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Opinião: SAFs no futebol brasileiro decepcionam com gestões falhas

O futebol brasileiro recebeu um grande “sopro” de esperança com as entradas das SAFs, mas a situação não está como o esperado. Desde o anúncio da primeira Sociedade Anônima do Futebol (Cruzeiro), o torcedor começou a esperar pelo mesmo nível de gestões profissionais que são vistas nas principais ligas do futebol mundial.

No entanto, o tempo passou e mostrou que as SAFs não são sinônimo de sucesso e de organização nos clubes do futebol brasileiro. Deixaremos aqui três exemplos de gestões que estão caracterizando a situação descrita acima, em que alguns momentos mostram executivos se comportando como “velhos cartolas” do futebol brasileiro.

Cruzeiro: SAF revendida com apenas dois anos

O primeiro exemplo de SAF não bem sucedida consiste no Cruzeiro. Ronaldo conseguiu assumir a gestão de um dos clubes mais deficitários do país e foi importante no reequilíbrio de gastos e pagamento de algumas dívidas importantes, mas o fato de deixar o projeto com apenas dois anos mostra bem que Ronaldo não aposta no sucesso à longo prazo do projeto.

Mesmo com rebaixamentos acumulados e nenhum grande sucesso, o ex-jogador possui 51% do Valladolid desde 2018 em negociação de 30 milhões de euros e não pretende se desfazer do negócio tão cedo. O clube está em segundo lugar na segunda divisão espanhola e provavelmente voltará à La Liga em 2024/25.

Enquanto isso no Brasil, Ronaldo abriu mão da SAF do Cruzeiro em apenas dois anos para vender sua parte ao dono do Supermercados BH. Além disso, houve falha na gestão do futebol com as saídas de técnicos estrangeiros como Pepa, Paulo Pezzolano e Nicolás Larcamón, sem padrão estabelecido desde quando deixou a Série B.

Botafogo: Dono suspenso do futebol nacional pelo STJD

Outro exemplo negativo de SAF no futebol brasileiro consiste no Botafogo, por alguns motivos específicos. O clube alvinegro vive momento excelente dentro de campo com o planejamento sendo cumprido desde o título da Série B, o retorno às competições sul-americanas e a disputa da Libertadores em duas temporadas.

Porém, o empresário John Textor demonstrou falta de comando no momento mais difícil de sua gestão, quando não “bancou” a comissão técnica de Bruno Lage após saída de Luís Castro, fato que provocou a histórica e vexatória derrocada no Brasileirão 2023, fechando em sexto lugar.

No entanto, o principal problema do empresário que também comanda o Lyon, o Molenbeek e possui participação no Crystal Palace consiste nas alegações de manipulações de resultados no futebol brasileiro. O dono da SAF Botafogo fez o certo ao entregar suas “provas” ao Ministério Público, mas isso ocorreu depois que tivemos falsas promessas e alegações vazias, manchando a imagem de seu próprio investimento. Textor inclusive encontra-se suspenso pelo STJD.

Vasco: Acúmulo de fracassos e crise de confiança

No entanto, o maior exemplo negativo consiste no Vasco. A compra do futebol vascaíno pela 777 Partners por mais de R$600 milhões. Antes visto como grande esperança, a SAF rapidamente deixou o torcedor incomodado com decisões errôneas na gestão de futebol, considerando os reforços improdutivos e a aposta no técnico Zé Ricardo.

A chegada de Ramón Díaz e a liberação de maior aporte financeiro para reforços foram suficientes apenas para evitar mais um rebaixamento em 2023, mas a SAF vascaína enfrenta uma crise de confiança com o torcedor e com o presidente do associativo, Pedrinho. Por fim, o Vasco SAF acumula fracassos, como o 4-0 do Flamengo no 1º tempo do BR23, a eliminação no Campeonato Carioca pelo Nova Iguaçu e a recente goleada do Criciúma em São Januário.

Imagens: Rafael Ribeiro / CRVG, Gustavo Aleixo / Cruzeiro, Vitor Silva / Botafogo

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