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Futebol

Benzema, um ícone do Real Madrid; a trajetória e o que representa esse craque para o clube

(por Rafael Lima) Madri, 9 de julho de 2009. Neste dia, ninguém, nem o mais confiante familiar do atleta ou torcedor de maior fanatismo poderia prever que o garoto de 21 anos, vindo do Lyon, Karim Benzema, se tornaria um dos maiores jogadores da história do mais vitorioso clube de futebol do mundo, o Real Madrid.Na mesma janela de transferências, os merengues fizeram suas tradicionais contratações galácticas, adquirindo nada menos do que os ganhadores do prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA, Cristiano Ronaldo e Kaká. No início, a adaptação não foi tranquila, pois o estilo irreverente do atacante, que parecia até um pouco descompromissado, não o fazia cair nas graças do exigente torcedor de “Los Blancos”. Porém, se na primeira temporada pelo Real Madrid, Benzema fez nove gols, na segunda ele pulou para 26, começando a chamar mais a atenção, embora ainda ofuscado por um tal de Cristiano Ronaldo.Ao lado de CR7, Benzema evoluiu seu futebol e cresceu mundialmente. No período em que o astro português esteve no Real Madrid, eles conquistaram juntos 15 títulos, sendo quatro da Liga dos Campeões e três do Mundial de Clubes da FIFA.Entretanto, em 2018, Cristiano Ronaldo deixou o Real Madrid e, com ele, a temporada de títulos entrou em risco. Apesar de Benzema ser um ídolo, poucos imaginavam que ele, juntamente com Modric e Kroos,  poderia guiar os merengues a novas conquistas de expressão. Porém, foi aí que o centroavante francês deixou de ser um dos diversos grandes jogadores deste clube fantástico, para se tornar uma lenda.A antiga personalidade forte do início da carreira, que trazia antipatia e problemas, passou a ser sinônimo de liderança, sendo inclusive chamado de “Monsieur” (senhor em francês) no vestiário. Benzema entendeu rapidamente que teria um papel importante dentro e fora de campo no desenvolvimento de jovens promessas como os brasileiros Vinicius Júnior e Rodrygo, passando a aconselhar e encontrar formas de deixar os meninos mais à vontade em um clube tão gigante. Além disso, ele percebeu que não daria mais para ser um centroavante enfiado na área e, com isso, mesmo sem grande mobilidade, ele passou a atuar como falso 9, voltando para criar as jogadas e chegando para finalizar, escolhendo as jogadas certas para dar o ‘sprint’. Essa nova consciência, com a capacidade de potencializar as qualidades dos jovens em volta dele, fizeram o goleador se tornar um craque.E assim, sob a batuta dele, sem Cristiano Ronaldo e os galácticos ao lado, Benzema conquistou mais oito títulos, contando com o da Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes, se tornando em 2022 o melhor jogador do mundo pela conceituada revista France Football.Após 14 temporadas, Benzema deixa o Real Madrid com 25 títulos conquistados e 354 gols, sendo o segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas de Cristiano Ronaldo (451). Além disso, o ídolo francês tem 647 jogos pelos merengues, sendo o quinto jogador que mais vestiu essa camisa. Mas, além do legado de títulos e gols, Benzema representa para o Real Madrid um investimento em um jovem jogador que deu certo, abrindo caminho para esse tipo de planejamento no clube, que antigamente investia milhões em craques consagrados e, de um tempo para cá, busca atletas promissores como os já citados Vini Jr e Rodrygo, assim como Tchouaméni, Camavinga, Valverde e outros.E, se não bastasse, o atacante francês mostrou a todos que sempre existe tempo de se reinventar e dar saltos mais altos em sua carreira, seja ela qual for. Basta enxergar as oportunidades, ter disciplina e consciência do seu papel dentro do coletivo. No momento em que o time carecia de seu maior ídolo, Benzema resgatou o orgulho do torcedor merengue, que levantava quando ele tocava na bola e gritava o nome dele com o maior entusiasmo a cada gol no Santiago Bernabéu. Madrid, 4 de junho de 2023. O dia em que essa linda história chegou ao fim. A partir de agora, o “Hala Madrid y nada más” poderia ganhar uma nova versão, o “Hala Benzema y nada más!”, pois a trajetória de idolatria que esse gênio construiu pode até ser igualada, mas jamais superada.

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