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Futebol

Depois de acusações de Ministro, Senadora pede cassação da cidadania de Benzema

(por Rodrigo Rocha)Após a acusação de ligações com o grupo extremista “Irmandade Muçulmana”, feita pelo Ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, ao centroavante Karim Benzema, do Al-Ittihad da Arábia Saudita, a Senadora Valérie Boyer pediu publicamente a cassação da cidadania francesa do astro, assim como a Bola de Ouro entregue a ele em 2022.“Se as declarações do Ministro do Interior forem verdadeiras, devemos considerar sanções contra Karim Benzema. Uma sanção inicialmente simbólica seria retirar-lhe a Bola de Ouro. Por último, teremos de pedir a perda da nacionalidade. Não podemos aceitar que um francês com dupla nacionalidade, conhecido internacionalmente, possa desonrar e até trair o seu país dessa forma” escreveu Boyer em suas redes sociais. As acusações de relações entre Benzema e a Irmandade Muçulmana, apoiadora da Palestina na guerra contra Israel, se deram após o jogador, que é mulçumano, postar no último domingo (15) uma mensagem pedindo orações aos habitantes da Faixa de Gaza, bombardeada por Israel em revide aos ataques do Hamas.“Todas as nossas orações aos habitantes de Gaza vítimas, mais uma vez, de bombardeios injustos que não poupam nem mulheres nem crianças”, escreveu o centroavante.Entenda o casoO primeiro a acusar Benzema foi o Ministro do Interior, Gérald Darmanin, na última segunda-feira (16), um dia depois da publicação de Benzema nas redes sociais. O jogador negou qualquer relação com o grupo e, através de seu advogado, ameaçou processar Darmanin por difamação.“Estamos considerando iniciar um processo contra esse ministro em aplicação, por exemplo, da lei sobre manipulação de informação, tão apreciada pelo nosso governo… E por difamação ou mesmo insulto público, porque essa ligação inexistente com a Irmandade Muçulmana, que segundo ele, é notória, se apresenta claramente como desdenhoso. Não é aceitável que aqueles que governam acreditem que estão autorizados a fazer algo por puro oportunismo”, disse o advogado ao jornal Le Parisien.Anteriormente, durante a Copa de 2014, no Brasil, Benzema também foi criticado por políticos franceses por não cantar o hino antes dos jogos. Jean Marie Le Pen, mebro do partido ultraconservador “Frente Nacional”, chegou inclusive a pedir que Benzema não fosse mais convocado.À época, o artilheiro alegou ser um protesto à xenofobia contida na letra da Marselhesa e na sociedade francesa, que privilegia os brancos e marginaliza negros e árabes, como ele e sua família.“Às armas, cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro banhe o nosso solo”. O sangue impuro em questão seria o dos exércitos estrangeiros em 1792, ano em que o hino foi composto durante a Revolução Francesa.  Estrangeiros esses que hoje, assim como em 2014, são em sua maioria filhos de imigrantes negros e árabes, considerados “não franceses” por parte da população e da classe política da França. 

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