O Grêmio pode voltar a utilizar o Estádio Olímpico após onze anos de distância e abandono da antiga casa em Porto Alegre. Segundo informações do jornalista Josimar Farina, de GZH, apesar de ser uma possibilidade remota, o regresso é especulado pela direção do tricolor gaúcho, caso o clube não consiga resolver o impasse que envolve a Arena e o atual contrato, válido até 2033.
A diretoria do Grêmio batalha em dois pontos para sanar a problemática em que se encontra com seu atual estádio e com seu antigo. No caso da Arena, o clube busca a manutenção do acordo que tem com os responsáveis pela gestão da casa, localizada no bairro do Humaitá, zona norte de Porto Alegre. O tricolor busca assumir de forma antecipada as operações do local, porém, no atual acordo teria de entregar o terreno do Estádio Olímpico, localizado no centro da capital gaúcha.
O Olímpico apesar de desativado, e não receber jogos desde fevereiro de 2013, ainda gera altos custos de manutenção aos cofres do Grêmio. O clube estima gastos em aproximadamente R$ 1,5 milhão por ano para preservar a limpeza e a segurança do local, além de realizar vistorias periódicas evitando focos de dengue no antigo estádio.
Para tornar viável o retorno à antiga casa, o tricolor gaúcho desembolsaria um valor ainda maior em reformas que modernizassem o Olímpico, quer com investidores, quer com recursos próprios do clube. O que torna o cenário possívelmente remoto para o atual panorama do Grêmio.
A Arena do Grêmio, com gestão das empresas OAS e Karagounis, segundo balanços da Metha, teve seus custos totais estimados em R$ 700 milhões na construção, com o estádio apenas custando R$ 600 milhões para a equipe. A área tem contrato com parceiros até 2033 e já possui estudos por parte do clube para se encaminhar à justiça em busca de romper o acordo.
O Grêmio e o Estádio Olímpico
Inaugurado em 19 de setembro de 1954, durante 61 anos foi a casa do Grêmio em inúmeras conquistas e episódios importantes da história do clube, fundado em 1903. Foi palco do primeiro título do tricolor gaúcho na Libertadores da América em 1983, contra o Peñarol do Uruguai, que levou a equipe ao título mundial no Japão, e do rebaixamento da equipe no Brasileirão de 2004.
Tendo sido casa da equipe em momentos bons e ruins, recebido shows internacionais e jogos da Seleção Brasileira, o palco acaba substituído de forma surpreendende pela moderna Arena do Grêmio, que teve suas obras iniciadas ainda em 2010, e inaugurada em 2012, mesmo ano do último Gre-Nal disputado no Olímpico pela última rodada do Brasileirão. Previsto para ser desativado ainda naquele ano, o estádio sobreviveu mais alguns meses do ano seguinte, e recebeu sua última partida no Gauchão, Grêmio e Veranópolis, vitória do tricolor por 1 a 0.
Apesar de lendária e inesquecível, a área que se encontra desativada há 11 anos não é vista como possível para retornar caso o Grêmio realmente mova uma ação visando ter a gestão da Arena no lugar das empresas citadas acima. A diretoria, por mais que cogite um regresso, pensa no quanto gastaria com reformas e teria de correr contra o tempo em busca de parcerias para o projeto, e o torcedor, também não se vê esperançoso em regressar para a antiga casa.
Foto: Ricardo Rimoli/Lancepress / Lance!
