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Eagles e Patriots: O que fez as equipes irem para o Super Bowl LII?

(Por Jefferson Castanheira)Alltel Stadium, 6 de fevereiro de 2005. Diante de 78 mil pagantes, New England Patriots e Philadelphia Eagles se encontraram no Super Bowl XXXIX e duelaram até os segundos finais, onde Andy Reid, técnico dos Eagles e vencedor de prêmios como coach of the year em 2002, finalmente colhia os frutos de sua segunda escolha geral do Draft de 1999, em que Reid draftou o quarterback universitário Donovan McNabb pra integrar seu elenco. McNabb honrou a segunda escolha e levou Philadelphia para três finais de conferência consecutivas com saldos excelentes de temporada regular, onde dos 48 jogos disputados, os Eagles venceram 35 partidas. As idas consequentes para as finais da NFC foram frustrantes. Perdendo para o St.Louis Rams, Tampa Bay Buccaneers (que foram campeões do SB XXXVII) e Carolina Panthers, os Eagles finalmente venceram em um Conference Championship Game tendo como vítima os Falcons, indo enfrentar os Patriots.O outro lado da equação era absurdamente forte. Os Patriots já eram bicampeões após a criação da poderosíssima parceria entre o coach Bill Belichick e o quarterback escolha número 199ª do Draft de 2000, Tom Brady. Derrotando os Rams e os Panthers anteriormente em 2002 e 2004, os Patsies estavam de volta ao Super Bowl para comprovar sua dinastia e seu poderio, passando de time mediano, para uma equipe a ser temida e lembrada para sempre.A soma dos fatores gerou o tricampeonato do New England Patriots, que superou os Eagles por 24 a 21. Mais uma vez McNabb e Reid tiveram o gosto amargo de uma derrota, dessa vez no segundo Super Bowl da franquia, a primeira em 1980, derrotados pelo Oakland Raiders.13 anos depois: New England PatriotsAdministração, tática, competência, exatidão, frieza e química. Alguns dos adjetivos e qualidades que classificam a franquia de Robert Kraft –dono e GM dos Pats. A administração de seu corpo de staff e recursos humanos dos Patriots levaram a franquia para outro nível além das jardas no gramado. A tática implantada e o respeito com o trabalho de Bill Belichick levou a equipe 15 vezes para os playoffs desde 2000. A competência exacerbada de seus jogadores e coordenadores como Josh McDaniels e Matt Patricia fizeram o time ir para o Super Bowl por 9 vezes desde que Kraft assumiu. A exatidão e a precisão de seus jogadores, completamente dedicados na missão de obter a vitória, tornou o New England Patriots um time popular mundialmente. A frieza de seu staff e a bravura intensa de Tom Brady e do kicker Adam Vinatieri –que decidiu dois Super Bowls para os Pats- unidos com o controle da situação que o quarterback e seus líderes defensivos sempre possuíram nesta nova era, fez os patriotas superarem obstáculos antes nunca superados e recordes quebrados. A química de seu elenco, como os “casamentos” de Brady com Randy Moss, Julian Edelman, Danny Amendola, Wes Welker e Rob Gronkowski, torna sempre a franquia assustadora. Resumir desta maneira os últimos 13 anos e também a dinastia dos Patriots e a era que os favorece, é talvez o modo mais honesto de ler sua campanha e nova direção ao longo dos anos.13 anos depois: Philadelphia EaglesMedalhões, soberba, renúncia, superação e esperança. Os significados dessas palavras e suas características são bem encaixadas ao Philadelphia Eagles após o Super Bowl XXXIX. Depois da derrota na grande final de 2005, os Eagles não passaram por transformação alguma nos anos seguintes, tentando repetir fórmulas e receitas com as mesmas quantidades de aplicação, porém, com menos empenho e resultados piores, ficando fora dos playoffs em 2005-06 após terem 10 derrotas em sua campanha e tendo que passar por uma reformulação.Sem trocar muitas peças, mas com ideologias um pouco diferentes, o time, mesmo possuindo grandes nomes como Brian Dawkins, um dos melhores safeties da NFL e extremamente consistente (jogou 182 partidas das 183 disputadas pelos Eagles durante sua passagem pela equipe desde o draft em 1996 até 2009), não conseguiu demonstrar força. Com a saída de Donovan McNabb em 2009 a caminho dos Redskins, o trabalho sujo caiu no colo de Kevin Kolb, segundo QB dos Eagles na época. O megalomaníaco Jeffrey Lurie, dono do time, começou a contratar e ter jogadores de altíssimo preço e muita promessa. Prova disso é Michael Vick, contratado a peso de ouro que não rendeu absolutamente nada, e também foi extremamente mal aproveitado também pelo técnico Andy Reed e posteriormente Chip Kelly, que ainda sugeriu a contratação de nomes duvidosos como Mark Sanchez para integrar o roster da equipe. Em 13 oportunidades de playoffs desde o derradeiro Super Bowl, o Philadelphia Eagles marcou presença em 6, chegando uma vez ao NFC Championship Game, o qual perdeu para o Arizona Cardinals em 2008.A chegada de Carson Wentz, presente vindo da segunda opção geral do Draft 2016, trouxe um renascimento para a franquia, dessa vez sem medalhões e questões críticas de relacionamento com staff e GM’s. 2016 foi o ano da chegada também do coach Doug Pederson, que atuou como coordenador ofensivo do Kansas City Chiefs antes de aceitar ser headcoach de Phily.A temporada atualCom Wentz e Pederson, os Eagles iniciaram um projeto promissor e recheado de receitas sólidas de como vencer partidas. Com o talento de Carson Wentz, os Eagles tiveram mais disposição ofensiva, sendo o terceiro melhor ataque da liga. A chegada de Jay Ajayi, após negociação com o Miami Dolphins, deu o gás final para Philadelphia ter sua melhor campanha desde 2004, fechando-a com 13-3. Porém, os voos altos das águias do leste tiveram um grave imprevisto: Seu principal nome, Carson Wentz, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho na semana 13 da temporada, onde o Eagles garantiram sua classificação para a pós temporada. Com Wentz fora da temporada, a torcida, os críticos e jornalistas colocaram os Eagles com um asterisco, classificando a equipe como underdog mesmo com a melhor campanha da NFC. Porém o nome de um desacreditado Nick Foles, que vestiu a Jersey de Philadelphia de 2012 até 2014 e aventurou-se nos Rams e por último Chiefs, surgiu. Foles liderou sua equipe nos playoffs e nos jogos restantes da temporada regular, passando pelo divisional round contra os Falcons e uma vitória larga no NFC Championship Game contra os Vikings, contando com uma defesa que provou ser sólida quando necessária, integrada por nomes como o cornerback Ronald Darby, o lineback Mychal Kendricks, o safety Malcolm Jenkins e o defensive tackle Fletcher Cox. Nick Foles ainda vem tendo uma performance dominante dos playoffs, com 49 passes completos para 63 tentados, 3 touchdowns e nenhuma interceptação.Para os lados de Boston, New England mais uma vez chegou ao Super Bowl. A décima vez dos Patriots, e oitava vez de Tom Brady e Bill Belichick, que mesmo passando por apuros extra campo em questões de relacionamento entre o quarterback e o coach, conseguiram colocar os pés em mais uma grande decisão. Com uma campanha excelente que gerou a primeira colocação na AFC com um 13-3, o time dos Pro Bowlers Tom Brady, James Develin, Rob Gronkowski e Matthew Slater chegou na pós-temporada com força total, tendo a segunda melhor ofensiva da liga com 28.6 pontos marcados por partida. Derrotando com facilidade os Titans no Divisional Game e passando sufoco contra o Jacksonville Jaguars e seu ferrolho no AFC Championship Game. Tom Brady tem a oportunidade de levar os Patriots para empatar com os Steelers em número de títulos de Super Bowl, e suas estatísticas animam essa expectativa, já que Brady tem 61 passes completos em 91 tentativas, com 5 touchdowns e nenhuma interceptação.O respeito tático dos Patriots pelo playbook de Belichick faz nomes ofensivos como Amendola, Dion Lewis, Chris Hogan, James White e o já lendário Rob Gronkowski brilharem com mais importância e intensidade. O trio de sacadores Geneo Grissom, Deatrich Wise e Adam Butler infernizaram o pocket adversário no setor defensivo e vieram com grande intensidade física.Os caminhos são diferentes. As estradas e as avenidas foram estreitas para alguns e mais largas para outros. Independente se foi de Ferrari ou de Kombi, cada um chegou em seu objetivo de sua forma, mas usando suor como combustível. Se um passou por buracos e pedágios caríssimos ou se outro simplesmente estudou as rotas nos mapas e escolheu o melhor caminho até usando o Waze, pouco importa. O que realmente significa é que veremos um duelo acirrado com motivações diferentes, mas com uma finalidade comum.

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