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Automobilismo

A busca de Fernando Alonso pela Tríplice Coroa e sua decepção nas 500 milhas

(por Pedro Gama)Considerado por muitos como um dos maiores pilotos da história do automobilismo, o espanhol Fernando Alonso, bicampeão de F1, após um período difícil com a McLaren, decidiu buscar novos desafios em sua carreira, e o principal era a conquista da Triple Crown.Antes de tudo, o que é a tríplice coroa? É um título não oficial que se é dado ao piloto que conquista as três maiores corridas do automobilismo mundial: o GP de Mônaco, as 24 horas de Le Mans e as 500 milhas de Indianápolis. Apenas Graham Hill conseguiu este feito, quando em 1972 venceu em Le Mans, após já ter vencido em Mônaco e em Indy.Alonso possui mais de 20 anos de carreira no automobilismo, grande parte na F1. O bicampeão venceu em Mônaco, em 2006 pela Renault e em 2007 pela McLaren, no auge técnico da sua carreira. Correu também regularmente no Mundial de Endurance, onde foi campeão e por duas vezes venceu as 24 horas de Le Mans, em 2018 e em 2019.O espanhol encontra na Indy o seu calcanhar de aquiles. Fernando teve em Indianápolis o seu pior desempenho na busca pelo Triple Crown, em 2017, ainda correndo pela McLaren, Alonso abriu mão de correr em Mônaco e foi em disputa da Indy 500, já que as duas corridas ocorrem no mesmo fim de semana.Por mais que sejam dois monopostos, as semelhanças entre o carro da Indy e da F1 param por aí. A velocidade final dos carros é completamente diferente, já que, em 2017, um F1 tinha uma velocidade final de 330 KM/H enquanto o da competição americana chegava a ter 400 KM/H. Correr em um oval é totalmente diferente de correr em um GP de F1. A força G que o corpo recebe ao longo de 500 milhas com quatro curvas para a esquerda e em uma velocidade média muito mais alta do que nos circuitos tradicionais. Pensando nessa adaptação, Alonso treinou com o campeão da Indy de 2003: o brasileiro Gil de Ferran.Fernando teve o seu melhor desempenho na Indy 500 em sua estreia. Em 2017, o espanhol chegou a liderar a prova até que seu motor quebrasse 25 voltas antes do fim, terminando a corrida em 24º lugar. Alonso voltou a correr em 2019, tendo um desempenho tenebroso. O bicampeão não passou do ”bump day”, que é o dia em que os pilotos fazem a qualificação dos 33 que correm. Alonso perdeu a vaga para Kyle Kayser nos segundos finais. Em 2020, o espanhol se classificou mas andou abaixo do esperado, terminou a prova em 21º lugar, sem brigar pela ponta em nenhum momento.Alonso parece ter na Indy o seu calvário, e, em contrato com a Aston Martin até dezembro de 2024, é improvável que o espanhol volte a disputar a Indy 500. Até então, o piloto desconversou sobre rumores de correr pela Indy no futuro. O fato é que o espanhol, com ou sem Triple Crown, é um dos maiores da sua geração e de toda a história.

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