O torcedor do Valencia vai sonhar com Vinícius Júnior por muito tempo. No retorno ao estádio Mestalla pela primeira vez desde os insultos racistas sofridos na temporada passada, o brasileiro marcou em dose dupla, com direito a comemoração emblemática com o punho cerrado, e foi decisivo para o Real Madrid arrancar o empate diante do Valencia neste sábado (02) pela 27ª rodada de La Liga.
Os Ches chegaram a abrir 2×0 em gols rápidos antes de Vini “bailar”. Sobrou tempo ainda para a arbitragem promover um show de lambança nos acréscimos da etapa final, primeiro ao marcar pênalti pro Valencia e depois reverter a decisão através do VAR, e depois ao apitar o fim de partida em meio a um ataque dos Merengues onde Jude Bellingham chegou a marcar o gol que seria a virada.
Nada que atrapalhasse o Real, que abre sete pontos de vantagem (66 a 59) na liderança pro Girona, que ainda joga no fim de semana. Já o Valencia perde a chance de se aproximar da zona de classificação às competições europeias, indo aos 37 pontos e se mantendo em 9º lugar.
Real Madrid se complica, mas Vinícius Júnior aparece
O Valencia começou o jogo se lançando ao ataque, embora não levasse tanto perigo ao gol defendido por Lunin. O Real, por sua vez, explorava o jogo de transição com Bellingham e Brahim Díaz. Mas, aos 27, os mandantes foram premiados com o gol, em boa trama pela esquerda onde Duró completou de cabeça a bola levantada. A situação dos madrilenhos ficou ainda pior aos 31, em tentativa de recuo de bola de Carvajal onde o ucraniano Yaremchuk se antecipou e, de frente com Lunin, driblou o goleiro compatriota e tocou pro gol vazio, deixando 2×0 no placar.
A sorte do Real começaria a mudar nos acréscimos do 1º tempo. Em jogada entre brasileiros, Rodrygo avançou pela direita e, da linha de fundo, cruzou rasteiro pra Vinícius Júnior na pequena área, mandar pras redes com o goleiro Mamardashvili já batido no lance. Na comemoração, Vini cerrou o punho pro alto ao melhor estilo Panteras Negras, em gesto considerado antirracista. Um momento significativo pelo que o jogador enfrentou no Mestalla.
Baila Vini!
No 2º tempo, o Real aproveitou o momento para pressionar em busca do empate. Aos 9 minutos, Bellingham foi acionado na área e bateu no cantinho direito para bela defesa de Mamardashvili, que mergulhou para espalmar pra longe. Aos 15, Diego López teve boa oportunidade de anotar o terceiro, mas Lunin conseguiu a defesa em chute rasteiro.
Mas os visitantes seguiam mais incisivos e chegaram ao empate em boa troca de passes na área, onde a bola ficou pra Brahim Díaz, que levandou na medida pra Vinícius Jr, outra vez vindo como fator suspresa, cabecear pro gol vazio aos 31 minutos. A zaga do Valencia chegou a pedir impedimento de Vini, o que o árbitro foi conferir no VAR. Mas o árbitro de vídeo confirmou que o brasileiro se encontrava na mesma linha do defensor e o gol foi validado.
Nos acréscimos, mais emoção. E confusão. Aos 47, o árbitro apitou pênalti pro Valencia, mas depois de muita reclamação e checagem no VAR, a infração foi desmarcada. Na sequência, Bellingham recebeu cruzamento de Brahim Díaz e completou de cabeça pras redes, no que seria a virada meregue. No entanto, o apito final havia sido soado com a bola no ar, para mais confusão na saída pros vestiários. Um desfecho com um tempero extra pra um jogo já repleto de ingredientes antes mesmo da bola rolar.
Final: Valencia 2×2 Real Madrid
