Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão pela Justiça da Espanha - Foto: Reprodução
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Caso Daniel Alves: Ministério Público espanhol recorre da decisão que permite a liberdade provisória do ex-atleta

O Ministério Público de Barcelona não aceitou a decisão judicial que permitia a liberdade provisória do ex-jogador Daniel Alves mediante o pagamento de uma fiança de 1 milhão de euros. Em um recurso protocolado nesta sexta-feira (22), os promotores argumentaram que há um risco iminente de fuga, ressaltando que Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão.

A Justiça espanhola concedeu o pedido de liberdade provisória da defesa de Alves na quarta-feira (20), porém, com a condição do pagamento da fiança. Até o momento, o valor não foi pago e o ex-jogador deve permanecer detido durante o fim de semana. Os magistrados que analisaram o caso entenderam que não há mais ameaça de fuga por parte de Alves, tampouco a possibilidade de reincidência no crime. No entanto, determinaram a apreensão de seus passaportes.

Além disso, a sentença estabeleceu que Daniel Alves deve manter uma distância mínima de 1 quilômetro da residência, local de trabalho e outros locais frequentados pela vítima, que reside em Barcelona. Foi estabelecido que o ex-jogador está vetado de tentar estabelecer qualquer tipo de comunicação com a vítima. Ele não tem permissão para deixar o território espanhol e deve comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona ou sempre que solicitado.

Ester García, advogada da vítima, manifestou surpresa e indignação diante da determinação do tribunal. Quanto à condenação, Alves foi sentenciado em fevereiro a quatro anos e seis meses de prisão por estupro. Durante o julgamento, o ex-jogador negou veementemente a agressão sexual, alegando que houve consentimento da vítima. No entanto, o tribunal considerou que a vítima não consentiu e que existem evidências substanciais além do testemunho da denunciante que comprovam a violação.

Além da pena de prisão, a Justiça impôs outras sanções, incluindo liberdade supervisionada por cinco anos e nove anos de proibição de contato com a vítima após cumprir a pena. Alves também foi ordenado a pagar uma indenização de 150 mil euros por danos morais e físicos à vítima, além de arcar com as despesas judiciais e uma multa de 9 mil euros pelo crime de lesão corporal leve.

Desde o início do processo, Daniel Alves apresentou várias versões conflitantes sobre o incidente. Em diferentes momentos, negou ter qualquer envolvimento com a denunciante e, posteriormente, admitiu relações consensuais, alegando, em certo ponto, que mentiu para proteger seu casamento após ter sido confrontado com evidências. Durante o julgamento, Alves expressou arrependimento e afirmou ter bebido excessivamente na noite do ocorrido.

Entenda o caso Daniel Alves

Uma jovem de 23 anos acusou Daniel Alves de estupro em uma festa ocorrida na boate Sutton, em Barcelona, na noite de 31 de dezembro de 2022. A vítima relata que o jogador a agrediu, a confinou em um banheiro e cometeu o ato sexual contra sua vontade. Após o ocorrido, a mulher informou os responsáveis pela boate e foi encaminhada para um hospital especializado no atendimento a vítimas de agressão sexual. Dois dias após o evento na boate, a denúncia foi formalmente registrada.

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