O técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, pode estar com destino endereçado à América Central para um novo desafio em sua carreira profissional. Segundo informações prévias da Rádio Grenal de Porto Alegre, apuradas pelo comunicador Guto Lopes, o treinador de 75 anos, recém-saído do Atlético Mineiro, estaria praticamente acertado com a Federação Mexicana de Futebol para ser o novo comandante da seleção principal do país.
Caso se confirme o que foi anunciado pela rádio, Felipão será responsável pelo ciclo do México visando a Copa do Mundo de 2026, a ser disputada no país junto dos Estados Unidos e do Canadá. Campeão com a Seleção Brasileira em 2002, na histórica “Família Scolari”, o treinador também comandou Portugal, tendo sido vice-campeão da Eurocopa de 2004 e terceiro colocado no Mundial de 2006.
Felipão e seu currículo vitorioso no futebol mundial
Numa trajetória iniciada nos anos 80, após se aposentar dos gramados, Felipão passou a exercer a figura de treinador na área técnica do CSA, onde foi campeão alagoano em 1982. No ano seguinte, foi para o futebol gaúcho e passou por times do interior, até conquistar sua primeira experiência no estrangeiro, ao treinar uma equipe do Oriente Médio. Entre idas e vindas pelo Rio Grande do Sul, uma passagem pelo Goiás, sua primeira passagem pelo Grêmio, e uma jornada como técnico da seleção do Kuwait, foi no Criciúma que teve início a sua projeção nacional como um papa-títulos.
Em 1991, Felipão levou o Criciúma à conquista da Copa do Brasil, e comandou a equipe catarinense em sua primeira e única participação na Libertadores da América, feito repetido apenas 26 anos depois pela Chapecoense. Em 1993, retorna ao Grêmio e conquista em três anos, uma Copa do Brasil, uma Libertadores, e um Brasileirão, se consolidando como um grande técnico. Em 1997, é contratado pelo Palmeiras e logo no primeiro ano, leva o Verdão a uma final de Campeonato Brasileiro, onde acaba vencido pelo super Vasco de Antônio Lopes, porém, no ano seguinte, levanta mais uma Copa do Brasil, uma Copa Mercosul, e outra Libertadores, diante do Deportivo Cali, da Colômbia.
Sua chegada à Seleção Brasileira em 2001, se dá no momento em que o treinador estava no Cruzeiro, e o Brasil, recém eliminado da Copa das Confederações e vindo de resultados negativos nas eliminatórias traz Felipão para o lugar de Emerson Leão, demitido pela CBF. Felipão inicia o ciclo também de maneira contestada, por ter conduzido o Brasil eliminado da Copa América de forma inédita para Honduras, e se classificado no sufoco para a Copa do Mundo de 2002. A seleção antes contestada, acaba surpreendendo e vencendo os sete jogos que disputou naquele mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão, ganhando o pentacampeonato contra a Alemanha e colocando Felipão de vez na história do futebol.
Após deixar o Brasil, Felipão teve como destino Portugal, onde levou a seleção local à campanhas expressivas como o vice-campeonato na Euro de 2004, e o terceiro lugar na Copa de 2006, disputada na Alemanha. Antes de voltar ao Brasil e reassumir o Palmeiras em outras duas oportunidades, o treinador teve uma experiência no Chelsea, da Inglaterra, porém, acabou não tendo o resultado esperado, e voltou às origens locais em 2010. Na segunda passagem pelo Verdão, apesar de estar em parte da campanha que culminou no segundo rebaixamento alviverde para a Série B, conquistou a Copa do Brasil de 2012, e voltou para a Seleção Brasileira no ano seguinte, conquistando a Copa das Confederações de 2013.
Deixou a seleção após a derrota fatídica nas semifinais do Mundial de 2014 para a mesma Alemanha por 7 a 1 no Mineirão, e depois, passou novamente pelo Grêmio, Guangzhou Evergrande, da China, e conquistou outro Brasileirão pelo Palmeiras, em 2018. Após uma passagem pelo Cruzeiro na segunda divisão nacional, Felipão se aventurou como diretor de futebol no Athletico Paranaense, mas acabou assumindo o comando técnico do Furacão, e levando a equipe ao vice-campeonato da Libertadores em 2022, diante do Flamengo.
Sua passagem pelo Atlético Mineiro, iniciada em junho de 2023, terminou com 21 vitórias, 8 empates e 6 derrotas, em fevereiro deste ano. Apesar do bom retrospecto, fatores determinantes para a demissão foram a sequência apresentada pelo time em campo na atual temporada, a quase eliminação para o América nas semifinais do estadual, e os constantes atritos com a imprensa, e com torcedores do Galo. Felipão e a direção atleticana entraram em um consenso e o treinador receberia três meses de salário como acerto pela saída amigável do clube. Agora, o técnico parte em busca de um novo ressurgimento, e levar o México de volta às glórias que um dia já teve, e ainda sonha conquistar no planeta bola.
Foto: Pedro Souza/Atlético.
