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Futebol

Esquenta para a decisão da Champions – Liverpool e Milan, uma das maiores finais da história do futebol

(por Rafael Lima) O ano era 2005, dois times de enorme tradição, Milan e Liverpool, que naquela altura somavam 10 títulos da maior competição europeia de clubes, mas viviam momentos distintos, chegando à final da UEFA Champions League 2004-2005.O Milan tinha um timaço, repleto de craques como os brasileiros Kaká, Dida, Cafu e Serginho, que somados a Shevchenko, Seedorf, Stam, Crespo e Rui Costa, além das lendas italianas Maldini, Pirlo, Nesta, Costacurta, Gattuso e Inzaghi, formavam um dos melhores elencos da época, uma verdadeira seleção. Este plantel e a campanha fantástica que contou com a liderança de seu grupo, se classificando na frente do Barcelona, as passagens fantásticas com cinco vitórias seguidas (duas vezes 1 a 0 contra o Manchester United, 2 a 0 e 3 a 0  diante da rival Inter, e 2 a 0 no San Ciro contra o PSV Eindhoven) até a segunda partida das semifinais diante do PSV, em que o time sofreu muito e se classificou de forma dramática por ter feito um gol fora de casa (3-1), davam o favoritismo aos rossoneri.Do outro lado um Liverpool que não inspirava muita confiança na temporada. Quinto colocado da Premier League, classificação suada na fase de grupos em uma chave que foi vencida pelo Monaco com 13 pontos, enquanto os Reds garantiram sua vaga aos mata-matas com os mesmos 10 pontos do Olympiakos, se classificando pelo saldo de gols.Na fase eliminatória, o Liverpool renasceu das cinzas e não perdeu mais, despachando o Bayer Leverkusen com duas vitórias (3-1 e 3-1), a poderosa Juventus com um triunfo e um empate (2-1 e 0-0) e o Chelsea da mesma forma (0-0 e 1-0), porém, com um gol de Luis Garcia em que a bola não entrou, para chegar até a decisão. O time não tinha craques em abundância como o Milan, mas possuía alguns. Gerrard, Xabi Alonso, Milan Baros, Carragher e Luis García eram os principais nomes.A decisãoDia 25 de maio. Estádio Ataturk, em Istambul, Turquia. 70.024 testemunhas in loco de uma das mais fascinantes finais da história do futebol. O Milan foi escalado com Dida; Cafu, Stam, Nesta e Maldini; Pirlo, Gattuso, Seedorf e Kaká; Shevchenko e Crespo; Carlo Ancellotti era o comandante. O Liverpool tinha Dudek; Finnan, Carragher, Hyypia e Traoré; Xabi Alonso, Gerrard, Kewell e Riise; Luís Garcia e Milan Baros, sob o comando de Rafa Benítez.Massacre do MilanSe antes do início do duelo os italianos eram os mais cotados a ficar com o título, 50 segundos depois da bola rolar esse favoritismo aumentou com o gol da lenda Maldini, após cruzamento de Pirlo.O Milan dominava o jogo, tinha a posse de bola, marcava firme e não sofria, mas o segundo demorou a sair, porém, aos 38’, em um dos raros contra-ataques rossoneros, Kaká arrancou de forma imparável, ligou Shevchenko que cruzou para Crespo fazer o segundo. Aos 43 minutos, com o Liverpool grogue, Kaká, gastando a bola, deu grande assistência para Crespo fazer o terceiro, praticamente resolvendo a decisão antes dos times irem para os vestiários. Ressurreição de quem nunca andará sozinhoO primeiro tempo foi um massacre, mas se os italianos deram uma aula em campo, a torcida inglesa fez algo inimaginável no intervalo, os torcedores entoaram seu famoso canto “You’ll Never Walk Alone” (você nunca andará sozinho) de forma emocionante, de arrepiar até quem assistia pela televisão.  Quando as equipes voltaram ao campo, o Milan esbanjava confiança, só que do outro lado os jogadores do Liverpool pareciam estar possuídos, por tamanha vibração. Antes dos 10 minutos, após uma pressão frenética, Riise cruzou e Gerrard fez a torcida inglesa explodir em Istambul com o gol do ídolo. Logo depois, Smicer chutou para bater Dida e resgatar o orgulho do Liverpool. E, aos 14′, Gerrard, o melhor jogador da reação dos Reds, foi derrubado na área, obrigando o árbitro a marcar pênalti. Xabi Alonso bateu, o goleiro brasileiro defendeu, mas o próprio espanhol marcou no rebote. Inacreditável, em menos de 15 minutos um 3 a 0 contrário virou um 3 a 3. Naquele momento o Liverpool já fazia história.A partir daí o Milan acordou e passou a pressionar os ingleses em busca do quarto gol, mas Dudek, Carragher e companhia fizeram de tudo para impedir e tiveram sucesso na missão.Na prorrogação poucas chances, mas as que aconteceram pararam em Dudek, que fez uma partidaça. E, com isso, o confronto final da temporada 04/05 foi para a decisão por pênaltis.Dudek – Destemido, único, doutrinador, esperto e kamikaze, dava o título para o LiverpoolDudek se balançava embaixo da trave e Serginho, o primeiro batedor, chutou na trave. Hamann colocou o Liverpool na frente. Pirlo, exímio batedor, chutou e Dudek se agigantou para defender. Cissé, com muita tranquilidade, colocou o time inglês com 2 a 0 nas penalidades. Tomasson marcou para o Milan e Dida fez a equipe “rossonera” ressurgir no duelo defendendo a cobrança de Riise. Kaká igualou tudo. Smicer recolocou os Reds na frente e, Shevchenko, um dos melhores batedores do time de Milão, chutou para mais uma defesa de Dudek, que colocou seu nome na história e garantiu o triunfo na final mais incrível da UEFA Champions League em todos os tempos. O Liverpool, 21 anos depois, conquistava a Europa novamente, naquela que foi a quinta Champions do clube inglês. Uma final inesquecível, daqueles jogos que você sente orgulho de ser apaixonado por futebol, fazendo lembrar até do local onde assistiu de tão marcante que foi.O Milan conquistou a Europa em duas edições depois, mas com certeza a torcida italiana nunca se esqueceu da virada sofrida na Turquia. Enquanto isso, o Liverpool esperou 14 anos para conquista a orelhuda novamente, só que uma vitória como a de 2005, compensa qualquer tipo de jejum. Naquele dia os jogadores dos Reds tiveram a comprovação que realmente nunca andarão sozinhos.

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