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Lutas UFC

Du Plessis vence guerra diante de Strickland para ser campeão dos médios; Pennington é a nova rainha peso-galo

O evento numerado inicial de 2024 trouxe duas disputas de cinturão que traziam grande expectativa do público. Na luta principal, a guerra esperada ocorreu, com um resultado ligeiramente polêmico, já que muita gente pontuou vitória de Sean Strickland, porém, na pontuação que vale, Dricus Du Plessis levou a melhor e conquistou o primeiro título da África do Sul no UFC.

Além dessa disputa, a categoria peso-galo feminino também ganhou uma nova campeã e, infelizmente para o Brasil, ela é Raquel Pennington, que depois de ser dominada no primeiro round, tomou conta do combate e levou o cinturão para casa.

Confira como foram as cinco lutas principais do UFC 297 e veja todos os resultados do card preliminar.

Dricus Du Plessis venceu Sean Strickland por decisão dividida

Combate repleto de ingredientes que o colocavam entre os mais esperados dos últimos tempos. O lutador do ano passado, Sean Strickland, que chocou o mundo ao tomar o cinturão de Israel Adesanya, tinha pela frente o peso-médio mais potente do mundo, Dricus Du Plessis. Ambos se agrediram muito com palavras e chegaram às vias de fato no último evento numerado de 2023, o que aumentou ainda mais o interesse por esse duelo. O mundo do MMA queria muito uma resposta, se a resistência, a tática e a resiliência de Strickland levariam a melhor ou a força, a sequência invicta e o poder de nocaute de Du Plessis eram mais valiosos.

Os dois lutadores começaram desferindo golpes para tentar achar a distância. Na base do boxe, Strickland nitidamente tocava sem ser tocado, com jabs muito eficientes. Frustrado nas mãos, Du Plessis tentava chutes e arriscou uma queda, entretanto, o americano estava melhor defensivamente em todas as áreas. A primeira parcial foi clara para o campeão, que deu os melhores golpes e pouco sofreu.

Du Plessis voltou mais agressivo, tentando machucar o americano, porém, a esquiva e a defesa de Strickland eram perfeitas. Era claro o domínio da distância a superioridade de Sean Strickland, com jabs muito eficazes. Na reta final, Dricus chegou a colocar para baixo, mas ficou pouco por lá.

O sul-africano, sabendo que estava em desvantagem, voltou mais agressivo para o terceiro assalto, indo com tudo para cima, desferindo uma série de chutes e socos sem endereço certo. Enquanto isso, do outro lado, Sean Strickland era cirúrgico na defesa e no ataque. Na reta final, Du Plessis aumentou o ritmo, encontrou melhor a distância e chegou a tocar mais o campeão, tornando o round bem difícil de pontuar.

O desafiante seguia caminhando para a frente, buscando o combate e frustrando Strickland. Dricus Du Plessis batia forte, abrindo um sangramento abundante no campeão. Sean Strickland acertou bons jabs e contra-ataques, só que o sul-africano era melhor, não só batendo como quedando o americano, só que o campeão se recusava a ficar no chão. Apesar disso, o assalto foi do desafiante.

O tenso quinto round começou com os jabs eficientes de Sean Strickland, que voltou a ter a melhor distância. O americano lutou a última parcial como um verdadeiro campeão, agredindo muito mais, conectando golpes pesados, frustrando o sul-africano e, mesmo se arriscando numa luta franca no final de forma desnecessária, Strickland venceu a parcial, só que não manteve seu cinturão.

Dricus Du Plessis comemora o título dos médios do UFC
Dricus Du Plessis comemora o título dos médios do UFC (Imagem: Reprodução UFC/X)

 

Raquel Pennington venceu Mayra Bueno Silva por decisão unânime 

Primeira disputa de cinturão da noite. O coração dos brasileiros estava junto com a Mayra Bueno Silva, que é uma lutadora versátil e empolgante, que entra no octógono para sair com a vitória pela via rápida. Enquanto isso, do outro lado, Raquel Pennington é a típica atleta pragmática, que queda e pontua para vencer. Deste choque de estilos sairia a mais nova campeã peso-galo do UFC, a sexta da história.

Mayra começou melhor, chutando a perna. A americana tentou amarrar a luta, mas a brasileira não só se defendia bem como ainda agredia no clinche. A Sheetara era melhor na distância e também no duelo agarrado. Na reta final do round, Mayra Bueno Silva foi para as costas, tentou abrir caminho para um mata-leão, porém, não conseguiu a finalização.

Raquel Pennington voltou para o segundo round disposta a boxear e começou melhor. Porém, rapidamente Mayra amarrou o duelo. Entretanto, a brasileira não jogou no solo e, após conseguir um afastamento, Raquel desferiu uma incrível sequência que abalou a Sheetara. Quando parecia que a americana seria avassaladora, Mayra Bueno foi para as costas e por pouco não finalizou. Apesar disso, o round foi para Pennington.

No terceiro assalto, ambas foram para a trocação franca, dispostas a disputar uma guerra. Após ambas se tocarem bastante, as duas foram para a grade e Pennington queria o afastamento para golpear, enquanto Sheetara buscava uma brecha para finalizar. Depois de algumas tentativas de chave da brasileira, Pennington tentou impor um ground and pound, mas não teve muita efetividade. Round bem parelho.

Mayra Bueno Silva começou agressiva, tentando surpreender a americana. Após uma pequena trocação, Sheetara buscou as costas, abriu caminho para a tentativa de um mata-leão, só que não conseguiu a finalização. E, para piorar, Raquel Pennington foi para o ground and pound tentando virar o assalto. E, com várias bombas por cima, a “Rocky” terminou a parcial em alta, podendo estar nesse momento com um 3 a 1.

Raquel Pennington amassa Sheetara e conquista o título peso-galo
Raquel Pennington amassa Sheetara e conquista o título peso-galo (Imagem: Divulgação UFC)

 

Raquel Pennington voltou para o round final com um grande volume de socos, abalando ainda mais a brasileira. Logo depois, a americana conseguiu a montada e partiu para o katagatame, sem sucesso. Apesar disso, Raquel usou a experiência para pesar e garantir a parcial com tranquilidade. Depois de uma enorme trajetória no MMA, Raquel Pennington finalmente se tornou campeã mundial, merecidamente.

Neil Magny venceu Mike Malott por nocaute técnico no terceiro round

Com extrema experiência no UFC, Neil Magny, que hoje não almeja mais um cinturão, está servindo como um “porteiro de luxo” da categoria meio-médio. E, no Canadá, contra Mike Malott, uma das maiores esperanças do futuro do país no MMA, ele estava pronto para contar ao mundo em que nível se encontra o lutador da casa.

Com uma envergadura bem maior, Neil Magny era bem difícil de ser tocado por Mike Malott. O canadense via dificuldades pra desferir combinações, mas era melhor com os chutes na perna, ferindo o americano. O assalto era bem morno, mas Malott acabou sendo um pouco melhor.

No segundo round, Neil Magny voltou mais agressivo, porém, não tinha o tempo do canadense. Enquanto isso, do outro lado, Malott dava bons chutes e abria caminho para quedas. Na segunda ele dominou até o fim do assalto, garantindo o “2 a 0”.

Já no terceiro round, sabendo o caminho das pedras, Mike Malott rapidamente levou o duelo ao chão, dominando por completo, mas sem ser tão agressivo. Entretanto, depois da metade do assalto, Neil Nagny conseguiu voltar de pé, cravou o canadense no chão e passou a guarda para bater por cima sem parar, até o árbitro dar a vitória ao veterano. Que virada!

Chris Curtis venceu Marc-Andre Barriault por decisão dividida 

Duelo que era muito difícil de prever entre dois pesos-médios que querem um lugar ao sol na categoria. Se a previsão em relação ao vencedor era muito complicada, a premissa era de Chris Curtis mais pragmático e Marc-André Barriault mais explosivo.

A luta começou com muito estudo, ambos tinham receio de abrir a guarda. Marc-Andre Barriault desferia os golpes mais limpos, porém, Chris Curtis andava mais para frente. Quem esperava um combate mais dinâmico, se frustrou no primeiro assalto.

No segundo round o duelo continuou morno, ambos se tocaram pouco, não tinham uma movimentação que enganava o oponente e tampouco ameaçavam nocautear. Na reta final da parcial, Chris Curtis acertou golpes mais limpos e pareceu ter achado a distância. O mais provável era que a luta estivesse empatada.

Os cinco minutos finais começaram com os dois lutadores acusando cansaço e não conseguindo ser efetivos. Mais na raça e na vontade ambos passaram a se acertar mais, porém, sem potência nenhuma. O round seguia muito equilibrado, num toma lá dá cá sem grande efetividade. Com golpes limpos de parte a parte e bastante volume, entretanto, Chris Curtis foi um pouco mais agressivo. Vitória apertada do “action man”.

Movsar Evloev venceu Arnold Allen por decisão unânime 

Pra começar o card principal do primeiro evento numerado do ano, Arnold Allen e Movsar Evloev se colocaram frente a frente num combate entre dois lutadores espetaculares, que com certeza queriam vencer para se colocar no caminho de Alexander Volkanovski.

Ambos começaram se estudando muito, com Arnold Allen se movimentando bastante, tocando e saindo. Entretanto, mesmo estático, Movsar Evloev se defendia bem e contragolpeava. Apesar disso, o russo queria mesmo era levar pro chão. E, mesmo com muita dificuldade, pela habilidade de Allen, Evolev conseguiu colocar no solo no fim da etapa e garantiu o round.

Arnold voltou agressivo tentando agredir mais, porém, a guarda fechada de Evloev fazia o russo não sentir muito. E, além disso, Movsar Evloev era cirúrgico nos golpes. Em um contra-ataque, o russo conseguiu um knockdown e por pouco não nocauteou, porém, mesmo não conseguindo se estabelecer no chão, ele levou a parcial.

Movsar Evloev vence guerra contra Arnold Allen
Movsar Evloev vence guerra contra Arnold Allen (Imagem: Dan Hamilton-USA TODAY Sports)

 

No terceiro assalto, mesmo tendo recebido um atraso no round anterior, Allen voltou melhor, mais agressivo, buscando sequências e se impondo mais em pé. Porém, Evloev insistiu em tentar levar pro chão e, numa tentativa dessas, levou joelhadas sendo uma delas ilegal. As investidas do britânico abriram ferimentos fortes em Evloev, entretanto, o russo resistiu, ambos trocaram bons golpes e o combate terminou com a adrenalina lá em cima. Vitória merecida do “novo Khabib Nurmagomedov”.

Resultados do card preliminar

Garrett Armfield venceu Brad Katona por decisão unânime

Sean Woodson venceu Charles Jourdain por decisão dividida

Ramon Taveras venceu Serhiy Sidey por decisão dividida

Gillian Robertson venceu Polyana Viana por nocaute técnico no segundo round

Sam Patterson venceu Yohan Lainesse por finalização no primeiro round

Jasmine Jasudavicius venceu Priscila Pedrita por finalização no terceiro round

Jimmy Flick venceu Malcolm Gordon por finalização no segundo round.

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