O lateral-direito Danilo, da Seleção Brasileiro, resolveu não dar uma resposta típica quando um pergunta tão séria quanto o machismo é feita, abrindo espaço para uma reflexão importante por parte dele. Na entrevista coletiva desta sexta-feira (22), o jogador da Juventus citou o papel dos jogadores e buscou falar sobre o machismo na sociedade.
Um ponto que tem sido pauta em diversas coletivas da Seleção Brasileira é sobre as recentes situações de Daniel Alves e Robinho, dois ex-atletas que utilizaram a camisa da Amarelinha em algum momento de suas carreiras e hoje, estão pagando pelos seus crimes cometidos diante de mulheres que não tiveram a oportunidade para se defender.
Depois de uma longa explanação por parte de Danilo, ele até levantou a possibilidade da CBF dar início a um trabalho de conscientização de jovens atletas sobre o assunto:
“Entendo que na minha posição, como jogador há mais tempo na Seleção, exercendo o papel que exerço, é importante que eu fale. Acho, sim, que é importante passar por conscientização dentro da seleção brasileira, nas categorias de base, mas também gostaria de fazer a reflexão de que a gente não faça o julgamento que isso acontece só no futebol, é reflexo da sociedade e vem a se espelhar no futebol.”
Acrescentou:
“Enquanto atletas de alto nível temos que entender o lugar que a gente ocupa, nosso papel, entender que nossas ações tem um poder maior de influenciar positivamente e negativamente. Está na hora de entender melhor que nosso papel é jogar futebol, representar os clubes e a seleção brasileira, mas também servir de exemplo de comportamento e de forma de lidar fora de campo para a juventude”, iniciou o jogador da Juventus.
Sem perder o fio da meada, Danilo já se manteve sobre o assunto:
“Eu procuro muitas vezes me dissociar da figura de jogador de futebol porque a vida continua. Ser jogador de futebol é uma parte da minha vida, mas eu tenho outra parcela que também é importante. Dentro dessa parcela cabe aprendizado, crescimento pessoal, é o que eu busco. Temos que entender que temos mães, irmãs, filhas, esposas, namoradas e que essas mulheres passam por provações e pensamentos que nós, enquanto homens, não passamos.”
Continuou ele:
“Como pensar em que roupa vai sair por um julgamento ou por abrir um suposto precedente para qualquer coisa. Conversando com uma pessoa outro dia ela me disse: “Se tem um caminhão parado na rua, eu não passo atrás porque tenho receio que ali tenha alguém que me faça mal”. Nós, enquanto homens, não temos esse tipo de receio”, prosseguiu Danilo.
Danilo sobre um trabalho de conscientização
“É importante, falando mais uma vez para o Rodrigo (Paiva, diretor de comunicação) que está aqui representando a direção da CBF, poder iniciar essa conscientização, trazer conversas e debates, principalmente para a juventude, que é onde a gente consegue ir formando de modo mais genuíno esse pensamento reflexivo, se colocando no lugar das mulheres de forma empática, para que elas possam ter mais liberdade para ocupar os lugares que merecem ocupar”, ressaltou Danilo.
Bem perto de chegar na marca dos 33 anos, o lateral-direito ainda tem recebido oportunidades para defender a Seleção Brasileira, principalmente desta vez com Dorival Júnior. Utilizando a Amarelinha desde 2021, o experiente atleta já participou de duas Copas do Mundo, tendo suas chances de marcar presença numa terceira, no máximo.
Danilo na Juventus
Com os seus 33 anos, Danilo está começando a performar de uma forma diferente na Juventus, sendo utilizado de zagueiro pela esquerda. É claro que com o passar do tempo, aquela força e vontade para subir e descer na marcação possa ser perdida no meio do caminho, abrindo espaço para novas inovações na carreira do atleta. No caso do ex-Real Madrid e Porto, o brasileiro pode ser uma peça importante para a posição nas mãos de Dorival Júnior, tendo duas chances de jogar como zagueiro e lateral.
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