Eric Nicksick crê em duelo difícil em Toronto, mas que Sean Strickland terá apetite a mais para o confronto dos pesos médios
A ira de Sean Strickland contra Dricus Du Plessis às vésperas da luta pelo título dos médios no UFC 297 é legítima, de acordo com seu treinador Eric Nicksick.
O que começou como uma reserva de título bastante rotineira entre Strickland (28-5 MMA, 15-5 UFC) e Du Plessis (20-2 MMA, 6-0 UFC) para a atração principal do evento do dia 20 de janeiro na Scotiabank Arena em Toronto transformou-se tanto física quanto pessoalmente na preparação para o evento.
Durante uma coletiva de imprensa sazonal no início deste mês, Strickland e Du Plessis aproveitaram suas primeiras oportunidades cara a cara para lançar insultos pessoais mútuos e, no caso de um desafiante, lançar algumas palavras duras.
Na noite seguinte, no UFC 296, em Las Vegas, Strickland atacou Du Plessis em um confronto viral na jaula, aumentando a tensão entre os dois lados. Tais provocações seriam combustíveis para Strickland no octógono, pelo menos segundo o técnico Nicksick.
“Essa moeda tem dois lados: Sean não tem problema em dizer o que diz sobre todo mundo, então as pessoas provavelmente vão cutucar e dizer coisas sobre ele também” disse Nicksick à MMA Junkie Radio. “Acho que é uma disputa difícil, então você não pode ficar muito emocionado com essas situações. São apenas palavras, mas no final do dia, senti que ele foi acionado e houve alguns dias em que isso o motivou.”.
“A motivação (já) estava aí, acredite. Mas eu queria que ele entendesse que precisamos ter a motivação certa. Não precisava ser aquele cara enfurecido dizendo: ‘Eu quero matar esse cara’, porque isso nos tira do jogo. Isso nos tira do nosso elemento e daquilo em que somos bons. Ele tem sido ótimo desde então. Tivemos uma boa conversa sobre isso e eu simplesmente disse a ele que estava orgulhoso dele.” garantiu.
Nicksick admite que esse elemento da luta não pode ser descartado como nada. Strickland mostrou em suas lutas anteriores que o emocional e o ego podem impactá-lo. Seja por sua decisão de se levantar e atacar com Alex Poatan em sua derrota por nocaute em julho de 2022, ou por seu grito com Israel Adesanya no octógono durante seu UFC 293 em setembro, a emoção alimentou Strickland na conquista do título.
Se Strickland, de 32 anos, não conseguir canalizar tudo corretamente, Nicksick acha que isso causará problemas adicionais com Du Plessis, 29 anos, na noite da luta.
“Eu disse: ‘Ei, lutar contra o emocional não é nosso feitio’” Nicksick disse. “E estilisticamente, acho que isso favorece mais Dricus. Isso nos abre mais, então precisamos seguir nosso plano de jogo e seguir o que queremos fazer e não permitir que suas emoções tomem conta disso.”
Além das possíveis repercussões na luta em si, Nicksick não se incomoda com a forma única de Strickland apresentar seu personagem no esporte. Quer ele seja amado ou desprezado, é óbvio que o trauma de sua vida gerou um certo toque de personalidade em sua personalidade.
“Não acho que muitas pessoas realmente entendam a quantidade de pessoas que me procuraram depois que ele venceu (contra Adesanya)”, continuou Nicksick. “Ele fala por um grupo demográfico, e acho que muitas pessoas tiveram esse tipo de educação em que tiveram pais que podem ter sido abusivos ou lidaram com um lar desfeito e todas essas coisas com as quais Sean pode ter lidado. Ele é a voz deles de várias maneiras. Mas o que eles estão vendo agora é alguém se tornando bem-sucedido, e essa motivação para eles é enorme porque eles sabem que também podem fazer isso.” completou.
