(por Rafael Lima) Após deixar pelo caminho Deportivo Lara e San Lorenzo, o Santos, enfim, estreava na fase de grupos da Copa Libertadores.Enfrentando o Barcelona do Equador, a equipe tinha tudo para vencer e largar bem nesta fase da competição, já que na sequência não teria vida fácil, pois semana que vem o adversário será o Boca Juniors na temida Bombonera.Ariel Holan foi a campo com uma novidade, colocando Pará no meio-campo ao lado de Alison na contenção, dando uma chance para Madson na lateral direita. Do outro lado, o técnico Fabián Bustos escalou o time para jogar, sem querer montar uma tática extremamente defensiva, confiando na criatividade de Damián Díaz. Muita chuva e pouco futebolO Barcelona começou com uma postura de marcação alta, tentando pressionar o Santos no campo de defesa, não deixando o time brasileiro jogar. Na primeira descida do Peixe, Marinho sofreu falta dura de Riveros, que levou cartão amarelo.O time visitante definitivamente não foi à Vila Belmiro só para se defender, numa jogada bem trabalhada, Pineida cruzou para Díaz, que finalizou com muito perigo.Aos 11 minutos foi a vez de Marinho cobrar uma falta por cima sem muito perigo.O Barcelona ficava mais com a bola, e buscava mais o jogo, Pará, adaptado como segundo volante tinha dificuldades em achar o melhor posicionamento e o Santos não conseguia criar.Aos poucos o Santos começou a empurrar o Barcelona para o campo de defesa rodando a bola para buscar uma brecha defensiva pelo time equatoriano. O Barcelona era muito violento e, em uma entrada dura no atacante Soteldo, Martínez levou amarelo. O Santos continuou melhor, mas não conseguia criar situações de gol, sofrendo com a chuva forte na Vila Belmiro e a marcação equatoriana. A tempestade em Santos aumentava e a prática do futebol ficava cada vez mais difícil. Aos 37 minutos, com a bola parando no gramado, o goleiro João Paulo saiu da área e Díaz quase fez o primeiro do Barcelona. Aos 40 minutos, mais um cartão para o Barcelona, dessa vez com Pineida fazendo falta dura em Marinho. Mas, no ataque seguinte, o próprio Pineida conseguiu um chute forte para João Paulo espalmar. Essa foi a última chance de perigo da partida, que não teve grandes momentos, pois o Santos não teve criatividade, muito pelo efeito da chuva, porém, os principais jogadores do time não apareceram bem. Do outro lado, o Barcelona executou bem sua proposta de marcação forte sem abdicar do ataque e criou dificuldades para a defesa santista. Jogo duro para o time brasileiro. Falta de criatividade brasileira, excelente proposta de jogo equatorianaO Barcelona voltou para o segundo tempo com uma alteração por lesão, sai Molina e entra López. O Barcelona era melhor, marcava a saída de bola e, numa jogada errada do Peixe, Pará tentou sair jogando, o time equatoriano interceptou, Martínez saiu pela esquerda e, conscientemente, cruzou rasteiro para Garcés inaugurar o placar. Logo após o gol, Ariel Holan tirou Gabriel Pirani para colocar Lucas Braga e, na sequência, o treinador argentino do Peixe substituiu Madson por Vinicius Balieiro.Pará foi para a lateral direita, Balieiro ficou no meio fazendo companhia para Alison na marcação, enquanto Soteldo foi puxado para a armação. O Barcelona continuava perigoso. Numa bomba de fora da área, Martínez acertou o travessão de João Paulo. A situação do time brasileiro era bem difícil. Quem tomava conta do jogo era o visitante.Aos 63 minutos, Soteldo acabou levando um cartão amarelo, aparecendo no jogo apenas nessa situação até então. Aos 67, Soteldo tentou numa cobrança de falta que Alison cabeceou para fora. No contra-ataque, Díaz lançou Hoyos na direita, que cruzou para Garcés, que perdeu a passada, mas a bola bateu em Pará e foi morrer no fundo das redes. O Barcelona fazia 2 a 0 e abria vantagem merecidamente. Logo após o gol, Hoyos saiu para a entrada de Quiñonez. Sem nenhuma criatividade, velocidade e inspiração, o Santos não levava perigo algum para a meta da equipe equatoriana, numa fraca jornada do time brasileiro, que parecia acomodado com a derrota.Alison saiu contundido para a entrada de Lucas Lourenço, enquanto Marcos Leonardo deixou o campo para Kaio Jorge participar da partida. Marinho fez boa jogada pela direita, mas caiu sentindo o joelho. Na sequência, quem mexeu foi o Barcelona, com as saídas de Martínez e Garcés para as entradas de Montaño e Mastriani. O Santos era inofensivo, Marinho, lesionado, se arrastava em campo e o atual vice-campeão fazia uma estreia decepcionante. Daí para frente, só um chute de Oyola, que substituiu Díaz, e passou com perigo. O Peixe se complicou logo de cara na competição, numa das partidas que o time contava com os três pontos e saiu com uma dolorida derrota. Final: Santos 0x2 Barcelona A derrota expõe a fragilidade do time do Santos, pouco criativo e com um elenco muito limitado, principalmente no meio-campo, pois com o Transfer Ban, a equipe está impossibilitada de contratar jogadores, tendo que se virar com o que tem, sem poder contar com os lesionados Sánchez, Sandry e Jobson. Além disso, o promissor Gabriel Pirani, juntamente com o contestado Jean Mota, não podem ser as únicas opções de criação em um elenco que quer brigar pelo título da Libertadores da América. Ou o treinador Ariel Holan rapidamente encontra uma forma de jogar com o material humano disponível (que é pior do que no ano passado, já que Cuca tinha à disposição Pituca e Lucas Veríssimo), ou não terá vida fácil no comando do alvinegro praiano. Do outro lado, o Barcelona leva uma vitória merecida para Guayaquil, pois o time jogou com muito mais intensidade e demonstrou a diferença que um meia de criação pode fazer, já que Damián Díaz não só ditou o ritmo do jogo, como também foi o ponto de desequilíbrio a favor dos equatorianos.O Santos viajará na semana que vem para enfrentar o Boca Juniors na Argentina, enquanto o Barcelona recebe o The Strongest com a chance de fazer seis pontos em dois jogos e dificultar bastante a vida do clube brasileiro.
Futebol
