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Futebol

Croácia conquista o terceiro lugar sobre o Marrocos, mas o que as duas seleções ensinaram para o mundo do futebol nesta Copa?

(por Rafael Lima) A Croácia derrotou o Marrocos, por 2 a 1, na disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo. A partida foi bem movimentada, teve gols bonitos e um futebol mais vistoso do que nos jogos anteriores das duas seleções. Mas, além dos croatas se consolidarem como uma potência, que ficou entre os três primeiros colocados nas duas últimas copas, e os marroquinos encerrarem sua participação entrando para a história com a melhor posição de uma seleção africana num mundial, o que essas equipes ensinaram ao mundo do futebol nesta competição?Começando pela Croácia, a seleção de Zlatko Dalic, mostrou ao mundo que um meio-campo forte, que saiba marcar e trate bem a bola, ainda é primordial para o sucesso de qualquer equipe. Os croatas povoavam o meio com um toque de bola refinado, Kovacic e Brozovic marcavam bem e jogavam, enquanto Modric ocupava os espaços como ninguém. A bola corria mais que os jogadores e com um posicionamento que fechava o meio, somado a pontas que recuavam para fazer uma linha de cinco, a equipe europeia sofria pouco em seus jogos. Mesmo com uma equipe pesada e envelhecida, a Croácia conseguiu ser competitiva e terminar no terceiro lugar, eliminando o Brasil. A lição de privilegiar um meio-campo mais forte e numeroso ficou para a Seleção Brasileira, isso porque durante o confronto entre as duas seleções, o Brasil correu muito atrás da bola e sofreu muito com uma desvantagem numérica no setor pensante do campo. Além de ter a “meiuca” como o ponto principal, os laterais e pontas eram o desafogo que esse time precisava para ser perigoso. E foi assim, desta forma, que a Croácia venceu o jogo mais importante de sua história em copas do mundo. Já o Marrocos provou que uma estratégia defensiva pode ser muito eficiente, sem tornar o futebol feio, apenas reconhecendo as limitações e potencializando as habilidades de seus jogadores. Os marroquinos tinham a armadilha certa para os adversários, congestionavam o jogo pelo meio, tinham laterais fortes e pontas muito rápidos na transição, com um centroavante forte na área para aproveitar as chances que chegavam. Com Ziyech e Boufal muito habilidosos, Amrabat e Ounahi fazendo muito bem a função defensiva e a saída para a transição, o Marrocos atuava na fase ofensiva sempre em vantagem, pois pegava as defesas despreparadas, numa espécie de Leicester City, campeão da Premier League em 2016 com Claudio Ranieri. A Seleção Marroquina dava aula de cobertura e contragolpe, tendo sempre menos posse de bola, jogando quase o tempo todo em seu campo, mas sofrendo pouco, dando uma falsa sensação de domínio ao adversário. Desta forma, o Marrocos eliminou Espanha e Portugal, escrevendo uma história inesquecível no mundial.Em resumo, a Croácia mostrou que um time mais velho e pesado, pode ser competitivo se tiver um posicionamento certo e jogadores que tratam bem a bola, enquanto o Marrocos deixou claro que ter mais posse de bola não coloca um time mais próximo à vitoria e que organização tática, preparo físico e entrega, no futebol atual, podem equilibrar as ações contra adversários mais qualificados.Parabéns a Zlatko Dalic e Walid Regragui, que entenderam as limitações de seus times e souberam surpreender seus oponentes.

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