(por Rafael Lima) 09 de dezembro de 2018. Esta data será conhecida por quem acompanha a NFL como o dia do milagre de Miami.O futebol americano é um esporte fascinante por diversos fatores e a imprevisibilidade é um deles. No início de cada temporada é impossível apostar com convicção nas equipes disputarão o Super Bowl. Diversas zebras ocorrem durante o campeonato e algumas partidas marcaram a história com lances espetaculares e improváveis. Podemos lembrar da Hail Mary de Aaron Rodgers contra os Lions, o retorno para TD de DeSean Jackson nos últimos segundos contra os Giants, o milagre de Minneapolis protagonizado por Stephon Diggs, a recepção de capacete de David Tyree, fundamental para a conquista do Super Bowl pelos Giants diante dos Patriots, entre alguma outras.O público presente no Hard Rock Stadium testemunhou a história, na partida dos Dolphins diante da franquia mais odiada pela torcida local. Nos últimos segundos, no último lance, praticamente tirando as últimas esperanças dos Patriots conseguirem a seed 1 da AFC, dando provavelmente a última grande alegria nesta temporada.Primeiramente, vamos aos fatos principais do jogo até o lance histórico. O confronto foi um tiroteio dos mais interessantes de se assistir, daqueles que mexem com o torcedor. Tom Brady gastou o relógio na primeira campanha que foi perfeita, terminando em um touchdown de James Develin, porém, Stephen Gostkowski, em tarde terrível, desperdiçou o extra point.Na sequência foi a vez do Miami Dolphins ter um drive excelente, terminando em um passe de Ryan Tannehill para Kenny Stills anotar o TD. Jason Sanders converteu o extra point e colocou o time da casa na frente. [[{“type”:”media”,”view_mode”:”media_large”,”fid”:”2107″,”attributes”:{“class”:”media-image size-full wp-image-7957 aligncenter”,”typeof”:”foaf:Image”,”style”:””,”width”:”1222″,”height”:”768″,”alt”:””}}]] No segundo período os Patriots bloquearam um punt, deixaram Brady em ótima condição de campo e o QB encontrou Edelman para anotar o TD (dessa vez Gostkowski fez a parte dele, convertendo o ponto extra). Só que a defesa de New England parecia ser formada por crianças. Os atletas da equipe defensiva assistiram Brandon Bolden correr 54 jardas para anotar um lindo touchdown.O tiroteio continuava. Brady estava inspirado, finalizando uma campanha com um lançamento lindo para Cordarrelle Patterson recolocar New England na frente. Brandon Bolden fez valer a lei do ex de novo e marcou mais um TD.Na última pontuação antes do intervalo, a conexão Brady-Gronk funcionou e o tight end fez os Patriots irem para os vestiários com um placar favorável de 27 a 21.O primeiro momento importante do terceiro quarto foi um erro de field goal de Gostkowski, seguindo sua tarde miserável. Tannehill, que não tem nada com os problemas dos adversários, tinha tranquilidade para jogar, capitalizando os erros da fraca defesa patriota. Em um ótimo passe para Brice Butler, o QB dos golfinhos levou seu time ao TD. E a vantagem de 1 ponto após o extra point convertido.Gostkowski voltou no quarto período disposto a apagar a imagem que tinha no duelo. Primeiro anotou um FG de 32 jardas, colocando seu time com dois pontos de vantagem no marcador. Depois, em um drive conduzido de forma magistral por Tom Brady, que gastou relógio, fez a leitura das jogadas corretas e deixou Gostkowski pronto para anotar um field goal fácil de 22 jardas, prontamente convertido pelo kicker, que naquele momento apagava seus erros anteriores, dando a vitória aos Patriots, já que Miami teria que cruzar o campo em 16 segundos, porém, esse resultado positivo para New England não aconteceu.Os Dolphins gastaram 9 segundos no retorno e tinham apenas 7 para avançarem 70 jardas até a endzone. Mas foi aí que a mágica aconteceu. Snap feito, Tannehill lança a bola no meio campo e começa o rugby que nunca, ou melhor, quase nunca dá certo. Depois de poucos passes, a bola chega em Kenyan Drake, que corta pelo meio da defesa infantil do New England Patriots, até abrir um clarão, que o faz correr até a end zone prometida, ignorando Rob Gronkowski que estava lá para evitar uma possível Hail Mary. Um momento para a memória. Um triunfo que fez os torcedores de Miami enlouquecerem de alegria, os de New England de raiva e deixou os fãs de futebol americano em estado de choque, não acreditando na façanha dos Dolphins diante do sempre organizado time dos Patriots, que mostra mais uma vez que essa organização passou longe da defesa de 2018. [[{“type”:”media”,”view_mode”:”media_large”,”fid”:”2108″,”attributes”:{“class”:”media-image size-full wp-image-7958 aligncenter”,”typeof”:”foaf:Image”,”style”:””,”width”:”1280″,”height”:”720″,”alt”:””}}]] Final: New England Patriots 33-34 Miami Dolphins Bill Belichick deve ter ficado irado com a apatia defensiva na partida. Sua equipe não conseguiu parar, nem mesmo incomodar o ataque mediano dos Dolphins, atuando de forma muito diferente do padrão que apresenta em Foxborough. Foi assim diante de Jaguars, Lions e Titans também.Se não bastasse a forma como aconteceu, a derrota foi péssima também quando olhamos para a pós-temporada, pois com duas vitórias a menos que o Kansas City Chiefs, as chances de seed 1 são muito difíceis para New England.Do lado de Miami, o triunfo histórico coloca o time com uma campanha positiva (7-6), lava a alma da torcida e dá um fio de esperança de pós-temporada. A frase muito falada por Everaldo Marques pode servir como lema para os Dolphins nas próximas três rodadas: Enquanto tem bambu tem flecha!
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