Uncategorized

Super Bowl XLVIII – O novo veio pra ficar

(por Edmar Jardim)Met Life Stadium, New Jersey, 2 de fevereiro de 2014. Antes de chegar nesse dia, onde Seattle Seahawks e Denver Broncos se enfrentaram, vou dar uma volta na temporada anterior, onde pela primeira vez assisti a uma partida inteira de futebol americano compreendendo algo, e vendo um esporte novo fazer sentido na minha vida, já próximo dos 30 anos de idade. E isso, após inúmeras finais de campeonato de “soccer” acompanhando de perto e no estádio o meu time de coração, inclusive Libertadores, títulos importantes, ídolos… tudo ali, pertinho, e na minha cara.Um novo esporte, uma nova paixão a essa altura da vida, um namoro à distância, uma verdadeira mudança… não parecia fazer muito sentido. Era o popular “fogo de palha”. (Mal sabia eu o tamanho das reviravoltas que viriam em minha vida logo em seguida, absurdos maiores ou tão grandes quanto um torcedor de arquibancada de futebol no Brasil virar fã de futebol americano).Super Bowl XLVII San Francisco x Baltimore, um domingo sem graça, uma falta de luz no estádio, um time buscando virar um placar quase impossível (quase deu e eu fiquei encantado), e o domingo já fazia bem mais sentido. Que evento, que jogo físico. Curiosidade me acometeu. Pra um ex-atleta (naquela época ainda competindo) de lutas como eu, um jogo físico e de intensidade chama a atenção. Você sabe o quanto dói estar ali passando aqueles momentos, afinal você vivencia isso: treinos, dor, porradas, mais treinos, mais dor, limite. Estava aberto o caminho pra que no ano seguinte eu me apaixonasse de vez pelo esporte.Temporada 2013. Você entende o jogo, e de repente se vê ensinando e tentando explicar para as pessoas ao redor, com uma empolgação… que ao olhar em volta se dá conta que só você está sentindo (qual fã que me lê nunca passou por isso com os amigos que não conhecem futebol americano?). Pois bem… Eu não tinha um time pra torcer. Tinha 32 opções, e eu precisava resolver isso, afinal, como bom torcedor de arquibancada… precisava dar um jeito de me angustiar, e sentir aquela “coisa” com aquela nova realidade que já estava ali, acontecendo. E se tornou perene. Um time ajeitado, uma temporada dominante, uma defesa histórica. Mas eu só descobri isso tudo depois de ver um certo cidadão correndo com a bola e arrastando 3 caras pendurados nele e tentando derrubá-lo. Atropelou mais um no caminho. Passou o pirulito. E lá estava eu encantado com Marshawn Lynch. Na arquibancada, um torcedor. Lágrimas nos olhos, um papel escrito à mão “This is our year”. Tudo que eu já fui por aqui um dia. Naquele Divisional Round contra o New Orleans Saints, eu percebi que tinha algum envolvimento a mais com aquela camisa bonita azul e verde, que após vencer o San Francisco chegou ao Super Bowl pela segunda vez em sua história.O duelo… bem, o jogo foi do melhor ataque (um dos melhores da história, comandado por um dos maiores de todos os tempos), Denver Broncos, campeão da AFC, contra a melhor defesa (uma das melhores da história), Seattle Seahawks, campeão da NFC, time do torcedor emocionado e do cara que arrastava mais de 3 nas costas e não parava. A história da partida? Bom, mal teve confronto, pois a defesa mordeu, mascou, e cuspiu o principal ataque da liga. 43×8. Highlights no YouTube mais próximo, só buscar. Eu não preciso descrever como foi. Mas vou contar como foi especial pra mim, que dali em diante me vi em meio a camisas azuis, verdes e brancas.[[{“type”:”media”,”view_mode”:”media_large”,”fid”:”645″,”attributes”:{“class”:”media-image aligncenter wp-image-2124 size-full”,”typeof”:”foaf:Image”,”style”:””,”width”:”1397″,”height”:”1000″,”alt”:””}}]]Preciso dizer como foi (e é a cada novo ano) viver momentos ecumênicos com o esporte “fogo de palha” menos “fogo de palha” da minha vida. Ecumênicos, sim: vi a virada contra o Green Bay Packers na final da NFC no ano seguinte, chorando de alegria e emocionado com algo que jamais pude ver de perto. Vi, porque não, a fatídica uma jarda do Super Bowl seguinte, que doeu e bateu tanto quanto um gol do rival batia aqui no Brasil. Chorei, joguei a camisa cara no chão, aguentei amigos por dias. Vi o kicker do adversário errar em casa o chute que eliminaria meu time num playoff. Vi o mesmo kicker assinar conosco no ano seguinte. E é isso que faz toda a diferença: Torcer. Vivenciar. Se emocionar. De uma forma diferente da que foi por toda a vida com o futebol, porém tão real e importante quanto.Curiosidade 1: Por toda a minha adolescência, o background do meu fotolog (uma espécie de instagram do começo da década passada) foi azul e verde. Não sabia porque, mas eu gostava muito daquela combinação de cores. Meu background no MIRC (uma espécie de MSN do início da década passada) também tinha as mesmas cores.Curiosidade 2: Caso o San Francisco virasse aquele jogo a que me referi no texto, talvez eu fosse atrás de mais informações sobre a franquia, e talvez pudesse me interessar por ela. Virei oficialmente torcedor do maior rival no ano seguinte, e desde aquela final de conferência, o 49ers nunca mais venceu o Seahawks.Curiosidade 3: Apostei uns trocados no Seahawks com um torcedor do 49ers no Super Bowl 48. O mesmo me pagou a aposta já no intervalo, antes mesmo do retorno de Percy Harvin pra TD na volta da partida.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *