Internacional eliminado nos pênaltis para o Juventude
Futebol Brasileirão

Como era o mundo no último título do Internacional? Confira agora o panorama colorado de 2016 para 2024

Nessa segunda-feira (26), o Internacional foi eliminado nos pênaltis para o Juventude na semifinal do Gauchão em pleno Beira-Rio, e desapontou a massa que foi empurrar seus jogadores diante do rival da Serra Gaúcha. O alviverde de Caxias do Sul saiu na frente com Zé Marcos, ainda na primeira etapa da partida, e Renê empatou no segundo tempo, levando o duelo para as penalidades, onde Mercado e Robert Renan desperdiçaram a chance de levar o Inter para a grande decisão. Vamos ver como era o mundo há oito anos, quando o Internacional conquistou pela última vez o estadual do Rio Grande do Sul e a partir dali, está numa fila interminável de títulos em todos os campeonatos que disputou no profissional.

O ano era 2016, a temporada ainda iniciava com a disputa da Flórida Cup entre brasileiros, europeus e outros times alternativos do futebol mundial nos EUA. O Internacional iniciava sua trajetória naquele ano com a disputa desse torneio, onde enfrentou times conhecidos como Corinthians, Fluminense, Flamengo, entre outros clubes que estavam em campo buscando começar bem e apresentar um futebol vistoso para os seus torcedores. A equipe colorada naquela ocasião, terminou em terceiro lugar, atrás do Bayer Leverkusen da Alemanha, e de outro conhecido do Brasil, o Atlético Mineiro, mas isso é história pra outro dia, porque agora iremos falar sobre o mesmo ano, onde o alvirrubro gaúcho conquistou uma taça pela última vez e de lá pra cá, tem desapontado o seu torcedor.

O mundo no último título do Internacional

Festa Inter hexa campeão gauchão (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com

Em 2016, o Brasil que o Internacional conquistou sua última taça, ainda tinha como Presidente da República Dilma Rousseff, colorada e que três meses depois do fim do Gauchão, seria oficialmente deposta do cargo após ter o processo de Impeachment aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Os Estados Unidos viviam o último ano de mandato de Barack Obama, reeleito em 2012, e que passaria seu cargo para Donald Trump, eleito em novembro daquele ano após vencer Hillary Clinton, e Elizabeth II ainda demonstrava saúde e atividade como líder máxima da coroa no Reino Unido, àquela altura prestes a deixar a União Europeia.

Na esfera esportiva, o Brasil se preparava para receber os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, após sediar o Mundial de 2014 em que todos sabemos no que deu, não é? (7 a 1). A seleção masculina de futebol terminaria campeã da modalidade pela primeira vez, com um gostinho de revanche sobre a Alemanha no Maracanã, e no profissional, fecharia o ciclo Dunga 2, após a eliminação na Copa América dos EUA, e iniciava o ciclo de Tite, vindo do Corinthians após o título brasileiro de 2015. Nos estaduais, o Santos conquistava o Paulistão sobre o surpreendente Audax de Fernando Diniz, o Vasco de Doriva conquistava o Carioca sobre o Botafogo, e no Gauchão, enfim, o Internacional, protagonista da nossa história, vinha de uma sequência de cinco títulos seguidos.

Em 2016, os colorados que na época tinham como presidente Vitorio Piffero, hoje condenado pela justiça gaúcha por desvios de recursos do clube, no campo tinham como treinador Argel Fuchs, atualmente técnico do Caxias, e que disputa com o Grêmio, a outra vaga na decisão do Gauchão desse ano. O estadual da época tinha 14 equipes, hoje têm 12, e possuia um formato semelhante ao atual: oito equipes avançavam para as quartas de final disputada em jogo único, semifinais e grande decisão com ida e volta. O Internacional daquele ano, apesar de deter o título há cinco temporadas, passou pela primeira fase em terceiro lugar, e eliminou o São Paulo de Rio Grande e o São José para chegar na final do torneio.

Na grande decisão há oito anos, o encontro foi contra o algoz do jogo de ontem no Beira-Rio, o Juventude, e o Inter de Argel, contava com jogadores como D’Alessandro, Nico López e Eduardo Sasha. No primeiro jogo, disputado no Alfredo Jaconi, 1 a 0 Internacional com gol de Andrigo. Na segunda partida, já em Porto Alegre, 3 a 0 e baile sobre a ‘papada caxiense’, com gols de Sasha, Paulão e Gustavo. O futebol apresentado pelos colorados naquele início de temporada, porém, decaiu de nível de uma maneira surpreendente para a época e decepcionou seu torcedor ao final do ano. A equipe teve além de Argel, outros três treinadores que não conseguiram evitar o inédito rebaixamento para a Série B de 2017, após uma campanha de 43 pontos, com dezessete derrotas em trinta e oito jogos, caindo junto com Figueirense, Santa Cruz e América Mineiro.

De 2017 pra cá, a equipe que no ano anterior foi hexacampeã de seu estado, e também venceu a Recopa Gaúcha contra o São José, não ergueu mais nenhuma taça para a alegria de seu torcedor. Vieram presidentes, jogadores, treinadores, e a ‘zica’ literalmente se instaurou no Internacional. O mesmo 2017 foi marcado por dois vice-campeonatos, para o Novo Hamburgo no Gauchão, e para o América Mineiro na Série B, onde acabou voltando para a elite, porém em segundo lugar. No estadual, o colorado tem a seguinte sequência de campanhas: 

❌ 2017 (Final contra o Novo Hamburgo)
❌ 2018 (Quartas de Final contra o Grêmio)
❌ 2019 (Final contra o Grêmio)
❌ 2020 (Final contra o Grêmio)
❌ 2021 (Final contra o Grêmio)
❌ 2022 (Semifinais contra o Grêmio)
❌ 2023 (Semifinais contra o Caxias)
❌ 2024 (Semifinais contra o Juventude)

No jogo de ontem, a equipe de Eduardo Coudet foi buscar o empate no tempo normal após o Juventude de Roger Machado sair na frente ainda na primeira etapa, e ter trazido consigo o 0 a 0 na Serra, onde foi disputado o confronto de ida da semifinal. Mas nos penais, Mercado e Robert Renan desperdiçaram suas cobranças e a equipe terminou desclassificada do estadual pelo terceiro ano seguido. O Internacional se despede do Gauchão com mais um tempo de espera na fila, e agora volta seus olhos para a Sul-Americana, que não vence há 16 anos, para a Copa do Brasil, que não vence há 32, e terminou vice em 2019 para o Athletico Paranaense.

O Internacional atrai suas atenções também para o Brasileirão, onde não vence há 45 anos. A equipe por pouco não venceu o campeonato de 2020, conquistado pelo Flamengo no sufoco, e que o colorado, com Edenílson, poderia ter tirado o nó da garganta colorada diante do Corinthians, porém, teve o gol anulado no finalzinho do jogo decisivo no Beira-Rio. Agora, daqui pra frente, é repensar onde se errou, para buscar a solução e voltar às glórias que o torcedor espera ver ainda em 2024.

Foto: Tomás Hammes

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