NBA

A infelicidade de Marcus Morris em dizer o que quis, pode resultar em algo que ele não queria!

(por Vanessa Monte Bello) Na semana em que a NBA está tão em evidência após a tragédia envolvendo um gentleman, um líder, um exemplo de homem que foi Kobe Bryant, dentro e fora de quadra, mais uma bomba chegou nas manchetes das maiores mídias, após a partida entre o New York Knicks e o Memphis Grizzlies.Sim, o duelo entre esses dois times teve um clima pra lá de tenso e contou com uma briga que envolveu Jae Crowder (ala dos Grizzlies) e Elfrid Payton (armador dos Knicks). Porém, quem deveria ter ficado quieto, não ficou e saiu falando o que não devia fora da quadra. O protagonista da história? Marcus Morris, ala-pivô do time nova-iorquino, que ao criticar a postura de Crowder, fez uma comparação extremamente infeliz quando se referiu à forma de jogo de Jae como “feminina” dentro de quadra. E aí vem a grande dúvida, por que a comparação? Atualmente as mulheres vêm demonstrando seu poder não somente no esporte, mas em inúmeras áreas, sejam elas empresariais, na comunicação, na engenharia e até na aeronáutica.O que acontece na verdade, que pode motivar alguns homens a chegarem numa declaração como essa, é o fato de que apesar das mulheres jogarem em altíssimo nível em todos os esportes, o salário não é o mesmo, o investimento de patrocinadores idem e a mídia também não trata da mesma maneira, ou seja, não acontece uma divulgação similar, gerando um menor impacto na vida dos amantes do esporte que gostam de acompanhar e nem sempre conseguem, pois no feminino não existe a transmissão que deveria.Quando falamos em atletas femininas, essas guerreiras deveriam ser enaltecidas, afinal, por mais que atualmente exista um acompanhamento extremamente rigoroso de fisiologistas do exercício, médicos, etc, mulheres continuam passando por oscilações hormonais durante seu ciclo como profissional. Isso implica milhares de fatores que os homens nem sonham em passar!Não é o objetivo entrarmos em comparações, pois atletas são guerreiros sempre! Viver para um esporte, não importa se você é homem ou mulher, é algo pra lá de louvável. São horas e horas de treinamento, dores que são supridas por medicamentos à base de corticóides, uma “bomba” para o organismo, mas eles têm que aplicar pra não deixar seu time na mão.Os homens levam algumas vantagens? Óbvio que levam! Já nasceram produzindo testosterona – principal hormônio do corpo humano relacionado à força, ao ganho de massa muscular e resistência cardiovascular – o que as mulheres têm em níveis muito mais baixos e isso resulta em quê?Em mais e mais treinamento! Em mais dedicação! Ultrapassar a fase do mês em que os hormônios sofrem uma queda imensa (fase da TPM – tensão pré-menstrual) é um sacrifício, afinal, o cansaço é maior, não tem ânimo, é um período em que podem ocorrer muitas lesões, além do emocional que uma atleta profissional, por mais que faça uso de anticoncepcionais para “diminuir” os efeitos da TPM, ainda luta e muito para estar 100% em quadra, campo ou qualquer espaço de atividade.Depois disso tudo, quando paramos para pensar, todo homem deveria querer ser comparado a uma mulher jogando, principalmente se ela estiver num alto rendimento como as que jogam pela WNBA, pela NWSL (liga nacional de futebol feminino), seleções de vôlei, etc.Na boa, o Jae Crowder deve levar essa declaração como um elogio! Agora, a NBA deve sim suspender ambos: Marcus Morris pela declaração infantil e ridícula que fez e o empurrão de Payton por ser uma atitude antidesportiva.Cabe à liga resolver esse caso, mas errar ficou muito fácil depois que a palavra “desculpa” foi criada e o que Morris fez, foi uma tremenda falta de respeito com essas guerreiras que fazem de tudo para chegar onde estão.Respeito é o princípio de tudo e o machismo não deve ser tolerado!  

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