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NBA

Donovan Mitchell fala sobre o racismo em Utah: “A minha energia foi drenada”

(por Rafael Lima) Mesmo sendo um ídolo do Utah Jazz, Donovan Mitchell sentiu na pele os problemas de ter vivido em Salt Lake City, um local predominantemente branco, com históricos problemas de racismo. Agora, em Cleveland, Mitchell se disse feliz com a nova comunidade a qual representa. “Jogar em uma cidade majoritariamente negra é reconfortante para mim. Não vou mentir sobre isso, pois tive que enfrentar muita coisa em Utah fora de quadra. Foi exaustivo. A minha energia foi drenada porque você não pode torcer para mim no ginásio e, depois, comportar-se daquele modo no dia-a-dia. Não foram todos, mas muitos eram assim”, contou o ‘Spider’.Mitchell seguiu abordando sua época em Utah e comparou com os temporada atuais em Cleveland. “Não ver muitas pessoas como eu no ginásio era muito difícil, por exemplo. Fiz o meu melhor tentando convidar os jovens negros para jogos e, mais do que isso, serem parte da comunidade. Mas não vê-los lá era duro. Aqui em Cleveland, por outro lado, eles estão à beira da quadra. É uma benção, certamente, poder estar cercado de pessoas como eu”, disse o ala-armador.Os problemas de Donovan Mitchell em Utah começaram quando ele começou a se tornar mais ativo contra o racismo no estado, incomodando inclusive o senador conservador Stuart Adams, fato que gerou uma briga ideológica entre os dois. “Eu comecei a ser mais atacado por isso enquanto estávamos na ‘bolha’. Diversas pessoas falavam que não sabia do que estava falando, pois há injustiça em todos os lugares e com todas as pessoas. ‘Não são só os negros’, diziam. E essa gente não tinha ideia de nada, na verdade. Senti que conseguia encarar isso, mas, em algum momento, tornou-se demais”, explicou Mitchell.“Foi uma coisa atrás da outra, desde aquele momento. Ouvi um senador dizer que eu precisava ser educado sobre a história do meu povo, por exemplo. Defender um mundo igual e receber tantas críticas tornou-se demais para mim”, lamentou o astro.“Eu fui parado por um policial uma vez e a sua atitude antes e depois de mostrar a minha identificação marcou-me. Afinal, nunca parei de imaginar o que aconteceria com um jovem negro sem o meu status. Alguém que não tivesse a minha força de afirmação e dizer quem era. Foi uma daquelas coisas que, por fim, levei em meu coração até hoje”, revelou o Spider. “Eu vi crianças negras sofrerem bullying por causa da dor de sua pele. Vi uma menina negra, Isabella, enforcar-se porque era hostilizada na escola. É muita coisa para qualquer pessoa aguentar e seguir em frente”, finalizou.

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