(por Junior Gomes) A FIA prometeu tomar medidas para garantir que não se repita a maneira como os pilotos foram expostos fisicamente durante o Grande Prêmio do Catar disputado neste final de semana.O calor excessivo e a natureza intensa da corrida em Losail no último domingo deixaram os pilotos enfrentando um dos maiores desafios de suas carreiras, que descreveram como “inferno” e “tortura”.Pilotos com problemas físicosLogan Sargeant, da Williams, teve que abandonar a prova devido a problemas físicos, enquanto Esteban Ocon, da Alpine, também passou mal. Lance Stroll, da Aston Martin, chegou perto de desmaiar após sair do carro, tendo que ser amparado, enquanto outros pilotos tiveram que se dirigir ao centro médico após o final da corrida.O inglês Lando Norris, da McLaren, considerou a forma como a prova aconteceu extremamente perigosa, deixando claro que não achava que tinha sido seguro.“Nunca é uma situação agradável de se estar. Algumas pessoas acabam no centro médico ou desmaiam, e coisas assim. Então, é muito perigoso”, declarou o piloto.FIA promete medidasEm resposta ao ocorrido em Losail nesta semana, a FIA prometeu realizar uma investigação sobre as circunstâncias que cercaram o Grande Prêmio, deixando claro que os pilotos não deveriam competir em tais condições.O comunicado divulgado na noite desta segunda-feira (9), dizia: “A FIA observa com preocupação que a temperatura e a umidade extremas durante o Grande Prêmio FIA de Fórmula 1 do Catar de 2023 tiveram um impacto no bem-estar dos pilotos.Apesar de serem atletas de elite, não se deve esperar que compitam em condições que possam pôr em risco a sua saúde ou segurança.A operação segura dos carros é, em todos os momentos, responsabilidade dos competidores. No entanto, como acontece com outras questões relacionadas à segurança, como infraestrutura do circuito e requisitos de segurança dos carros, a FIA tomará todas as medidas razoáveis para estabelecer e comunicar parâmetros aceitáveis em quais competições são realizadas.Embora o retorno ao Catar no próximo ano seja no final de novembro, quando as condições são mais amenas, a FIA disse que mais medidas precisam ser tomadas para entender melhor os fatores em jogo – para que possa emitir diretrizes daqui para frente.”A FIA iniciou uma análise da situação no Catar para fornecer recomendações para situações futuras de condições climáticas extremas”, acrescentou.”Deve-se notar que, embora a edição do Grande Prêmio do Catar do próximo ano esteja agendada para o final do ano, quando se espera que as temperaturas sejam mais baixas, a FIA prefere tomar medidas agora para evitar uma repetição deste cenário.Uma série de medidas será discutida na próxima reunião da comissão médica em Paris. As medidas podem incluir orientações para os competidores, pesquisas sobre modificações para um fluxo de ar mais eficiente na cabine e recomendações para mudanças no calendário para alinhá-lo com condições climáticas aceitáveis, entre outros.”A FIA acrescentou que verá se há uma lição que possa ser aprendida com as provas no deserto, onde lidar com o calor é comum, que possa ser aplicada na Fórmula 1 e em outras categorias de monopostos.”Pesquisas de outras séries, como eventos de cross-country em climas extremos, serão examinadas para possíveis aplicações em eventos de circuito”, afirmou.”O compromisso da FIA com uma cooperação mais estreita entre os departamentos técnico, de segurança e médico, sob a liderança do Presidente da FIA, facilitará este processo.”
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