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Tendão de Aquiles, por que tem sido o grande vilão dos jogadores de basquete?

(por Vanessa Monte Bello) Surpresos ou não, hoje o artigo do dia vai falar de mitologia grega! Como assim, não será sobre NBACalma!!! Vamos chegar ao nosso amado esporte da bola laranja, mas hoje, vou tentar explicar aqui um pouquinho sobre porque os jogadores de basquete ficam tão vulneráveis às diversas lesões, principalmente após o rompimento do famoso “tendão de aquiles”.Para começar, quem foi o tal de Aquiles?Aquiles foi um famoso personagem do poema épico Ilíada do grego Homero, que quando criança, foi batizado em um lago sagrado por sua mãe que o segurou pelos tornozelos de cabeça para baixo, tendo seu corpo todo mergulhado nas águas sagradas, menos seus pés, que ficaram de fora. Ele não sabia que seus tornozelos não estavam bentos, tornando-os vulneráveis, e justamente eles foram atingidos por uma flecha durante uma batalha de Tróia, tirando-o de combate.Falando em ficar fora de combate, vocês já devem estar associando essa história com a de alguns heróis do esporte, não é mesmo?Explicando um pouquinho melhor, o tendão de Aquiles fica localizado na parte posterior da perna, na região do calcanhar e é o responsável por conectar os músculos da panturrilha ao calcâneo, ou seja, conecta os músculos aos ossos auxiliando no equilíbrio do corpo e no desenvolvimento dos movimentos, distribuindo as forças nos músculos, além de proporcionar estabilidade às articulações. Por desempenhar tamanha função, é uma região muito propensa a lesões, sendo as mais comuns: tendinopatia do tendão de Aquiles (inflamação que acomete tanto o ligamento como o calcâneo e pode ter consequências graves se não for tratada corretamente) ou mesmo uma ruptura total do ligamento (causada por um processo degenerativo – mais lento) ou mesmo por um esforço muito intenso e repetitivo num período curto de tempo, como adverte Ricardo Cury, doutor em ortopedia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. De volta às quadras Não é de hoje que o número de lesões em atletas de alto rendimento vêm subindo ano após ano, temporada após temporada. Muitos fatores devem ser levados em conta, assim como o cortisol (hormônio do stress) liberado pelo organismo principalmente em tempos de jogos decisivos, afinal o chamado “atleta-herói” busca potencializar seu corpo até o limite em prol do rendimento, de estatísticas e de resultados!O atleta, principalmente os jogadores das grandes ligas, recebem um investimento altíssimo para estarem onde estão, em troca, devem dar o máximo de si para alcançar títulos, e isso muitas vezes não sai nenhum pouco barato para o corpo desses gigantes.O emocional conta e muito para esse grande número que estamos tendo de jogadores lesionados e sim, acredite ou não, ter um departamento sério de acompanhamento psicológico e de coaching para esses atletas é capaz de diminuir bruscamente os altos índices de lesões, mas isso fica para uma próxima vez. Retornando ao tendão de AquilesNormalmente essas lesões são devastadoras, mesmo porque na grande maioria das vezes o atleta não recebe aviso prévio, simplesmente a ruptura acontece e, dentre todas elas, não há nada pior no basquete que um Aquiles. https___cdn.cnn_.com_cnnnext_dam_assets_190611101944-kevin-durant-injury-warriors-raptors-game-5.jpg O rompimento desse tendão já pegou várias estrelas de surpresa, como o caso mais recente do astro Kevin Durant, nas finais da temporada 2018/19, que pode ter sido determinante para o resultado final da série decisiva. Mas ele foi só mais um dos casos, grandes nomes já tiveram esse triste ocorrido durante suas carreiras, como: Tracy McGrady, um dos melhores jogadores da NBA nos anos 2000, que teve sua aposentadoria anunciada com 34 anos, após um histórico imenso de lesões. Mesmo com um dos maiores salários, chegando a receber quase 162 milhões durante toda sua carreira, ele não deu conta de suportar as dores físicas.Outro caso emblemático foi o de Derrick Rose, em 2014, enquanto atuava pelo Chicago Bulls, equipe pela qual conseguiu o prêmio de MVP. Só que após a contusão, nunca mais foi o mesmo, e até hoje está tentando chegar perto do nível em que apresentou no auge da carreira.DeMarcus Cousins, vinha fazendo uma grande temporada pelo New Orleans Pelicans, em 17/18, formando as torres gêmeas com o fantástico Anthony Davis, mas foi mais uma vítima do tendão de Aquiles e vem sofrendo até agora com as consequências. Aliás, é sabido que vários jogadores nunca mais foram os mesmos após uma contusão desta magnitude. De acordo com um estudo médico, feito em 2013, com 18 jogadores de basquete que sofreram a lesão de Aquiles em um período de 23 anos, sete deles nunca mais retornaram pro campeonato e os que voltaram perderam em média 56 jogos, tendo um decréscimo imenso de performance em sua primeira e segunda temporada após o retorno. Além disso, de acordo com um artigo da CBS Sports, em 2015, 14 jogadores que retornaram às quadras desde 1992, nunca mais conseguiram alcançar números expressivos.O acúmulo de lesões pós ruptura do tendão de Aquiles tem a ver com um desequilíbrio imenso que é gerado no corpo de forma generalizada, mesmo porque, o jogador começa a ter várias compensações para “evitar” que o pé machucado fique sobrecarregado e isso acontece inconscientemente, é uma defesa do corpo para suportar tanta corrida e mudança de direção durante um jogo, por esse motivo, o tratamento deve ser muito bem feito.Cada lesão, cada jogador e cada corpo é único, não existe receita de bolo para os tratamentos e treinamentos, por isso, é super importante o trabalho da preparação física individualizada, focada nas necessidades reais de cada jogador, para não ter que correr atrás do prejuízo como é o caso do LA Lakers, que vem realizando nesse momento uma espécie de “peneira” com alguns jogadores experientes para tentar suprir a ausência de “Boogie” Cousins, como Dwight Howard, Joakim Noah e Marreese Speights. noah-dwight-082019-ftr-gettyjpg_1gophaomkuysn14zm9zw73nb16.jpg Cousins é um caso típico de atleta que após romper o tendão de Aquiles, acumula um histórico triste. Tendo por último a ruptura do ligamento cruzado anterior, que o tirou da próxima temporada, isso se não lhe custar uma aposentadoria precoce.A reabilitação de Aquiles leva em torno de 6 a 8 meses, mas pode chegar até a 12 meses para recuperação total, tendo como tratamento cirurgia, fisioterapia, alongamentos e, depois disso, um fortalecimento muito bem feito. A melhora deve ser gradativa, com muito cuidado, fazendo adaptações quando necessário e focando sempre num treinamento progressivo a fim de trazer esse atleta para quadra o mais rápido possível.  

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