(por Leonardo Costa)Quando falamos de Russell Westbrook, recente contratação do Houston Rockets, estamos falando de um futuro Hall da Fama. Isso é inegável. Seu poderio físico e as incríveis estatísticas de sua carreira reafirmam o que pensamos sobre ser um imortal do basquete. Mas além de conquistas individuais, poderá Russ conquistar em Houston o que lhe falta na carreira? Conseguirá o anel de campeão ou sua trajetória no Texas será a mesma que teve em Oklahoma?Selecionado na quarta posição do Draft de 2008 pelo até então Seattle Supersonics, franquia que mudou-se pra Oklahoma City, onde segue até hoje, Westbrook é recheado de números individuais, como MVP da temporada 2016-17, 8x All-Star e MVP do evento em 2015, liderou a liga em pontos em duas oportunidades, sem falar de ser o primeiro e único jogador da história da liga a alcançar a média de triplo-duplo por três anos consecutivos. Mas nenhum desses feitos o trouxeram o título da NBA.Ainda no começo da carreira em OKC, teve como parceiros nada mais, nada menos, que Kevin Durant e James Harden, e juntos chegaram até as finais da NBA na temporada 2011-12, mas perderam em cinco jogos para o Miami Heat de LeBron James, Chris Bosh e Dwyane Wade. O time aos poucos foi se desfazendo, com Harden indo para os Rockets e, posteriormente, Durant para os Warriors, mas o que poucos sabiam é que naquela equipe finalista estariam três futuros MVPs da NBA.Após a temporada 2015-16, em uma dolorosa eliminação para os Warriors, nas Finais da Conferência Oeste, quando estavam com uma vantagem de 3-1 na série, uma notícia abalou os mercados do basquete. Era a ida de seu companheiro Durant justamente para o seu algoz na final, em um movimento visto por muitos como uma busca pelo título que em OKC não vinha. Mas Westbrook seguiu firme na franquia, tanto que renovou seu contrato por mais três temporadas.Tentando construir um bom time em volta de Russ, a direção do OKC trouxe Victor Oladipo, mas seu único ano na franquia foi muito abaixo do que o futuro All-Star viria apresentar por Indiana, equipe na qual chegou em troca com a estrela Paul George, outro que estava atrás de um time a sua altura. Além de George, o GM Sam Presti trouxe o experiente Carmelo Anthony, e as expectativas sobre o recém formado trio já eram enormes, assim como as frustrações. O trio foi desfeito logo após a saída de Melo no final da temporada.Continuaram Westbrook e George, que inclusive terminou em terceiro na votação de MVP, mas o título passava longe da carreira de ambos.[[{“type”:”media”,”view_mode”:”media_large”,”fid”:”3760″,”attributes”:{“class”:”media-image size-full wp-image-14627 aligncenter”,”typeof”:”foaf:Image”,”style”:””,”width”:”4452″,”height”:”2968″,”alt”:””}}]]Em seus 11 anos de de NBA com o Thunder, Russ perseguiu de toda forma possível o título da liga, mas o anel nunca veio, e olha que não foi por falta de companheiros. Com ele jogaram Durant, Harden, Oladipo, George e Anthony, sem falar dos inúmeros bons coadjuvantes, como Steven Adams, Jeremi Grant e Reggie Jackson, mas nenhuma formação conseguiu tirar Westbrook da sombra da falta de um título coletivo, aquilo que Durant conseguiu ao ir para os Warriors.Agora, decidiu juntar-se aos Rockets, um time que nos últimos anos tem chego perto do título, como na temporada 2017-18, em que estiveram perto de eliminar os Warriors, mas a lesão de Chris Paul, sobretudo, atrapalhou os planos da franquia. Perto de completar 31 anos, sua ida para Houston foi vista como um ultimato na tentativa de um campeonato, tanto para ele como para a própria equipe texana. Russ é mais jovem e ‘durável’ que Paul, e isso pode evitar o que passou naquela fatídica derrota contra Golden State, e com o restante do elenco principal mantido (James Harden, Clint Capela, Eric Gordon e PJ Tucker), podemos afirmar que os Rockets realmente entram como um dos favoritos ao título.Resta saber como será a interação entre Westbrook e Harden, dois jogadores que amam ficar com a bola e chamar o protagonismo da partida, mas caberá ao técnico Mike D’Antoni dosar essa paixão pela laranja e transformá-los em jogadores de equipe. Outro ponto que desperta curiosidade é de como Russell irá se encaixar na forma de jogo dos Rockets, com muitos arremessos de três, tendo em vista que ele tem um aproveitamento de cerca de 30% na bolas longas.Por fim, de todos os grandes jogadores que passaram ao lado de Westbrook, essa será sua maior oportunidade de chegar ao título, pois possui, além de bons nomes, uma boa equipe. Se ele estiver disposto a ajudar verdadeiramente os Rockets a conquistarem o título que não vem desde meados dos anos 90, o anel é uma possibilidade viável, mas se quiser buscar outra vez um protagonismo em números individuais, sua mudança pode ter sido em vão. Cabe a ele decidir que legado deixar.
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