O Bahia venceu o Botafogo por 2 a 1 no Nilton Santos na noite do último domingo, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, com gols de Everaldo e Rafael Ratão. O triunfo tricolor no Rio de Janeiro deu a equipe de Rogério Ceni a vice-liderança do torneio com 10 pontos e o treinador comentou em entrevista coletiva ontem sobre a atuação do time fora de casa, destacando pontos positivos diante do duelo contra o Fogão.
O Esquadrão saiu na frente do marcador com Everaldo cobrando pênalti no primeiro tempo, e viu o Botafogo empatar com Jeffinho no começo da segunda etapa, onde após sofrer uma séria pressão dos donos da casa, viu Rafael Ratão desconcertar a defesa alvinegra após assistência do uruguaio De Pena, nos minutos finais do jogo para dar os três pontos ao Bahia. Ceni destacou que a atuação da equipe no Rio foi semelhante ao estilo apresentado na Fonte Nova, e explicou a rodagem feita na zaga tricolor contra o adversário deste domingo:
Para mim a manutenção (da zaga) se deve muito a velocidade do Botafogo. O Botafogo é um time que ataca muito nas costas da última linha. O Cuesta ficou alguns dias parado, e decidimos em função da velocidade deles ter o Kanu. Mas não é nada que o Cuesta não possa estar de volta no próximo domingo. Vamos analisar a semana de trabalho. Os três são muito importantes para mim. Eu treinei essa semana duas formações distintas. Treinei com três zagueiros.”
Mas queria passar um recado para os jogadores, de que não é porque estamos fora de casa que a gente precisa mudar a maneira de jogar. Fico feliz porque, pela primeira vez fora de casa, a gente conseguiu render como também rende na Fonte Nova. Pelo menos nos primeiros 45 minutos.”
— Rogério Ceni, sobre as mudanças na zaga e a comparação de atuações do Bahia fora de casa e dentro da Fonte Nova.
O que mais Rogério Ceni falou sobre Botafogo e Bahia?
Além de comentar sobre a atuação do Bahia no Nilton Santos, Ceni elogiou seus jogadores que foram importantes para o resultado conquistado no jogo de ontem, reconhecendo que o triunfo foi conquistado naquilo que o rival possuía de melhor. O treinador também foi questionado sobre a pressão vivida pela equipe desde o vice-campeonato estadual e os últimos resultados, reforçando que a pressão é realmente sofrida por pessoas no Rio Grande do Sul, que possui 265 municípios em estado de calamidade por conta das chuvas:
Ratão foi importante. Biel foi importante no Barradão. Everaldo foi importante. Demonstra que é um grupo pequeno, mas com caras comprometidos. E cada dez minutos, cinco minutos, pode te gerar mais no futuro. Ratão com um facão fantástico. De Pena com uma bola de camisa dez. Nós conseguimos vencer a partida naquilo que o adversário tem de melhor, que é atacar espaço.”
Pressão é o que as pessoas estão vivendo no Rio Grande do Sul. É triste. Isso aqui é muito pouco perto do que as pessoas estão passando. Isso é pressão na vida. Perder sua casa, sua família. É triste. É uma reflexão. Tudo tem seu momento. É muito triste a gente falar de futebol vendo tanta gente passar por essa situação. Meu pai é gaúcho. Isso é muita pressão. Acho que temos 26 ou 27 jogos com 20 vitórias no ano. Perdemos a final do estadual, isso gera uma pressão. Mas a pressão da vida, essa é a parte mais triste. Pressão é morar embaixo da arquibancada, é perder a vida. Aqui é esporte, é entretenimento.”
Vice-líder do Brasileirão com dez pontos, o Bahia tem a semana de recesso para treinamentos enquanto se prepara para o próximo duelo pelo campeonato a ser disputado no final de semana. O Tricolor de Aço volta a campo em casa, na Arena Fonte Nova, contra o Red Bull Bragantino, às 18h30 de domingo (12).
Foto: Letícia Martins/EC Bahia.