Dorival Júnior, seleção brasileira
Futebol Copa América Seleção Brasileira

Defesa vira ponto de atenção para a seleção às vésperas da Copa América: “Não existe equilíbrio”

Apesar de satisfeito com o desempenho da seleção nos últimos jogos, Dorival Júnior mantém a afirmação de que o Brasil ainda tem muito o que melhorar em busca do título da Copa América. Com quatro partidas à frente da amarelinha, o treinador sinaliza que a defesa do time é uma das suas prioridades, após sofrer seis gols neste ano.

O setor defensivo brasileiro, apesar de preocupar o técnico, não é um problema recente. Desde a última Copa do Mundo, disputada no Catar, a seleção sofreu 20 gols em 13 jogos, média de 1,53 por jogo. Na jornada da Copa passada, disputada na Rússia, contabilizou praticamente um quarto disso: 22 gols em 55 jogos, média de 0,4.

Dorival destaca que metade dos tentos sofridos sob seu comando saíram de lances de bola parada em infrações contestadas pelo Brasil: dois pênaltis contra a Espanha e uma falta contra os Estados Unidos, no empate por 1 a 1 do último amistoso. Mesmo assim, o técnico da seleção reconheceu que o desempenho está abaixo do esperado:

É natural que ainda estejamos distante do que queremos. Para mim, o futebol parte de um equilíbrio e você tem que ser efetivo. Sem a posse, você precisa estar um pouco mais atento e com os compartimentos mais próximo”.

Nos amistosos passados, contra seleções da Europa, os brasileiros tiveram desfalques importantes na defesa, como os goleiros Alisson e Ederson, e os zagueiros Marquinhos e Gabriel Magalhães. Dorival Júnior escalou para os duelos contra Inglaterra e Espanha uma dupla inédita de zaga: Fabrício Bruno e Beraldo, e reafirmou que os problemas do time não possuem relação somente com os jogadores que atuam na primeira linha.

Temos um meio-campo consistente. Estamos jogando com dois pontas bem ofensivos, com atacante com liberdade de movimentação, e a recomposição é importante. Estamos cobrando tudo isso. Diferente do que jogavam em suas equipes, mas tendo uma certa obrigação de retorno. Até encontrarmos equilíbrio, precisamos um pouco mais desses jogadores individualmente no sentido defensivo para que, daqui a pouco, tenham mais liberdade. O equilíbrio ainda não existe. São duas partidas, ninguém é mágico, não acontece. Vamos encontrar essa condição com mais jogos, treinamentos, muito trabalho.”

Atletas reforçam importância de ligação entre as linhas na Seleção

Além da menção de Dorival sobre a ausência de equilíbrio do Brasil em campo, o volante Douglas Luiz e o zagueiro Marquinhos, também comentaram sobre os problemas defensivos do time, que resultaram em gols adversários durante a sequência pré-Copa América.

Atleta do Aston Villa, e com negociação encaminhada com a Juventus, da Itália, Douglas declarou que é preciso agir com mais inteligência, e marcar com a bola nos pés, para garantir um sofrimento menor em campo.

Acho que a gente tem que ser um pouco mais inteligente de ficar um pouco mais com a bola no ataque. A gente é um time que tem muita qualidade, então tem que marcar com a bola no pé, poder rodar mais, ter um pouco mais de paciência. Assim a gente vai ficar mais com a bola e vai sofrer menos.”

Em seu primeiro jogo com a seleção brasileira no ano, Marquinhos declarou que é preciso de mais tempo para os atletas se entenderem melhor e evoluir na temporada. O zagueiro do PSG reforçou o que foi dito por Douglas Luiz e Dorival Júnior, e demonstrou toda confiança na linha de frente do Brasil.

A gente sabe que ainda falta muita coisa, principalmente entrosamento. Por mais que o time se conheça bastante, é um novo estilo de jogo, novas funções dentro de campo. A gente vem do clube com algumas funções diferentes, chega aqui e tem que se adaptar o mais rápido possível”.

A gente vai levar isso como objetivo: não tomar gol. A gente sabe que a qualidade que temos principalmente no ataque, um golzinho a gente vai fazer. Muitas chances a gente vai criar, a gente confia muito na molecada ali na frente. Então, se a gente conseguir manter essa estrutura para não tomar gols, com certeza as coisas vão facilitar pra gente. É um novo momento da Seleção, um novo treinador que vem chegando agora. Foi meu primeiro jogo com o Dorival. São muitas informações que a gente vem tentando colher e penso que, com o passar do tempo, cada vez mais a gente vai se entendendo e melhorando”.

Retornando aos trabalhos nesta sexta-feira, o Brasil focaliza suas atenções para a Copa América, na qual estreia no próximo dia 24. Com oito sessões de treinamentos até o confronto diante da Costa Rica, Dorival terá tempo suficiente para articular o time que inicia a caminhada na Califórnia.

Seleção Brasileira em treino nos EUA
Seleção Brasileira treina no ESPN World Wide Complex nessa terça-feira — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Foto: Rafael Ribeiro/CBF