(por Pedro Gama)Em entrevista ao podcast Beyond The Grid, da Fórmula 1, o diretor técnico da Red Bull, Adrian Newey, abriu o seu coração e falou sobre as oportunidades que recusou ao longo da carreira, demonstrando arrependimentos:“(A Ferrari se aproximou) nos meus dias de Indy, o que provavelmente não conta, então em 93 e novamente em 2014. O de 93 foi muito tentador.Eu desci, Jean Todt (chefe da equipe) tinha acabado de chegar na Ccuderia. Lembro-me dele falando sobre se ele deveria contratar Michael (Schumacher) ou não. ‘você acha que foi uma boa ideia?’,” disse Newey.Perguntado pelo apresentador de podcast Tom Clarkson se ele teria concordado com a configuração que a Ferrari permitiu ao designer John Barnard, que persuadiu a equipe a permitir que ele estabelecesse uma instalação remota em Guildford, Newey respondeu: “Eu nunca fiz a pergunta e não acredito nisso. Se você vai fazer isso (aceitar o cargo), a Ferrari é uma equipe italiana.A ideia de ter um centro de pesquisa e design que esteja em um lugar completamente diferente da equipe de corrida – eu sei que temos uma equipe irmã (AlphaTauri dividida entre Faenza, Itália e Bicester, Reino Unido) que faz isso – mas eu não acredito no conceito.”Newey comentou diretamente sobre a investida da Ferrari por ele em 2014, sendo pedido do então tetracampeão do mundo com Newey na Red Bull, Sebastian Vettel, que tinha se mudado a equipe do cavalo rampante:“Minhas discussões em 2014 com a Ferrari foram puramente por frustração. Eu realmente não queria sair, mas estávamos nessa posição em que a Renault (fornecedora de motores a época) não havia produzido um motor turbo híbrido competitivo.Isso acontece no primeiro ano, ok, novas regras. Todos nós cometemos erros. Mas fomos ver Carlos Ghosn (ex-CEO da Renault), Christian (Horner), Helmut (Marko) e eu para tentar pressioná-lo a aumentar o orçamento.A resposta de Ghosn foi: ‘bem, eu não tenho interesse na Fórmula 1. Eu só estou nisso porque meu pessoal de marketing diz que eu deveria estar.’ Esse era um lugar tão deprimente para se estar,” continuou o diretor.Perguntado se ele tinha algum arrependimento por recusar os avanços de Maranello, Newey disse: “Emocionalmente, eu acho, até certo ponto. Sim. Mas assim como, por exemplo, trabalhar com Fernando (Alonso) e Lewis (Hamilton) teria sido fabuloso. Mas isso nunca aconteceu. Às vezes é apenas uma circunstância, é assim que as coisas são.”História de NeweyDesde 2006 na Red Bull, o projetista estreou na categoria no ano de 1988 onde desenhou o carro da March, que teve um desempenho bastante irregular. O carro ia muito bem em pistas de asfalto perfeito, mas era inconstante em asfaltos ondulados. Newey é o engenheiro de maior sucesso na história da F1, com doze títulos, além dos conquistados pela equipe austríaca, também teve sucesso na Williams e McLaren.Antes de chegar a F1, teve grande sucesso na Fórmula Indy, onde projetou o chassi 85C, que levou Al Unser Jr a vencer o campeonato de 1985 e Bobby Rahal a ganhar as 500 milhas de Indianápolis em 1986. Experiência na Fittipaldi Racing Após se formar na Universidade de Southampton, o jovem engenheiro buscava uma vaga no automobilismo, e, em 1981, Newey saiu entregando currículo por todo o paddock, e acabou contratado por Ricardo Dávila, então engenheiro da Fittipaldi Racing. Ricardo ficou impressionado com o conhecimento de Adrian.A parceria só durou um ano, já que com a saída da principal patrocinadora, a Copersucar, no final de 1980, a temporada de 1981 foi a última da equipe brasileira no grid. Newey ajudou a equipe com o desenvolvimento do carro no túnel de vento.
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