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Série Análise de torcedor – O bom draft do Miami Dolphins

(por Jefferson Castanheira) ♫ Miami has the Dolphins, The Greatest Football Team, we take the ball from goal to goal like no one’s ever seen! We’re in the air, we’re on the ground, we’re always in control! And when you say Miami you’re talking Super Bowl! ‘Cause we’re the…Miami Dolphins, Miami Dolphins, Miami Dolphins Number One! ♫Com a marcha da luta que a torcida canta (ou pelo menos cantava) quando os Dolphins estão em campo, eu começo essa análise! Bom, acabou a parte mais importante do tank que os Dolphins fizeram: A construção da base. Sem ela, Miami não conseguia ir para lugar algum, no máximo ficar sobrevivendo como um Cleveland Browns da vida. Não queremos essa amargura mais! Chega de ficarmos no 9-7, 7-9 e 8-8 da vida! Mas, para esse plano dar certo, Miami tinha que concentrar MUITO em suas escolhas no draft. Claro que todo torcedor dos golfinhos da Flórida estavam já acostumados com seus diretores e GM’s (cof cof, Jeff Ireland cof cof) fazendo altas presepadas para Miami que nunca deram em nada. Enfim, seria diferente dessa vez? Chris Grier, atual GM de Miami e Brian Flores, o nosso atual técnico, fariam um bom trabalho? Olha, o resultado foi surpreendente! Claro que não foi aquele “nooooossa, que draft perfeito”. Teve suas tradicionais escorregadas, mas foi longe de ser um fracasso. E arrisco dizer que, após esse draft e suas negociações, Miami entrou de cabeça na briga pelo título da divisão leste da AFC. Vamos lá! “With the 5h pick in the NFL Draft, the Miami Dolphins selects… Tua Tagovailoa, from Alabama University” Ok. Escolha arriscada, porém, como disse o gigante Paulo Antunes, comentarista dos canais ESPN e torcedor fanático dos Dolphins, arriscado seria NÃO draftar Tua. Sem suas lesões (algumas bem sérias como a do quadril), o QB seria facilmente a primeira escolha deste draft no lugar de Joe Burrow. Braço forte, excelente trabalho com as pernas, visão sensacional de jogo e boa velocidade para a posição. Praticamente um Russell Wilson 2.0, eu diria. Eu confesso que, horas antes do Draft, ainda estava torcendo para Miami gastar todas as suas 1st Round Picks em jogadores de linha ofensiva. Os Dolphins foram a equipe que mais cedeu Sacks na década e que menos deu tempo para o QB dentro do pocket, e essa deficiência não poderia continuar. De toda forma, pensar em deixar um cara como Tagovailoa ir embora, seria muito mais arriscado. Enfim, eu gostei e fiquei aliviado com essa escolha e não com a do Justin “Trubisky” Herbert, posso te dizer. Mas os Dolphins precisavam – e ainda precisam – reforçar a OL para o QB havaiano. Não dá pra querer que ele trabalhe da mesma forma que em Alabama sem uma proteção decente. Seria como transformar esse Russell Wilson num RG III que nunca mais foi o mesmo depois dos Redskins terem acabado com a carreira dele. Enfim, “vamo que vamo!” Animado com esse que pode ser, se tudo der certo, o nosso QB da franquia por muitos anos! As escolhas seguintes – e o que diabos o Dolphins quer com um Long SnapperEu também não sei o que os Dolphins querem fazer com um Long Snapper, confesso. Draftar um jogador dessa posição na escolha 185 do Round 6 foi completamente bizarro! Não fez qualquer sentido pra mim. Se gastou essa escolha com o Blake Ferguson, que é o jogador em questão, e escolher cortar ele depois, é questão de ir lá em Miami e dar um tapa na cara do Danny Crossmann, técnico do time de especialistas dos Dolphins, que com certeza teve mão nisso. Mas, falando do restante, eu até gostei da vinda do Austin Jackson, OT de USC. Por mais que eu ache que tinha alguns jogadores melhores para escolher na proteção da OL, como Cesar Ruiz, center draftado pelos Saints. No geral, Jackson é um bom jogador e ainda tem o fator que os Dolphins amam, jogadores que são altruístas e superam as adversidades. Jackson salvou a vida de sua irmã Autumn no verão passado, doando medula óssea. Ele perdeu a maior parte da offseason se recuperando da cirurgia, e isso provavelmente afetou sua performance. Mas, na segunda metade da temporada, ele começou a voltar à sua produção normal e acabou sendo nomeado para o primeiro time do All-Pac-12. Boa escolha! Sobre a última escolha do primeiro round, a palavra certa é desperdício. Não vejo motivos para trazer o cornerback Noah Igbinoghene, sendo bem honesto. Ao menos que o cara seja um fenômeno na NFL, não faz sentido trazer um CB que não é uma das necessidades dos Dolphins, que já têm Byron Jones e Xavien Howard. Mas, enfim, espero queimar minha língua. Na quarta escolha – já no segundo round –  os Dolphins voltaram a pensar no foco que é proteger Tua Tagovailoa, escolhendo o guard Robert Hunt de Louisiana, que é deveras sólido. Depois veio Raekwon Davis, que é um bom DT especialista em defesa 3-4. Na escolha 70, o escolhido foi o safety Brandon Jones, de Texas, e essa seleção eu tenho certeza que teve o dedo de Brian Flores. Brandon Jones é muito flexível, inteligente e versátil. Por mais que a defesa não fosse o maior problema de Miami, a chegada de Jones pode resultar em uma secundária mais forte. Na escolha 111, Miami adquiriu Solomon Kindley, OG de Georgia, após fazer um trade-up pra subir 25 escolhas atrás dele. Kindley é uma parede de aço: Forte, mas não se mexe. Pode ser bom em jogadas de play-action, talvez. Nas seleções 154 e 164, os Dolphins resolveram estar nem aí mais uma vez para OL, que é o principal ponto fraco do time, trazendo Jason Strowbridge, DE de North Carolina e Curtis Weaver, um OLB que eu achei uma grande steal por parte de Miami. Weaver era pra ter sido escolhido nos três primeiros rounds, mas caiu de posição devido alguns problemas atléticos que podem ser corrigidos com preparação física. Depois dele, veio esse ponto de interrogação que foi o long-snappper Blake Ferguson e, em sua última escolha, a 246, trouxe Malcolm Perry, WR da marinha americana. Perry foi o jogador ofensivo da AAC do ano em 2019, correndo por 2.017 jardas. Ele jogou como quarterback e RB no College, mas veio elegível como WR para os Dolphins. Jogador coringa! E veio o Matt Breida! Essa me fez feliz. Durante o draft, o running back Matt Breida, ex-49ers, veio para os Dolphins em uma troca envolvendo uma escolha de quinta rodada de Miami. Para mim, saiu de graça para Miami, que não trouxe nenhum RB no draft sendo que precisava muito disso. Breida é rápido e deve ajudar Miami nessa! E aí, no que deu?Se eu pudesse dar a nota para o draft e as negociações para o Dolphins, seria nota 8,5. Não foi espetacular, mas foi muito além das minhas expectativas. Para quem joga Madden, os Dolphins saíram de um time Rating 72 no fim da temporada passada para um 84 nesse momento, que dá para brigar legal por Playoffs. Eu não estou acostumado a ser otimista com Miami, mas posso dizer que dá para o time chegar nos Playoffs nos próximos 3 anos, até mesmo conseguir uma chegada em um Divisional Round da vida. Enfim, existe esperança em Miami! A cor verde volta a ter sentido. Way to go, Dolphins! 

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