(por Leonardo Costa)No terceiro quarto, em plena blitz dos Rocktes pelo ar, terra e mar, caiu Kevin Durant. Um suspense quando o placar mostrava 68-65, no que parecia mais o último suspiro dos Warriors na partida. Após arremesso, caiu e olhou sua perna com certa estranheza, como se não fosse sua, e começou a mancar. Foi sentido ao vestiário com um prognóstico um tanto quanto sombrio, a de lesão no tendão de Aquiles, deixando todos ainda mais apreensivos, até fora constatada uma lesão muscular, evitando o que seria sua ausência nos restante dos playoffs, quanto também mudaria os rumos da sua agência-livre, na qual é dos jogadores mais cobiçados.Pelo Golden State, as coisas não parecem estar muito positivas no momento. Porém, não custa lembrar que, muitas das feridas que a equipe tem passado foram causadas por eles mesmos, incapazes de sustentar sua própria excelência. Sem gana de vencer e apáticos em outra inacabável temporada de 82 jogos, foram sucumbindo a todos os vícios daquele que possui a barriga cheia. Não é casualidade: Desde os Celtics de Bill Russel, ninguém chegou a cinco finais seguidas. O martírio começou com a lesão de DeMarcus Cousins na primeira rodada da pós-temporada, depois um dedo estropeado de Stephen Curry e agora, finalmente, a queda de Durant em uma semifinal de conferência na qual estava jogando 45 minutos de média, sendo quase impossível de regressar antes que acabe o embate.Em uma série épica, esgotante e absolutamente monstruosa até o momento, tanto que é apenas a quarta série na história em que as cinco primeiras partidas tiveram placares finais com seis pontos ou menos, este quinto encontro resultou tremendo, com roteiro brilhante, cenas maravilhosas e outras nem tanto: playoffs em estado puro, basquete em sua essência. Os Warriors retomaram seu poder de fogo inicial conhecido e chegaram com 20 pontos de vantagem pouco antes do intervalo (57-37), mas naufragaram de forma lastimosa: 68-69 justo antes de fechar o terceiro quarto, já sem Kevin Durant.Então, quando parecia que estávamos a ponto de presenciar o último quarto de basquete na Oracle Arena, os donos da casa sacaram seu espírito de campeões, digno do nome Warriors que carregam. E haverá, no pior dos cenários, um jogo 7 se os Rockets não falharem em seus domínios e forçarem o duelo decisivo, repetindo o que ocorreu no ano passado, em que caíram para o adversário em Houston, sem Chris Paul. Desta vez, caberá aos Warriors defender, a sangue e fogo e sem Durant, essa Oracle Arena, que se desvanece momentos antes de transladar-se para San Francisco.Mas esse selvagem acesso de orgulho e raiva do último quarto revelou a uma equipe, mesmo que somente em momentos de máxima necessidade, segue firme. O parcial derradeiro foi de 32-27, após 15-29 do terceiro quando tudo parecia a favor dos visitantes. James Harden (31+4+8) só arremessou três vezes nos doze minutos finais em que os Warriors passaram de perder por 75-77 a ganhar de 97-89 antes de um final confuso. A defesa estava em ebulição, liderada por um Draymond Green efervescente e com o aparecimento de um Kevon Looney crucial nos dois lados da quadra. Andre Iguodala seguia feroz como sempre e os Splash Brothers apareceram no momento certo: Klay Thompson, em sua melhor partida ao longo da série, anotou cestas decisivas e terminou com 27 pontos, enquanto Curry, o desaparecido, passou de três quartos horrendos (6/18 nos arremessos e 1/8 de três) a um último emocionante no qual somou 12 pontos e deu 3 assistências, chegando aos 25 pontos que foi, desta vez, muito mais que apenas números. gettyimages-1142313394.jpg Do outro lado, esgotados, sem ideias e sobrepassados com a intensidade de seu rival, que mesmo sem um grande jogador e após deixarem escapar uma vantagem de 20 pontos seguiam lutando, os Rockets sentiram o baque. A equipe de Mike D’Antoni, experto em sobreviver, deixou escapar uma bala de prata e perdeu uma partida em que só jogou bem o terceiro quarto, o que quase foi suficiente. Agora tem que ganhar duas partidas seguidas contra os Warriors após deixarem escapar a oportunidade de poderem decidir em casa, por não igualarem a fúria do inimigo ferido, que se sentiu maltratado pelo destino e justo aí encontrou a energia que há dias buscava.Final: Houston Rockets 99-104 Golden State WarriorsPor fim, os exames dirão quando, e se, KD pode voltar, mas a realidade é que os Rockets encontram-se exatamente onde os Warriors estiveram um ano atrás: 2-3, com a sétima partida fora de casa, se vencerem, e um baixa devastadora em seu rival. Veremos se a história se repete e desta vez sorri a eles, porque se jugarmos só pelo final desta quinta partida, os atuais campeões vão vender por um preço altíssimo a derrota, caso aconteça.
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