nos times.Experiência como Pró-Player e Dor: Jogadores com mais de 4 anos de experiência relataram mais dor no dedo médio da mão que controla o mouse.Perspectivas futurasO artigo fornece uma visão esclarecedora sobre os desafios físicos enfrentados pelos jogadores profissionais de eSports, destacando a necessidade urgente de estratégias de prevenção e tratamento. Os resultados não apenas oferecem insights cruciais para as equipes de saúde nos eSports, mas também sublinham a necessidade contínua de pesquisas nesse campo dinâmico.À medida que os eSports continuam a crescer, é essencial que a saúde dos jogadores seja uma prioridade, não apenas para a sustentabilidade da indústria, mas também para o bem-estar dos protagonistas dessa emocionante jornada competitiva. O artigo representa um passo significativo nessa direção, trazendo à luz questões que moldarão o futuro dos eSports no Brasil e além.

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