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Futebol Serie A

Napoli se recusa a participar de campanha anti-racismo após absolvição de Acerbi

Nesta quarta-feira, 27, o Napoli anunciou que não irá participar da campanha ‘Keep Racism Out’ da Série A TIM, que tem o objetivo de combater casos de racismo no futebol italiano. A recusa por parte do Napoli aconteceu pouco tempo depois após Francesco Acerbi ser absolvido no caso de racismo contra o brasileiro Juan Jesus.

Na última terça-feira, 26, a liga anunciou que o juiz desportivo decidiu não punir Acerbi, da Inter de Milão, pelo alegado incidente, afirmando que não foi alcançado o “nível mínimo de certeza razoável” de que era de natureza racial.

“Não nos juntaremos mais a iniciativas meramente de fachada das instituições do futebol contra o racismo e a discriminação, mas continuaremos a fazê-las nós próprios, como sempre fizemos, com convicção e determinação renovadas”, afirmou o Napoli, confirmando que não participará do ‘Keep Racism Out’.

“O Napoli já comunicou que qualquer iniciativa será feita pelo Napoli e não mais através de intermediários de órgãos e associações”, disse Tommaso Bianchi. “Vamos avançar sozinhos [sem iniciativas próprias]”.

As iniciativas do ‘Keep Racism Out’ serão feitas nas próximas duas rodada do Campeonato Italiano, incluindo pódios de bola especializados, arcos de escalação, tabelas de substituição e braçadeiras de capitão.

Juan Jesus

Em comunicado divulgado no site oficial do Napoli na quarta-feira, Juan Jesus disse que estava “lutando para entender” a decisão do juiz esportivo, apesar de ter lido o relatório várias vezes.

O brasileiro acrescentou que “não se sente protegido de forma alguma por esta decisão” e temia que ela pudesse “abrir um precedente sério para posteriormente justificar certos comportamentos”.

Juan Jesus, do Napoli, com Francesco Acerbi, da Inter de Milão (Foto: Versus)
Juan Jesus, do Napoli, com Francesco Acerbi, da Inter de Milão (Foto: Versus)

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“O Sr. Acerbi não foi punido. Neste ponto o culpado deveria, por ‘justiça desportiva’, ser Juan Jesus, que teria acusado injustamente um colega. Não é razoável pensar que foi um mal-entendido. O princípio da maior probabilidade de um acontecimento, que foi amplamente visível a partir da dinâmica dos fatos e do pedido de desculpas em campo, que é levado em consideração na justiça desportiva, desaparece nesta sentença. Estamos atordoados.

“Além disso, se o que aconteceu em campo, como diz a sentença, ‘é certamente compatível com a expressão dos insultos dirigidos pelo jogador da Inter, e não ignorados no seu teor ofensivo e ameaçador pelo mesmo’, por que não impor alguma sanção? Por que, então, a sentença diz sempre: ‘uma vez que a prova da infração foi certamente obtida’, nenhuma decisão foi tomada pela ‘justiça’ desportiva nesse sentido para punir o responsável?

“Estamos ainda mais atordoados. O Napoli não irá mais aderir a iniciativas meramente de fachada das instituições do futebol contra o racismo e a discriminação, continuaremos a fazê-las nós próprios, como sempre fizemos, com convicção e determinação renovadas.”

(Foto: Football News)

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