Ministro pede paralisação do futebol brasileiro à CBF
Futebol Brasileirão

Ministro do Esporte entrará com pedido na CBF para interrupção do futebol brasileiro por tragédia no RS

O ministro do Esporte, André Fufuca (Progressistas-MA), afirmou na noite da última quinta-feira que entrará com pedido na CBF para interromper as atividades no futebol brasileiro em meio à situação de calamidade pública vivenciada pelo Rio Grande do Sul, nas últimas duas semanas. O estado tem sido brutalmente afetado por chuvas e enchentes, que provocaram mortes e danos sem precedentes à patrimônios públicos e privados no interior e na capital.

Ministro do Esporte pede paralisação do futebol brasileiro
Ministro do Esporte do Brasil, André Fufuca — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Segundo informações do ministro, inicialmente a paralisação está prevista para durar duas semanas, prazo considerado para que o RS inicie sua recuperação em meio ao cenário de perdas em mais de 200 municípios. O Ministério do Esporte já anunciou a liberação de R$ 26 milhões para auxiliar na reconstrução do estado.

Ministro defende junto à CBF a paralisação do futebol brasileiro

Em entrevista à ESPN, André Fufuca foi categórico ao defender sua posição diante do cenário vivido pelo Rio Grande do Sul nas últimas semanas, e que tem devastado o estado. O ministro reafirmou que iria pedir à CBF a paralisação geral dos campeonatos organizados pela entidade, no futebol masculino e no futebol feminino, e que não cogita uma “bolha” semelhante à realizada pela NBA nos Estados Unidos durante a pandemia de COVID-19.

Diante do cenário de calamidade pública e das severas consequências das enchentes para a população do Rio Grande do Sul, defenderemos junto à CBF a suspensão temporária Campeonatos Brasileiros de Futebol masculino e feminino.”

Criar uma bolha como foi criado na NBA na pandemia? E os times da série C e D do Rio Grande do Sul? Deveria ser paralisado. É um prejuízo humanitário e esportivo. Parar por duas semanas seria razoável. Enviaremos ofício nesta sexta-feira para a CBF, nos colocando à disposição para dialogar e encontrar um caminho conjunto.”

— Ministro André Fufuca em entrevista à ESPN nesta quinta-feira (09).

A bolha da NBA, citada pelo ministro na entrevista, foi um movimento encontrado pela liga de basquete profissional dos EUA para manter a realização de jogos durante o período severo que o país e o mundo enfrentou até meados de 2022. Após a interrupção da temporada 2019-2020, em março de 2020, quatro meses depois, a NBA retomou suas atividades na Flórida, seguindo os protocolos médicos da época e investindo U$ 170 milhões para a continuidade da temporada regular.

Ao ser questionado sobre algo semelhante no Brasil, para incluir os times gaúchos no Brasileirão da Série A, que já receberam oferta de clubes adversários para treinamento e mandos de campo fora do Rio Grande do Sul, o ministro manifestou sua interrogação diante do caso de equipes em outras divisões como as séries C e D, que não receberam o mesmo apoio, e muito menos possuem recursos para logística e deslocamento em meio à destruição no estado.

Procurada para respostas após as declarações do ministro, a CBF afirmou que recebeu até o momento um único ofício, em nome da Federação Gaúcha de Futebol, que pediu o adiamento de partidas de Juventude, Grêmio e Inter na Série A. Os jogos das três equipes na primeira divisão nacional estão suspensos até o dia 27 de maio, e a entidade do futebol gaúcho também já suspendeu os jogos da segunda divisão estadual. Confira a seguir, a quantidade de jogos do futebol brasileiro que serão impactadas pelos próximos dias.

Partidas impactadas no futebol brasileiro em meio às chuvas no RS:

  • 8 jogos da Série A
  • 7 jogos da Série C
  • 6 jogos da Série D
  • 4 jogos da Copa do Brasil
  • 4 jogos do Feminino A1
  • 3 jogos do Feminino A2
  • 1 jogo do Feminino A3
  • 4 jogos do sub-20 Masculino
  • 5 jogos do sub-20 Feminino

Ao todo, serão 42 partidas impactadas, envolvendo as três equipes gaúchas da Série A do Brasileiro, três envolvidas na Série C, três na Série D, e Internacional e Grêmio nas categorias de base e na primeira divisão feminina.

Foto: Kin Saito/CBF.

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